13. Poder ⚓

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━━ 𝐊𝐈𝐀𝐑𝐀 𝐌𝐀𝐑𝐓𝐈𝐍𝐈

Termino de falar com Rico pelo celular, desligando a ligação e volto a deixar que meu celular carregue, por estar há dias sem bateria. Eu sabia que teria meu celular de volta e me preparei, comprando um carregador para ele, no dia em que fiz as compras com o cartão de Matteo. Pensei que ficaria mais bravo ainda comigo, pelo acontecido mais cedo, onde chamei ele de babaca e sua mãe ouviu. Fiquei aliviada quando deu a desculpa que brigamos, coisa que não mentiu. Apenas discutimos, mas longe de ser uma briga de casal, o que definitivamente não somos, longe dos olhares da sua mãe.

Decido sair do quarto, querendo encontrar alguma coisa para fazer, enquanto meu celular carrega. Matteo está fora, Lídia ocupada, não tenho o número de Bianca, para chamar ela e fazermos alguma coisa e possivelmente mais tarde, Rico iria vir até aqui para me ver. Desço as escadas, pensando no que fazer para passar o tempo. Era horrível não ter uma amizade sequer nessa cidade. Graças a Matteo, que me privou de ter tudo isso e agora, só contava com Bianca, que nem tenho como me comunicar com ela. Ótimo!

A casa está vazia, sem ninguém por perto e tudo está em silêncio. Caminho até os vidros, onde tem uma visão do lado de fora, a parte externa da casa e fico encarando a piscina que tem ao meu dispôr. Me pego pensativa, quando me assusto com uma voz.

— Kiara?

Salto de susto, me virando para trás e vendo quem havia me chamado. Era um homem, usando os mesmos trajes de Matteo, com uma aparência de ser um homem de mais de cinquenta anos. Ele me olha, achando graça por ter me assustado e solta uma risada fraca.

— Desculpe. Não queria ter te assustado. — ele se desculpa, me impressionando até então por ter essa habilidade, coisa que Matteo jamais deve ter e fico me perguntando quem era esse homem.

— Quem é você? — pergunto, encarando ele.

— Sou Emilio. Trabalho com Matteo e faço parte da máfia. — Emilio estende a mão na minha direção, para me cumprimentar e eu admiro essa educação que está tendo comigo, coisa que ninguém que trabalha com Matteo fez. Aceito o cumprimento. — Podemos conversar?

— Conversar? — arqueei a sombrancelha. — Sobre o quê?

— Assuntos importantes.

— Tá bom... — aceito o convite e ele dá um sorriso satisfeito, ao mesmo tempo parecendo ser gentil. Emilio se vira, me pedindo para segui-lo e eu faço.

Me deparo com um escritório muito bem organizado, me fazendo pensar que é aqui onde Matteo deve trabalhar e eu não consigo disfarçar a curiosidade de olhar para todos os cantos, conhecendo o ambiente. A sala é ampla, conseguindo perfeitamente ser um local para trabalho e paro de reparar de tudo, quando me lembro que Emilio está aqui e quer conversar comigo.

— Pode se sentar em qualquer lugar. — ele permite e eu decido ser ousada em me sentar onde Matteo se senta, em uma poltrona de couro, ficando de frente para Emilio, que se senta nas duas poltronas que tem na frente da mesa de trabalho do meu noivo babaca.

— Eu não te conheço, mas você não parece ser maldoso que nem Matteo e os outros funcionários dele. — sou sincera e Emilio ri, gostando do que falei.

— Eu te garanto, eu não sou que nem eles. Sou apenas o conselheiro de Matteo. — apresenta.

— Tá, me chamou até aqui para conversar sobre o quê?

— Seu noivado. — diz, onde não consigo evitar de revirar os olhos, me lembrando desse maldito noivado. É claro que esse homem iria me chamar para falar sobre isso.

— Sério isso? — não evito fazer cara de tédio.

— Quero apenas conversar e te explicar como funciona um casamento, por dentro das regras da máfia. E claro, te aconselhar sobre. — diz, sendo calmo em me responder e eu fico pensativa. É claro que eu não iria ter um casamento normal, aliás, vou me casar com um traficante.

𝐍𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀Ç𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐎𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora