Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]

Capítulo 70- Nosso(Meu) Amanhã.

🌺Autora🌺

Com os dias se passando, Álvaro não consegue viver, seu mundo gira em torno de viver abraçado com fotos da Eliza, que o deixa cada vez pior. Ele não tem mais vontade de trabalhar e tampouco viver. Sempre pensa que se ele não tivesse a deixado lá para vir primeiro, ela estaria viva, estaria bem ao lado dele, mas ao invés disso se encontra em um cemitério.

- Meu amor, nunca imaginei que seria neste lugar que eu mais te visitaria- Álvaro se encontra sentado ao lado do túmulo de Eliza- Mesmo apesar de tudo, das separações, do mundo mundo todo tentando nos separar, achei que formaríamos uma linda família, você, eu, o Damián e nossos filhos... entretanto, estamos apenas o Damián e eu, já que você decidiu nos deixar tão cedo- Damián se encontra dormindo no colo de Álvaro- Está tão, mais tão difícil viver sem você. É como se com sua partida você também tivesse levado meu coração, meu minha alma, partes de mim. Não sei até quando suportarei a dor de não ter mais você aqui comigo.

Damián se mexe e o barulho da carta que Eliza deixou desperta Álvaro que estava tentando de toda forma fugir de ler, pois seu coração diz que ele sofrerá mais. Todavia, para não mais entardecer, ele decide abrir a carta, mesmo com suas mãos trêmulas.

Na carta diz.

Olá meu amor, eu espero que você esteja bem, apesar de estar lendo está carta...e se está lendo significa que eu parti, então atentamente eu lhe digo:

Eu digo adeus, porque mais cedo ou mais tarde a morte virá me procurar e eu desaparecerei da sua vida. Mas não quero que você tome esta carta como o último adeus, porque é uma carta de amor. Onde a morte me levar, vou te esperar. Vou esperar por você por um longo tempo, mas quando você chegar, vou esperar por você com um abraço e um beijo. Vou deixar entalhes ao longo do caminho para que você possa me seguir, mas deixe-me algum tempo, Não tenhas pressa e cuidarei de ter tudo pronto quando você chegar. Até que nos encontremos novamente, quero que você faça uma coisa: viva plenamente. Que você ria, que você dançe, que fique animado, que se apaixone. E, se necessário, me esqueça um pouco. Não tenha medo da minha partida, porque continuarei cuidando de você, continuarei lhe dando toda a minha força, todo o meu apoio, todo o meu amor. E eu não gostaria de ir embora sem você saber o quanto estou feliz por a vida nos unir, pela facilidade com que você fez as coisas, porque me ensinou isso. A felicidade era muito mais simples do que eu pensava.
Esta é a razão desta carta. Porque dizer a você que eu te amo estaria me repetindo demais, tantas vezes eu disse a você todos os dias. Mas nunca lhe disse que aprecio o que você fez por ser participante e arquiteta dos meus dias felizes. Portanto, não importa o quão longe eu vá, sempre esperarei por você. Porque este não é o último adeus, mas o último adeus. A próxima vez que nos encontrarmos será para sempre.
Não pensem em mim com pena ou tristeza, sorriam!

Em cada palavra desta carta, ao mesmo tempo que aquecia o coração dele, também o dilacerava um pouco mais. Álvaro não pretendia ser feliz, tampouco se apaixonar novamente por outro alguém que nunca mais haveria de ser a Eliza.

- Eu sinto muito meu amor, eu sinto muito por você ter partido achando que eu não lhe amava mais e que ao invés disso eu lhe odiava. Eu poderia muitas coisas nessa vida, mas jamais odiar-te.

Sem perceber, lágrimas escorrem pelos seus olhos lavando não só seu rosto, mas também sua alma.

- O ruim de perder alguém para a morte, é ter que aceitar que não importa o quanto você chore, não importa o quanto você enlouqueça com a ausência, não importa o nível da sua dor, nada a trará de volta. A dor do luto é algo que nunca passa, ela dói o resto da sua vida- Damián acorda com suas palavras e fica em silêncio.

Após ficarem mais um tempo sentado na grama, ao lado da linda foto da Eliza. Álvaro se levanta segurando a mãozinha do Damián e os dois seguem em direção ao por do sol.

- Tchau nana- Damián olha para trás acenando com a mão e Álvaro olha triste.

Juntos e de mãos dadas os dois caminham diante de um futuro incerto, sem rumo, sem sonhos, sem a alegria que infelizmente os foi tirada. E Damián sim, por ser ser um pequeno ser com a essência de sua pureza, conseguiu ver a bela silhueta de sua adorável Eliza, que ele amava chamar de nana...sentada em frente a eles, sorrindo enquanto segurava a mão dos dois. Ao se despedirem ela ficou lá, acenando para eles e com o coração aflito pela infelicidade de ambos e os deixando partir, já que ali era seu novo lar.

Uma brisa calma e suave tocou o rosto de Álvaro e Damián, os despertando de devaneios entristecidos. Portanto, Álvaro vendo aquela pequena criaturinha grudada em sua mão, com o semblante calmo, mas entristecido decidiu o leva-lo até uma sorveteria...para ver se conseguia animar aquele pequeno e pálido garotinho. Ele consegue notar que Damián de fato não sorri mais como antes e também pôde notar como ele está emagrecendo como a Coral havia dito, pois ele está abatido sentindo falta da Eliza e não tem apetite.

- Vamos lá grandalhão, escolhe seu sorvete- olha sorrindo pra ele.

- Eu quero aquele e o de cocholate- sorri.

- Já sabem o que vão pedir?- uma atendente espera a resposta.

- Vamos querer duas casquinha de cestinha, uma com flocos e chocolate e outra de chocolate e creme de avelã.

- Certo, em um instante eu trago para vocês!- se retira sorrindo.

A notícia do falecimento da namorada do empresário Álvaro Damien foi publicada em um jornal, e isso o deixou devastado. Todos sabem do ocorrido e muitos olham pra ele com pena, o que o deixa ainda mais angustiado.

- A nana falou que vai nos proteger- ele olha para o Álvaro e solta um pequeno sorriso.

- Eu fico muito feliz por isso- Álvaro solta um sorriso sincero, mesmo com seu coração querendo chorar.

Sem muita demora a garçonete chegou com o pedido dos dois. Damián começou a sorrir e a dizer que a nana dele nunca negou sorvete a ele, no entanto chocolate ela não autorizava ele a consumir. Após o sorvete os dois deixaram o carro em um lugar seguro e foram aproveitar o restinho de tarde que lhes restava do dia. Damián ficou animado, dizendo que estava muito legal, pois apesar de triste, ele sabia que a nana estava com ele e assim o coração do Álvaro foi se acalmando, pois ele sabia que era o dever dele dedicar sua vida para aquela pequena criança que era motivo de felicidade para a sua amada, sem saber que um seria a cura do outro, o equilíbrio.

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