12. Desconfiança ⚓

2.6K 110 12
                                    

━━ 𝐌𝐀𝐓𝐓𝐄𝐎 𝐁𝐄𝐑𝐓𝐎𝐋𝐈𝐍𝐈

— Como foi o jantar ontem? — Emilio me pergunta, sentado na poltrona do meu escritório, me vendo fumar.

— Aceitável. Mas preferia que não tivesse acontecido. — sou sincero, me recordando de certos momentos que aconteceram durante o jantar, onde quis ir embora e largar todos ali.

— E como foi a reação da sua mãe sobre o noivado?

— Ficou em choque. Depois fez um interrogatório para Kiara sobre nosso relacionamento, querendo saber sobre nós dois, que tive que cortar, por não aguentar mais. — assopro a fumaça, me recordando o quanto minha mãe enchia Kiara de perguntas, mesmo eu pedindo para parar com elas.

— Sua mãe está desconfiada. — Emilio conta. Paro de olhar a janela que tem na lateral do escritório, mostrando o lado de fora da casa, focando em Emilio e não que disse.

— Desconfiada do que? — questiono, mesmo sabendo o que poderia ser.

— Por você ter aparecido de repente noivo, alguns dias depois da conversa com a Cosa Nostra, onde te mandaram procurar uma noiva. — ele diz, acertando minha hipótese.

— Estou fazendo o que me mandaram. Não é da conta dela se eu apareci de repente noivo ou não, se já tinha um relacionamento antes, em sigilo, como eu disse a ela no jantar, ou não. — inalo o último restante do cigarro, com força, ficando irritado com a desconfiança da minha mãe sobre meu noivado inesperado.

— Ela apenas achou estranho o noivado e acho que associou isso com a conversa que tiveram com você. Por isso a desconfiança. — Emilio explica. Reviro os jogos, jogando o cigarro no cinzeiro em cima da mesa. — Eu no lugar pensaria o mesmo. — me viro, ficando de frente com ele e apoio meus braços na mesa.

— O importante é que estou fazendo o que me mandaram fazer, dane-se o que ela pensa. Estou noivo e em breve vou me casar, como todos da máfia querem, então não quero dor de cabeça em relação a isso. — eu rebato, sendo bem arrogante, coisa que Emilio está mais do que acostumado e apenas dá de ombros.

— Então acho melhor convencer ela de que seu relacionamento com Kiara é realmente real e que existe faz algum tempo. — ele diz, me deixando com o cenho franzido, não entendendo o que está falando.

— Por que?

— Sua mãe está vindo para cá. Deve chegar em poucos minutos. — diz, erguendo a manga do terno, mostrando o seu relógio, onde verifica as horas.

Ah, porra...

— Por que está me contando isso agora? — elevo a voz, pensando que teria mesmo que perder meu tempo tentando convencer minha mãe sobre meu relacionamento com Kiara.

— Eu sei que você arrumaria alguma coisa para não falar com ela. Melhor acabar com isso de uma vez. Convence ela sobre você e Kiara e pronto, problema descartado. — Emilio diz, se levantando da poltrona. Eu bufo, não escondendo a revolta. — Bom, vou fazer uma ligação. Vou estar aqui se precisar de alguma coisa. — Emilio se retira do meu escritório, indo fazer sua ligação e eu decido sair atrás, para esperar minha visita.

Para minha decepção, avisto minha mãe entrando em casa, cumprimentando a empregada, que foi recebê-la na porta. Coloco minha mãos no bolso da calça, ficando parado, enquanto olho para minha mãe. Era a primeira vez que ela vinha à minha casa tão cedo assim, não fazendo muito tempo que despertei. Kiara provavelmente ainda estava dormindo e não ia participar dessa conversa, por eu já não estar querendo sua presença nela.

— Buongiorno, figlio. — mamà me cumprimenta, abrindo um sorriso simples no rosto.

— O que devo a honra da sua presença aqui, logo pela manhã? — sou um pouco sarcástico, brincando com a situação. Encaro minha mãe.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora