Capítulo 08- Mal Menor.

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🌺Eliza🌺

Hoje estou preparando o almoço, a maioria dos dias sou eu que faço, não gosto daquele monte de frescura de ricos. As comidas são horrorosas e uma miséria.

- Nossa, essa casa não muda nunca, sem sal e nem açúcar- ouço.

- Meu filho continua sem gosto pras coisas, isso é terrível. Cadê as empregadas dessa casa? Porcaria- passos seguem até a cozinha.

- Não sabia que o Álvaro tinha contratado empregada nova- me viro pra elas.

Assim que meus olhos batem nela, reconheço a mais nova da loja.

- Hora se não é a morta de fome daquela boutique de quinta- sorri pra mim.

- Como veio parar aqui? Foi expulsa da loja, pobretona?- me olha de cima a baixo.

Álvaro- Mãe? Avyana? O que fazem aqui?

- Não posso visitar meu filho sem compromisso?- lhe beija no rosto.

Álvaro- Claro que pode, mãe- fica animado.

Avyana- Desde quando contratou essa empregada? Sabia que foi ela que me insultou naquela lojinha aquele vez?- o olha.

Subconsciente- Se ele me fizer pedir desculpas eu arrasto a cara dele no chão.

Álvaro- Dona Adelaide e Avyana, está é minha esposa, Eliza...vocês se recusaram a vir no casamento- me abraça de lado e eu solto um sorrisinho.

Adelaide- Somo assim você se casou com uma pobre, ela só está com você pelo seu dinheiro.

Eliza- Dinheiro, oh não! Eu não sou interesseira como a face de vocês duas apresentam- jogo o guardanapo na mesa e me retiro.

Subo até o quarto e jogo um pouco de água no meu rosto, estou cansada, não tenho muitas noites bem dormidas. Esses dois meses de casados está sendo um tanto quanto difícil. Ele não me suporta e eu não suporto ela, é incrível o fato de que não nos matamos ainda.

Álvaro- O que pensa que está fazendo?- adentra o quarto com bruscamente.

Eliza- Sobre o quê?- me viro ainda sentada na cadeira.

Álvaro- Você viu como falou com minha mãe e minha irmã? Foram embora ofendidas.

Eliza- Ofendidas? Quem estava sendo taxada de morta de fome e pobretona era elas?

Álvaro- Mas você deve respeita-las e eu exijo que você faça isso- fica bravo.

Eliza- Álvaro eu estou cansada, estou exausta de passar por essas coisas. Eu tentei ser legal com você, mas você é um ser humano horrível. Tenho que conviver com o fato de que minha vida, minhas vontades acabaram e ainda por cima tenho que levar insultos calada? Eu tô sem chão. Você não tem ideia de como é sempre ser maltratada, sempre comer o pão que o diabo amassou e mesmo assim ainda sorrir. Eu desejaria do fundo do meu coração que você e o Graham nunca tivessem se conhecido. Por favor, queira se retirar- sigo até a porta e seguro a maçaneta.

Álvaro- Acho que eu me importo com o que vocês passou e ainda passa? Quem tem só é piano.

Ele me olha de relance e se retira...
Estou cansada de brigar, de viver esse inferno. Eu tento relevar que fui objeto de venda para o bem da minha saúde mental, mas parece que ele faz isso pra tirar meu juízo.

{...}

Acabei nem almoçando, me deitei e acabei dormindo. Tive um sonho que eu caia de um penhasco e acordei assustada. Desço até a cozinha, pego um pão e o recheio com presunto, queijo, calabresa e orégano... faço isso em outros pães e coloco no forno pra dar uma douradinha.

Warren- Eliza, o senhor deseja ve-la.

Eliza- Ele está bem? Comeu algo que não deveria?

Warren- Não, ele só deseja que a senhora se dirija até o seu escritório.

Eliza- Então vamos lá- o sigo.

O Álvaro tem problemas estomacais e não pode comer comida ou qualquer coisa apimentada. Adentro o escritório e meus olhos batem logo onde ele estava com aquela mulher na mesa. Desde aquele dia eu nunca mais adentrei esse ambiente.

Álvaro- Eliza, ei Eliza- estala os dedos na frente do meu rosto.

Eliza- Nossa é, o que queria comigo?- faço uma expressão de confuso.

Álvaro- Meu avó deseja almoço com você final de semana.

Eliza- Tudo bem, eu irei- me pronuncio sem rodeios.

Álvaro- Se não quiser, não precisa ir! Não é obrigada.

Eliza- Não, eu faço questão de ir! Eu adoro o senhor Conrad, a companhia dele é a calmaria dos meus dias.

Álvaro- Tudo bem, o Warren irá te levar. Nossa, que cheiro gostoso- me olha.

Eliza- Já tinha me esquecido disso, se me dá licença- me retiro do ambiente.

Coloco a luva térmica e tiro a forma do forno. Coloco tudo em um prato e o Álvaro adentra a cozinha se sentando próximo a ilha.

Álvaro- Posso?- me olha e eu empurro um pouco o prato pra sua direção.

Vou até a geladeira, pego um suco de acerola que fiz no almoço, dois copos e coloco a mesa.

Me sento um pouco afastada dele e pego meu celular que estava indicando mensagens.

Álvaro- Você não colocou pimenta, não é?

Eliza- Você ainda está bem, então...eu posso não gostar de você, mas eu não tenho o coração ruim a ponto de tocar onde dói na pessoa- pego meu prato, meu suco e me levanto seguindo até o jardim.

Me sento na mesa e fico admirando a paisagem, os pássaros voando e o vento balançou o cabelo das árvores.

❤️❤️❤️

Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora