Capítulo 02- Um Grão De Veracidade.

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🌺Eliza🌺

Em casa, bom...as coisas ficam cada vez piores, meu salário não está sendo suficiente para as despesas, meus pais estão gastando tanto que estou prestes a dizer que é de propósito. Eu só não consigo entender por qual razão eles fazem isso comigo. Para ser mais específica, meu pai tinha uma loja de materiais de construção, porém por ter tanta ambição, sempre querer mais o invés de focar no que tinha, acabou sendo passado para trás por um suposto "amigo".

Hadley- Eliza, Eliza me responde- estala os dedos em frente ao meu rosto.

Eliza- Desculpa o que disse?- saio dos meus pensamentos.

Hadley- Eu perguntei se você está bem, desde aquele dia que você foi pra casa com o Damián você está meio aérea, quer por gentileza me contar o que está acontecendo?- me olha fixamente.

Eliza- Eu só estou cansada de tudo isso, meus pais não me dão um pinguinho de valor, meu pai não para de me agredir, eu não sei mais o que fazer.

Hadley- Eliza, eu já disse pra você denuncia-los, isso é abuso. Eu não aguento mais ver você passando por essas situações.

Eliza- Se eu os denunciar o que farei sem eles?

Hadley- Vou destacar alguns pontos! Ponto um: Você tem independência, tem seu próprio trabalho e não depende deles para nada. Ponto dois: Você viveria bem melhor longe do que com eles, pois existem pais tóxicos e aproveitadores.

Eliza- Você tem toda razão- coloco as novas peças de roupas no cabide.

Hadley é minha melhor amiga, nos conhecemos há 16 anos e somos inseparáveis. Entra uma cliente, a Hadley me olha e eu dou um sinal indicando que ela pode atender no meu lugar.

Hadley- Boa tarde, em que posso ajudar?- é gentil.

- Estou procurando a moça Eliza- a moça tira ray-ban e me olha.

Eliza- Tudo bem, Lacy! Eu atendo ela.

- Eu quero os melhores vestidos que tem nessa loja.

Eliza- Por favor me acompanhe- sigo até a cessão de vestidos- A senhorita tem algum modelo em mente?- sou simpática.

- Me mostre todos modelos. Não sou de pensar, escolho na hora- solta um pouco de empatia.

Eliza- Aqui temos os vestidos longos, são modelos que dificilmente saem de moda. Deste lado temos os vestidos evasê, é um dos modelos que mais ajuda a valorizar o corpo feminino. Temos também os vestidos tubinhos que ficam divinos em muitas ocasiões.
Esse é o vestido godê, lembra o modelo evasê, mas há duas diferenças entre eles: o corte e as pregas na saia. Ele também é dono de um visual romântico, justamente por causa do corte horizontal na cintura e da saia volumosa. Também temos o Chemise, ele é o que mais está saindo no momento. E por último o vestido sereia, é uma peça muito sofisticada e bastante recomendada para ocasiões especiais e mais formais.

- Bom, irei querer um de cada, posso escolher as cores?

Eliza- Claro, fique a vontade.

- Nossa, essa loja não tem muitas coisas a oferecer- entra uma outra moça.

Hadley- Em que posso ajudar as senhoritas?- se aproxima e a moça a olha de cima a baixo.

- Irei levar estes, não preciso experimentar, todos são meu número exato- sorri.

- Eu quero ser atendido pelo dono ou dona- é rude.

Hadley- No momento eles não estão, estou disponível para atende-la.

Acompanho a moça até o caixa e passo suas compras, mas sem tirar os olhos da Hadley.

- Muito obrigada, tenha um bom dia- sorri pegando as sacolas.

Eliza- Que a senhorita tenha um ótimo dia também- sou amigável e ela se retira.

Arrumo os cabides no lugar e sigo até a Hadley que está sem saber o que fazer.

Eliza- Lacy, posso ajudar em alguma coisa?- fico ao lado dela.

- Ótimo, mais uma morta de fome- bufa revirando os olhos.

Eliza- Olha senhorita, se não quer ser atendida por mortas de fome, então vá para outro lugar.

Hadley- Liza, não- se assusta.

Eliza- Vai pra lá, vai arrumar o vestuário.

- Está me expulsando da loja?

Eliza- Expulsando? Não! Eu só estou lhe ajudando a seguir o caminho. Para o atendimento aqui, só há nós duas, ou seja educada e diga o que deseja ou procure outro lugar que a agrade.

- Uma morta de fome com coragem!

Eliza- Meu nome é Eliza, E.L.I.Z.A! Se não deseja nada, se retire, pois temos muito o que fazer, não nascemos com a vida ganha.

- Pobre nojenta. Eu vou atrás dos SEUS chefes e farei com que seja demitida.

Eliza- Isso será um grande favor que a senhorita fará por mim.

- O que está acontecendo?- meu chefe entra na loja.

- Suas atendentes não estão ao meu nível. Quero alguém com classe para me atender.

- Não, não! Elas são minhas funcionárias e quem quiser ser atendida será por elas.

- O senhor não poderia me atender?- começa a se insinuar pra ele.

- Se eu tenho funcionárias é por que não desejo trabalhar. Aceita que elas te atenda ou queira se retirar do meu estabelecimento. Não aceito que insultem elas, pois ter dinheiro não te faz melhor que ninguém, e se fizesse, não estaria debatendo sobre por quem quer ser atendida- seu tom é rude.

- Boutique de quinta- sai batendo os pés.

Eliza- Senhor, não precisava perder uma cliente para nós defender.

- Eliza, Hadley. Vocês trabalham pra mim há quatro anos, nunca me deram dor de cabeça e são trabalhadoras. Eu não deixaria uma patricinha vir aqui e querer mandar. Ela comprando ou não, não fico menos ou mais rico.

Eliza- Obrigada senhor, voltaremos aos nossos afazeres.

Hadley- Achei que ele nos mandaria embora.

Eliza- Eu também, mas estou cansada de levar na cara dentro de casa e aqui no trabalho.

Ela sorri como forma de agradecimento por eu a ter tirado daquele transtorno e voltamos aos nosso afazeres.

❤️❤️❤️

Hadley (Lacy)❤️


Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora