Capítulo 69- Bom Dia, Álvaro.

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🍁 Álvaro 🍁

Bem nós acabará de chegar em casa, com o senhor Conrad na nossa bota é claro. Eu tive uma emergência empresarial e tive de sair às pressas e com isso ao invés de levar as malas, acabei levando a namorada e o avô junto.

- Acho que irei para casa, eu estou totalmente acabado- meu avô suspira, apesar de ter passado os dias sentado na varanda de um hotel pintando a paisagem.

- Eu não estou afim de cozinhar, que tal pedirmos algo? Assim o Álvaro leva o senhor para casa mais tarde- Eliza sugere enquanto sorri.

- Isso não seria nada mal, quer dizer, isso é perfeito- meu avô Conrad sorri.

Eliza entra em contato com a pizzaria fazendo logo nossos pedidos. Ela se retira, ficando sentada em um lugar mais afastado e eu me aproximo dela.

- Amor, eu estava pensando seriamente, semana que vem é seu aniversário de 26 anos, não acha que poderíamos fazer uma festa? Digo, seria ótimo comemorar essa data tão especial- ela me olha seriamente- Talvez poderíamos conceber até o Álvaro júnior- mando um sorriso pra ela.

Ela sorri sem me olhar, aparenta estar distante, muito distante.

- Qual foi amor, me dá seu Sim, casa-se comigo, forme uma família comigo. Me dê sua mão- me agacho na sua altura.

- Eu não consigo!- não me olha nos olhos.

- Por quê?- fico confuso.

- Não está aqui. Está longe- isso soa estranho.

- Está no seu punho- olho pra sua mão.

- Sim, mas eu estou longe, você se lembra? Eu fui esfaqueada. Você não pode ter minha mão em casamento por que eu não sobrevivi. Eu sangrei muito- começo a chorar de desespero ao lembrar de tudo- Não achou que conseguiriam chegar a tempo, não é?- meu desespero me consome e ela desaparece.

- Vovô, cadê a Eliza, cadê a Eliza?- corro até ele, mas estão apenas o Ronan e a Averly aqui.

- Álvaro, você acordou! Você está bem?- Ronan me olha preocupado.

- Cadê a Eliza? Ronan, cadê a Eliza?- sinto meu peito se dilacerar.

- Álvaro por favor, se acalme! Certamente você se lembra de algumas coisas, mas se lembra especificamente de quando foram resgatar a Eliza das mãos do Graham?- apenas assinto- Ela entrou em luta corporal contra ele que acabou a esfaqueando que sangrou lentamente até sua morte, ela faleceu poucos minutos antes de vocês chegarem e os policiais terem tirado a vida do assassino dela. Você desolado com a perda inesperada e repentina, saiu como louco dirigindo pela cidade e acabou colidindo com outro carro e ficando em coma por três meses- ao ouvir tudo, as cenas e os momentos começam a aparecer em enxurradas em minha mente.

- Então ela não estava aqui? Era tudo coisa da minha cabeça?- fico sem chão.

- Eu sinto muito, esperávamos que tudo isso fosse mentira, mas infelizmente a vida da Eliza foi ceifada e ela não poderá, nunca se casar com você.

- Eu sei que isso vai ser difícil, muito difícil de você superar, mas todos nós estamos arrasados com isso. A Madison entrou em depressão, tentou suicídio e tivemos que interna-la, o pobrezinho do Damián só chama por ela, mas apenas dissemos que ela foi morar com o papai do céu, coisa que ele não entende ao pé da letra, já que ainda tem três anos apenas- Averly tenta dar um breve sorriso, mas seu rosto inchado e olhos vermelhos a entregam.

- E meu avô? Ele era muito apegado a ela- limpo minhas lágrimas.

- Pra ser bem sincero, ele está muito abalado. No dia do funeral dela, ele acabou tendo um infarto e por sorte havia um médico, um tio distante da Eliza presente.

- Eu preciso ir até lá, eu preciso me despedir dela. Eu quero meu avião pronto agora- fico um pouco desnorteado.

- Não será tão difícil. Sabíamos que você pretendia traze-la para Seattle então a transportamos para cá, ela está perto.

- Perto- solto um riso irônico- O amor da minha vida está enterrada a sete palmos da terra do você ainda ousa dizer que ela está perto?- a incredulidade vem junto com o desespero.

- Álvaro, se acalme por favor, não queremos outra perda- ela fica pálida.

- Eu preciso beber, eu preciso esquecer tudo- o choro me invade.

- Espere- Averly me para- No bolso da jaqueta da sua Eliza os polícias acharam essa carta, ela tem seu nome então não abrimos, pois certamente é coisa pessoal.

- Averly, enquanto eu estava em coma, eu tive alguns sonhos, nos quais a Eliza e eu estávamos felizes. Mas em um deles, a Madison contava a ela que as duas na verdade são irmãs, que o seu avô abusou dela(Madison) e a Eliza nasceu.

- Isso é verdade Álvaro, a Madison nos revelou antes de tentar cometer suicídio- seu tom é estranho.

- Mas se isso era real, e se a Eliza ainda estiver viva?

- Álvaro, sem chance cara. Você mesmo a abraçou sem vida antes de cometer seu ato de loucura, você gritava que ela não respirava, que ela estava morta e quer acreditar nisso agora? Por mais que esteja doendo, você tem que se conformar, a dor é inevitável.

- Dor de perder alguém que mais amamos não há comparação, eu poderia chegar aqui e dizer que é como levar um tiro ou até então uma facada, mas isso passa, cicatriza e tudo fica bem. Mas uma perda repentina e quase inesperada é como se seu mundo desmoronasse encima de você todos os dias, dia após dia.

- O senhor está bem?- meu avô entrar se apoiando em uma bengala.

- Estou! Nunca estamos preparados para dizer adeus, ainda mais um adeus eterno, sem qualquer chance de voltar. Eu sinto muito, meu neto- me abraça e choramos juntos.

Ele não me deixou beber, pois ao seu ver quanto mais eu evitar sentir a dor que estou sentindo, mas doloroso ficará, pois a bebida vai me deixar no mundo da lua...porém, quando o efeito cessar, sofrerei as consequências. Dito isso de um homem que perdeu a esposa de forma inesperada e que até os dias de hoje não consegue superar a perda dela.

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Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora