Nova Missão: Aceitação

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Point Of View – Justin Bieber.

 

Minha cabeça está girando enquanto eu observo o médico em minha frente conversar com a minha tia sobre a minha melhora nos últimos dias e confirmando o que eu já havia dito, que eu já estava liberado para voltar ao trabalho e que não precisava mais de tantos cuidados.

Autorização essa que eu sabia que não importava para ela, já que não importa quanto tempo passe, a minha tia vai continuar achando que eu preciso estar sob a sua supervisão.

- Só se passaram algumas semanas, você tem certeza que ele está bem? – ouço ela perguntando mais uma vez e um suspiro escapa dos meus lábios.

Só queria ir para casa.

- Sim, senhora Bieber. O seu sobrinho está perfeitamente bem e já pode voltar a todas as suas atividades.

- Mas ainda não passou nem um mês da agressão que ele sofreu.

Meus tios tiveram acesso a algumas informações sobre o que tinha ocorrido em relação a mim e a Jones – tirando a parte de que ela estava armando para me matar desde o princípio, por conta da minha investigação – o que eles sabiam é que ela tinha armado para mim. E acho que isso era o bastante.

Lembro perfeitamente da reação da minha tia quando o Robert a contou sobre a Jones, logo após ela ter perguntado diversas vezes sobre o paradeiro da mulher. Ela ficou desacreditada e disse que jamais poderia esperar algo assim de alguém que parecia se importar tanto comigo e com o meu bem estar.

Pois é, tia. Também fiquei surpreso quando soube.

Eu ainda estava absorvendo todas as informações que me foram passadas e ainda era difícil acreditar na ideia de que eu estive apaixonado pela pessoa que tentou me matar, na verdade, era difícil acreditar que a Jones estava infiltrada esse tempo todo.

Talvez para algumas pessoas tudo isso seja óbvio, já que ela sempre foi “estranha”, distante, e, na maioria das vezes, muito fria. Mas eu sempre pensei que essa era a maneira que ela encontrava para se proteger de alguma coisa.

Agora consigo entender a razão dela nunca entrar em assuntos íntimos e sempre fugir de questionamentos que envolviam os seus familiares e sua vida fora do trabalho. Eu não podia ter informações de quem ela verdadeiramente era.

Tudo era tão óbvio.

- Acho que já acabamos por aqui. O médico já deixou claro que eu sou cem por cento capaz de cuidar de mim mesmo pelos próximos dias, então tudo o que eu quero agora é ir para casa. – me levanto com a ajuda das muletas, ganhando a atenção do casal que ainda discutia sobre mim, como se eu fosse uma criança indefesa.

Minha tia vem em minha direção rapidamente, segurando um dos meus braços, tentando oferecer um apoio que eu já tinha com as muletas.

- Querido, você acabou de passar por uma situação traumática. Esse não é o momento para ficar longe de sua família.

Família?! Eu teria debochado de sua fala, mas acho que isso tornaria tudo pior.

- Eu entendo o seu ponto, mas tudo o que mais quero agora é ficar sozinho. – encaro o médico. – Obrigado pela atenção, doutor. Se eu sentir alguma dor incomum, te ligo.

- Certo. Faça isso, Sr. Bieber. Estarei a sua disposição. – fala educado e se aproxima de mim, me cumprimentando com um aperto de mão. – Saiba que é uma honra atender o sobrinho do nosso Presidente.

Sinto uma vontade imensa de esboçar o meu tédio com a sua bajulação barata e desnecessária, mas prefiro guardar isso para mim e apenas assinto, me retirando do seu consultório enquanto ouço ele continuar com as suas bajulações para a minha tia. 

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