02. Emprego ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Acordo com um sobressalto, quando escuto um barulho alto vindo do ar debaixo. Assustada, olho no relógio digital que tem ao lado da minha cama e vejo que é madrugada. Levanto da cama, ficando preocupada e com medo do que pode ter acontecido lá embaixo, mas decido ir ver o que é, para se caso precisar chamar a polícia. Abro a porta do meu quarto, vendo que a luz lá debaixo está acesa e me alivio, ao escutar a voz de Rico.

Desço as escadas, não deixando de ficar preocupada e querer saber o motivo do barulho forte e alto, até que meu coração dispara contra meu peito, vendo a camisa social branca que Rico usa toda suja de sangue, junto das suas mãos. Corro na direção de Rico, querendo saber o que houve para estar com sangue nas roupas, preocupada com o que pode ter acontecido.

— Enrico, o que aconteceu? — disparo, olhando ele inteiro, querendo arrancar sua camisa e ver se tinha algum ferimento.

O que aconteceu enquanto eu dormia?

— O sangue não é meu. — avisa. Paro de examinar ele, em busca do ferimento e Rico me afasta, suspirando.

— De quem é esse sangue todo então? O que aconteceu? Onde estava? — pergunto, ainda preocupada e sentindo a adrenalina passar por minhas veias, de ter que estar vendo meu irmão com sangue na roupa, de alguma outra pessoa.

— Eu estava... — pareceu pensar. — Eu estava ajudando um homem que se machucou feio.

— Ah, meu Deus! Ele está bem? — pergunto, levando a mão na boca, assustada pelo o que me conta.

— Está. Foi levado com a ambulância. — ele diz, se livrando da camisa suja, a jogando em qualquer canto.

— Que bom que você está bem. — falo, aliviada por não estar ferido e de ver seu corpo intacto, mesmo ainda um pouco sujo de sangue.

— Relaxa, Kira. Estou bem. — ele diz, me aliviando mais e acalmando meu coração, me abraçando com seu braço, sem tocar suas mãos sujas em mim.

— Vai se limpar. Continua cheirando a sangue ainda. — falo, me afastando, sentindo um pouco de nojo por estar com sangue de outra pessoa no corpo.

— Não acorde o papà com isso. — pede. — Estou bem. — me lembra. Balanço a cabeça, respirando fundo, ainda acalmando todo meu corpo do susto.

— Tá bom. Vai tomar um banho. Vou pegar roupas limpas pra você e jogar aquela camisa fora. — me disponho, indo até sua camisa e pegando pela parte que não está suja, querendo jogar ela dentro de um saco escuro e depois descartar no lixo.

Rico obedece meu conselho e vai se lavar.

Jogo aquela camisa com sangue dentro de um saco e amarro bem. Abro a porta de casa, recebendo o vento frio da madrugada e corro até o lixo na frente de casa, descartando o saco lá. Lavar é que não vou fazer com aquela camisa e muito menos querer que Rico vista ela de novo. Observo a rua vazia, sendo apenas iluminada pelos postes de luz, as casas ao redor, que estão todas apagadas, com todos dormindo. O vento bate forte contra mim e eu corro para dentro de casa, me abraçando e me protegendo do frio.

Fecho e tranco a porta de casa, me escapando do vento. Pego qualquer pano na cozinha e limpo os rastros de sangue e Rico deixou no balcão, não querendo que nosso pai veja isso. Lavo o pano, sentindo um pouco de nojo pelo sangue, mas tento relevar. Com tudo limpo, apago as luzes debaixo e subo as escadas, indo até o quarto de Rico, escutando o chuveiro ligado da sua suíte. Olho para seu quarto, vendo que é comum demais. Mesmo sendo minha primeira noite aqui, morando aqui, meu quarto já estava em partes decorado, como eu gostava.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora