🌺Autora🌺
Álvaro precisou fazer algumas viagens e acabou deixando a Eliza na casa com seu avô, já que ele não se sentiria bem deixando sua amada sozinha naquela imensa casa e seu velho e ranzinza avô.
- Minha querida, algo lhe aflige... gostaria de compartilhar?- senhor Conrad se vira pra ela a olhando com ternura.
- O senhor acha que o Álvaro seria capaz de fazer o mesmo que o seu filho? Digo, ele seria capaz de querer formar outra família além de mim?- sua espressão é de confusa e medo ao mesmo tempo.
- Bem...como posso dizer isso- Conrad fica pensativo- O Álvaro tem vários defeitos, não nego, mas eu te garanto que ele é homem o suficiente para saber o que é certo e errado, raramente eu colocaria a mão no fogo por alguém, mas se tem alguém por quem eu coloco é o Álvaro, pois eu o criei, eu o ensinei os princípios da vida. Se em algum momento ele pensar nessas coisas, eu mesmo darei uma lição nele- ele sorri.
- Mas se o senhor também criou seu filho, como ele foi capaz?- Eliza se espanta com sua própria pergunta- Me desculpa, eu não quis ser invasiva.
- Tudo bem, essa é uma boa pergunta...vou chutar que quando uma pessoa não tem caráter, não tem educação alguma que a faça ser honesto, fiel e por aí vai. Eu tive muitas oportunidades de trair minha amada, mas em nenhuma delas eu me interessei, pois meu coração, ou melhor dizendo, por completo eu já pertencia a ela. E eu não ousaria trocar minha felicidade real por uma felicidade momentânea.
- Fico feliz que o senhor tenha honrado ela até o momento em que ela esteve em vida.
- E como você pode ver, estou honrado até os dias de hoje- os dois caem na gargalhada.
- Acho que só por que o senhor quer, eu ousaria dizer que as coroas adorariam ficar ao seu lado.
- Não, não, eu prefiro minha paz- ele ri- Minha cara, vou te dizer uma coisa e eu quero que a leve para a sua vida. Apesar de ter sido feliz no meu relacionamento com minha amada, nós brigávamos bastante, sempre tinha uma discussão boba, ciúmes... qualquer coisa para nós tirar da rotina...mas todos relacionamentos são como um avião, tem momentos que estão plenos e tranquilos, mas em outros momentos aparecem as turbulências e é nesses momentos que acontece a prova se realmente se amam. Nós dois tínhamos muitas turbulências, mas o amor um pelo outro não deixava durar mais que minutos- seus olhos se enchem de lágrimas ao se lembrar.
- Obrigado por me dizer, pois em qualquer briga que eu tenho com o Álvaro minha vontade é de mandar ele lá pra Oz para o mágico cuidar dele- os dois riem.
- O importante é, conversem. Conversem sempre sobre tudo, mesmo quando as conversar são difíceis. Por que silêncio são pedras e pedras transforma-se em muros, muros dividem- ele manda uma piscadela para a Eliza.
- Muito bem, muito bem! O que o senhor está pintando desta vez?- Eliza e levanta e vai até ele- Que lindo, o senhor é um pintor nato- ele sorri todo bobo.
Senhor Conrad sem nada para fazer, está pintando as teclas do seu lindo piano.
- Eu nunca tive uma filha, mas fico feliz em dizer que você é como se fosse a minha menininha- ele sorri.
- E eu nunca tive um pai, mas fico feliz em dizer que o senhor e como se fosse meu paizinho- os dois sorriem animadamente.
Álvaro sabia bem que os dois juntos fariam um bem danado um para o outro. Senhor Conrad sente falta de ter alguém sincero para conversar e a Eliza sente falta de ter o amparo de alguém mais velho...eles são como remédios um para o outro, como um pai é um herói para a filha e como uma filha é uma princesa para o pai.
- Eliza, meu amor...eu cheguei- ela ouve e corre em direção a voz.
Depois de quatro dias fora, Álvaro finalmente retorna para casa cansado e acabado de tanto trabalhar.
- Meu Álvaro- sua empolgação é tamanha que ela pula em seu colo como se fosse uma criança de sete anos.
- Eu senti sua falta, minha linda. Eu não conseguia ver a hora de voltar para casa e poder me aconchegar em seus braços- Álvaro a aperta como se o mundo fosse acabar.
- Bem, vejo que perdi minha companheira- ele cumprimenta o neto.
- Que isso Conrad, o senhor não mora nem a três quilômetros de casa, é só ir até lá, eu posso não ficar em casa, mas a Eliza estará.
- Bem, depois não vá se arrepender de ter me informado se me ver com frequência assaltando sua geladeira- todos eles riem.
- Eu havia oferecido um emprego pra ela, mas ela recusou na cara dura. Apesar disso, ela voltou a escrever roteiros.
- Fico feliz com isso, as vezes nada é melhor do que fazer algo que nos agrada- senhor Conrad pisca pra Eliza.
- Engraçado, quando foi minha vez querer fazer algo, eu não tive opção de escolha- Álvaro usa a ironia.
- Águas passadas! Pode não ter tido escolha, mas é um dos homens mais bem sucedido que eu conheço. Não reclame de barriga cheia.
- Bem, vocês dois parem com isso e façam o favor de me ajudarem no jantar- Eliza vai na frente chamando os dois.
Os dois estavam tentando deixar a Eliza completamente doida naquela cozinha. Ficavam trocando farpas ao mesmo tempo em que gargalhavam de tudo. Eliza pediu para que eles fossem até a dispensa buscar o azeite e os camarões no freezer, porém passaram-se cerca de uns cinco minutos e nada daqueles dois voltarem. E foi aí que ela decidiu ir atrás deles e acabou se deparando com uma cena deplorável. Os dois estavam parados a sua frente, brancos como a neve por terem brincado de guerrinha com a farinha de trigo, mas no meio da brincadeira foram pegos no pulo. Eliza balançou a cabeça sem saber se ria ou ficava brava com a situação. Quando ela resolveu que não havia necessidade de se estressar e fez uma espressão mais calma, acabou levando farinhada no rosto, a deixando assustada já que não que esperava pela ação dos dois indivíduos que riem na cara do perigo e brincam com a morte.
Os dois apreensivos com cisma dela brigar, sorriram de nervoso olhando para ela e Eliza por sua vez não se aguentou e caiu na gargalhada. Eles estavam pior que o fantasminha camarada de tão brancos.
Eliza parou para pensar e refletiu muito que são esses momentos que valem a pena, que são são esses momentos que devem ter total controle da nossa mente e do nosso coração.Depois do banho de farinha, eles correram para fora da casa e usaram a mangueira de água para tirar todo o excesso da farinha que se caísse por mais cômodos da casa seria ultraje para limpar. Quando estavam já limpos voltaram a cozinhar e o restante da noite foi apenas risadas e conversas animadoras. Álvaro nunca mais havia tido esses momentos com seu avô desde a infância... Eliza percebeu o quanto aquilo significa pra ele e os ajudou a se "conhecerem e se reconectarem" novamente.
❤️❤️❤️
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Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]
RomanceA vida da Eliza nem sempre foi fácil, ela teve que batalhar bastante para conquistar o pouco que tem. O amor para escrever roteiros foi o motivo dela sempre se manter de pé, na esperança de futuramente ter boas oportunidades, mas nem sempre as coisa...