Nova Missão: Quebrar as barreiras.

87 6 4
                                    

Point Of View - Justin Bieber.

A primeira coisa que eu sinto assim que abro os meus olhos, é uma pontada forte na minha cabeça do lado esquerdo. Fecho os olhos novamente, sentindo que minha boca estava seca e que todo o meu corpo estava dolorido, como se eu tivesse sido atropelado.

Por que eu estava assim?

Memórias do dia anterior invadem a minha mente e eu tenho alguns flashes do momento em que eu estava no meu escritório e que tive a sábia decisão de tomar uma garrafa de whisky barata que estava jogada na minha gaveta, há meses.

Coloco um dos braços sobre o meu rosto e solto um longo suspiro.

A minha noite de sono não tinha sido totalmente agradável, graças aos diversos pesadelos que eu tive sobre aquela maldita caixa que eu havia recebido em minha sala de reuniões. Alguém havia se dado ao trabalho de matar um bichinho de uma forma cruel, apenas para demonstrar o que queria fazer comigo. E isso ainda estava embrulhando o meu estômago.

A verdade é que eu estou tão de saco cheio de tudo isso; estou de saco cheio de carregar todo esse peso nas minhas costas. O peso de ter um cargo como o meu, o peso de estar por trás de uma investigação tão relevante para o meu país.

Robert já me disse várias vezes para simplesmente desistir, para dar uns passos para trás e permitir que a CIA resolva isso, afinal, eles tem o treinamento adequado. Mas eu sinto que preciso fazer isso, sinto que é a minha obrigação. Essa é a única maneira das pessoas verem o quanto eu sou capaz de exercer essa função, a única maneira das pessoas saberem que meu tio me escolheu porque eu sou capaz, não por ser alguém da família. Eu sinto que preciso provar o meu valor nesse cargo, sinto que é a minha obrigação mostrar para eles que eu posso fazer isso, que tenho competência. Mesmo que a minha idade diga o contrário.

Respiro fundo e tomo coragem para finalmente levantar da minha cama, jogo o edredom de lado e me sento rapidamente, sentindo mais uma pontada forte em minha cabeça.

- Porra! – sai como um resmungo.

Levanto da cama com cautela e vou em direção ao meu banheiro. Decido tomar um banho bem gelado e depois de fazer toda a minha higiene matinal. Eu me visto com uma calça jeans, uma camisa comum e um par de tênis. Antes de começar de fato o meu dia, eu precisava tomar um bom café.

Saio do quarto e tudo o que eu encontro é o silêncio, um silêncio que já havia virado um hábito para mim. A xícara com o café quente já estava posicionada em uma das pontas da mesa, como todos os dias, junto com algumas opções de coisas para comer. Meu estômago parece dar uma cambalhota em minha barriga, e não sei dizer ao certo se era de fome ou se era enjoo.

Meus olhos passam pela sala de jantar enorme e vazia, e eu demoro alguns segundos para entender que não queria estar aqui agora. Não que isso signifique alguma coisa, já que ultimamente eu não sinto vontade de estar em lugar nenhum. Nenhum lugar parece seguro mais, nenhum lugar parece confortável, nenhum lugar parece um lar.

E a pergunta que me faço é, em algum momento eu já tive um lar? Se tive, foi em uma fase em que eu era novo demais para me lembrar com exatidão da sensação.

- Bom dia, sr! Dormiu bem? – a voz do Robert diz de algum lugar, mas não me dou o trabalho de virar e ver a onde ele estava.

Sentia que meu dia estava uma merda, e ele mal havia começado.

- Bom dia, Robert. - falo com pouco entusiasmo.

- O sr precisa de alguma coisa? Quer que eu chame a sua assistente?

Keeping You Safe Onde histórias criam vida. Descubra agora