Capítulo 49- Radioatividade.

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🌺Eliza🌺

Deixei o Damián na creche a pouco, ele estava todo animado para brincar com as outras crianças, já que em casa ele não tem ninguém pra brincar além de mim! Então ele precisa brincar com quem divide os mesmos neurônios que ele. Adentro a cafeteria, faço meu pedido e me sento em uma das mesas, quer dizer, na cadeira de uma das mesas. Pego uma revista e começo a folhear, enquanto meu pedido não chega.

- Ora, ora se não é aquelazinha- nem faço questão de olhar- Ei, estou falando com você- fica brava e eu não ligo.

- Não está ouvindo ela falar?

Eliza- Como posso ouvir quem não dou a mínima?- viro a folha da revista.

Cora- Acha que vai conseguir ficar com o Álvaro? Ele é meu, só meu!

Eliza- Ele poderia ser seu, pois está livre...se não estão juntos significa que ele não te quer- solto o riso sarcástico.

Cora- Na verdade, estamos juntos, só não dissemos isso a ninguém! Aliás, não devo satisfação a você!

Eliza- Eu queria te zoar, mas a natureza já fez isso pra mim- as olho- Muito obrigado- falo pra moça- A senhorita teria como informar aos seguranças que essas duas moças estão me incomodando? Como uma fiel cliente, mereço tomar meu capuccino em paz.

Garçonete- Sim, claro! Irei os avisar.

Avyana- Não, não precisa! Já estamos de saída- se retiram enquanto me olham feio.

Eliza- Obrigada- ela sorri e se retira.

Duas distintas senhoras começam a conversar como se estivessem a um bom tempo sem se ver.

- Como vão os seus dois filhos...a Rosa e o João Miguel?

- Ah! Querida...a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso! É ele que levanta de madrugada pra trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, arruma a casa, lava louça, recolhe o lixo e faz a faxina. Só depois é que sai para trabalhar, em silêncio, para não acordar a minha filha. Um amor de genro. Benza-o ó Deus!

- Que bom, amiga! E o seu filho, o João Miguel? Casou também?

- Casou sim, querida! Mas tadinho dele, deu azar de mais. Casou-se mal...imagina que ele tem que levantar de madrugada pra trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, arrumar a casa, lavar a louça, recolhe o lixo e ainda tem que fazer a faxina! E depois de tudo ainda sai pra trabalhar em silêncio, para sustentar a preguiçosa da minha mora.

Eliza- Velha hipócrita- solto um riso discreto- O filho dos outros pode agradar e ajudar a filha dela, mas o filho dela não pode agradar e ajudar a filha dos outros. Essa idade é uma merda.

Álvaro- O que é uma merda?- chama minha atenção.

Eliza- A terceira idade!- ele se senta.

Álvaro- Estou confuso!? Eles não são adoráveis?

Eliza- Sabe aquelas duas?- aceno discretamente e ele confirma- Uma delas estava dizendo que a filha se casou bem, que o marido faz de tudo na casa e por ela. Já o filho já se casou mal, pois faz de tudo dentro casa e pela esposa. O filho dos outros pode supostamente ser um empregado pra filha dela, mas o filho não pode ser supostamente empregada da filha dos outros.

Álvaro- A noção passou longe, não?- faz seu pedido.

Eliza- É muita hipocrisia! A mulher obviamente está exausta por cuidar da criança o dia todo. Mudando de assunto, o que faz por aqui?

Álvaro- Vim ver você! Sei que todos os dias, ás 08:10 você vem aqui tomar um capuccino de chocolate com pão doce.

Eliza- Você anda me espionando?- fico curiosa.

Álvaro- Não posso ficar sem ver o amor da minha vida!

Eliza- Sua irmã e sua ex passaram aqui a pouco- tento mudar de assunto.

Álvaro- Eu sei, eu as segui até aqui!

Eliza- Está vendo? É isso que eu não quero em minha vida! Eu quero paz, sossego! Quero me sentar aqui todas as manhãs e tomar meu capuccino apreciando essa bela vista do parque.

Álvaro- E eu também quero que você tenha isso! Uma coisa, final de semana eu tenho uma festa para ir, você gostaria de me acompanhar?- sorri.

Eliza- Álvaro, isso não seria nada apropriado!

Álvaro- Seja minha amiga e me acompanhe nesta festa! Sei que agora todos sabem que fomos casados, mas eu não me importo, como não me importava se soubessem quando estávamos juntos.

Eliza- Tudo bem! Deixarei o Damián com a tia Coral e você pode ir me buscar.

Álvaro- Mal posso esperar- fica todo animado.

Eliza- Bom, está certo! Agora eu tenho que ir, tenho muito trabalho hoje.

Ele sorri alegremente, pago meu capuccino e me retiro da cafeteira. Não sei ao certo o que está acontecendo, mas aquele calafrio que percorre no corpo quando uma pessoa chega perto, voltou a acontecer...um frio na barriga seguido do coração acelerado...

❤️❤️❤️

Amanhã É Outro Dia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora