Keeping You Safe

A missão está concluída

Point Of View – Sara Evans.

Houve uma época em que eu odiava a minha versão raivosa, uma época em que eu faria de tudo para não deixá-la transparecer. E tudo o que eu ouvi durante todo o meu treinamento era que eu jamais deveria deixar a minha raiva tomar conta, porque pessoas com raiva não raciocinam, pessoas com raiva são incapazes de agir com frieza e com lucidez. São incapazes de serem racionais e calculistas. 

O engraçado é que eu não consigo ver sentido algum nesse ensinamento, não consigo ver sentido em algo que me torna forte. E só agora eu consigo ver isso com nitidez. A raiva pode te deixar cego e inconsequente, mas ela também te deixa forte e veloz. 

Eu sinto algo encostando contra a minha cabeça, mas a minha mente raciocina muito rápido o que está acontecendo, ao ponto de mandar o comando imediato para o meu corpo.

Desvie.

É tudo o que o meu cérebro me diz, e é exatamente o que eu faço, jogando o meu corpo para o lado antes mesmo que a batida pudesse ser mais forte ao ponto de me apagar. Viro o meu rosto no momento exato em que vejo um pedaço de madeira deslizar com força no ar, no lugar a onde a minha cabeça devia estar. Usando uma força que me apagaria em segundos.

Mas atingindo o nada. Porque eu fui mais rápida. Porque eu estava cega pela minha raiva e seria capaz de qualquer coisa para colocar as minhas mãos na Primeira Dama agora, jamais deixaria alguém me tirar da merda do jogo. Se ela quer me parar, vai ter que me matar com suas próprias mãos. 

- Porra! – o homem de estatura mediana resmunga, quando nota que não conseguiu me atingir e os seus olhos vão para a mulher sentada no mesmo segundo, completamente chocado com o que acabara de acontecer. – Ela desviou. – ele diz com os olhos arregalados. Ela viu, idiota. Não é cega.

- E agora ela vai pegar você. – aviso, indo em direção ao homem, que mal tem tempo de reagir ao que está o atingindo. Dou uma cotovelada contra o seu queixo, vendo seu rosto virar para trás com certa rigidez, antes que ele me encarasse raivoso.

Aproveito o seu desleixo e tiro o pedaço de madeira da sua mão, já que seu aperto no objeto havia diminuído. Ele tenta me atingir um soco, mas me abaixo rapidamente, o fazendo socar o vento. Agarro o pedaço de madeira com força e pego impulso com ele, antes de atingir uma de suas pernas com toda a minha força. 

Ele solta um grunhido e começa a cambalear para trás, aproveito desse momento para atingir a outra perna. Ouvindo mais um resmungo da sua parte, antes que ele caísse com tudo no chão.

Me aproximo do seu corpo e coloco o meu pé sobre o seu peito, pressionando com força.

- Sua vadia. – ele xinga em meio aos resmungos de dor.

- Nossa, como estou ofendida. – agarro a arma no meu cós e a destravo, apontando em direção a sua testa.

Ele arregala os olhos e antes que pudesse fazer qualquer súplica, eu efetuo um único disparo contra a sua cabeça. O matando de forma instantânea. Não vou perder meu tempo com um capanga, meu foco é ela. Somente ela. 

Me viro para a Primeira Dama que parece pouco surpresa com a minha atuação, talvez estivesse tentando manter a pose.

- Você pode jogar sujo o quanto quiser, isso não vai impedir que eu te mate. – ela abre um sorrisinho para mim e cruza os braços.

- Você pode ser muito boa no seu trabalho, garota. Mas isso não significa que será páreo para mim, afinal, você é só uma e eu tenho vários homens a minha disposição.

Assim que ela termina a sua fala, vários homens começam a entrar na sala a onde estamos. Como um exército. Todos se posicionando ao seu redor, como se me dissessem de forma silenciosa que eu só chegaria nela, se derrubasse eles.