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Olá, queridos leitores.
Espero que gostem e aproveitem o capítulo, votem e comentem, por favor.
Boa leitura a todos.

>.<

- Bom dia, diretor Hanks. - aperto sua mão pelo cumprimento.

Hanks me indica a cadeira na frente de sua mesa para que eu me sente, logo, eu me sento com toda a educação que recebi durante esses anos. O escritório é revestido pelas paredes cinzas, prateleiras marrons onde há quadros de diplomas, acredito que seja dele ou dos filhos, quadros com fotografias de jovens e também prêmios.

- Seu pai e sua mãe me disseram que é uma garota esforçada e centrada nos estudos, e que não teríamos problemas com paparazzis. - ele se senta em na cadeira entrelaçando seus dedos na frente de seu corpo.

- Eles estão certos, não pretendo dar problemas com os paparazzis. Se eu pudesse, gostaria de ser completamente invisível. - respondo totalmente sincera.

Ser invisível teria me poupado frustrações, teria me dado uma mãe de verdade e um pai de verdade e eu não teria tido tantos problemas comigo mesma. Mas, por outro lado, eu penso que se eu tivesse uma vida monótona, sem riqueza e nem luxo, eu não teria conhecido Marina e não teríamos desenvolvido uma relação tão boa e tão carinhosa.

- Fique tranquila, senhorita...

- Pode me chamar de Lana, diretor. Muitas pessoas já me chamam por ‘senhorita Brassard’. - o interrompo já cansada de ouvir ‘senhorita’.

- Desculpe, Lana. - sorrimos um para o outro em concordância - Bom, esse colégio tem uma pequena fama de ser um dos melhores do país e, para essa fama continuar prevalecendo, nós exigimos dos alunos disciplina e esforço, tanto dos alunos pagantes quanto dos alunos bolsistas. Não somos tão rígidos, mas sabemos quando precisamos ser.

- Entendi. - balanço a cabeça concordando - Há alguma atividade extra-curricular? Do tipo boxe, dança?

- Boxe não, mas sim, há atividades extra-curriculares. - ele abre uma das gavetas pegando dois papéis e os entrega a mim - Bom, um desses papéis é das atividades extra-curriculares e o outro é sobre as aulas deste ano.

- Certo. E quanto aos armários e o material? Meus pais não me disseram nada, então eu não trouxe nada. - dou de ombros.

- Eu vou dar a chave do armário pra você, Lana. Sobre os materiais, eu entreguei uma lista ao seu pai e ele me informou que compraria e chegaria para você, no máximo, até amanhã.

E por que ele não me disse?

- Tudo bem.

- Então, vamos conhecer a sua nova turma? - Hanks sugere se levantando e fazendo com que eu me levante também.

- Vamos. - sorrio.

Por fora eu sorrio, mas por dentro eu tremo de ansiedade. Durante o caminho, o diretor Hanks vai me contando a história do colégio, o quanto ele foi e é importante para os nomes mais renomados na Inglaterra e na Europa e o quanto meu pai e minha mãe fizeram a decisão certa em me colocar ali - claro que isso foi puxando um pouco do saco dos meus pais, pela fama que eles têm.

Contou também sobre os eventos esportivos, festivos, letivos e sobre o sistema de notas. Por fim, chegamos à sala onde a aula já estava acontecendo, porém ela foi pausada quando o diretor Hanks e eu entramos na sala.

- Com licença, turma e professora Johnson. Essa é a nova aluna Lana Brassard.

Posso sentir todos os olhares daquela sala em mim o que faz com que as minhas bochechas queimem de vergonha, eu já estou acostumada a ter pessoas olhando para mim a cada passo que dou, mas dessa vez é diferente. 

- Seja bem-vinda, Lana. - a professora me deseja ao estender sua mão e eu apertá-la - Pode se sentar ao lado de Rachel. - aponta para a menina que eu já havia conhecido alguns momentos atrás.

Enquanto eu me dirijo a mesa perto de Rachel, posso escutar o diretor Hanks pedindo um momento com a professora Johnson do lado de fora da sala.

- Oi, Lana. - Rachel fala comigo animada.

- Oi, Rachel. - sorrio educadamente e querendo enfiar a minha cabeça em um buraco na terra por sentir os olhares da sala ainda sobre mim.

- Pronto, turma. - Johnson entra na sala retomando as atenções da turma para ela - Vamos continuar com a nossa aula. - sua atenção se volta para mim - O que vocês sabem me dizer sobre a Revolução Industrial? 

Ninguém levanta a mão para responder a professora, só olham um para o outro, a minha única reação foi revirar os olhos e levantar a mão pronta pedindo permissão para falar.

- Pode falar, Lana. - Jonhson me deu a palavra e todos os olhos da sala se viraram para mim. 

Isso já tá ficando ridículo, eu virei um ET?

- Foi um período de grande desenvolvimento tecnológico que começou na Inglaterra no século XVIII, houve o surgimento da indústria e fortaleceu o processo do capitalismo.

- Muito bem, Lana. - ela sorri.

O resto da aula se estendeu sobre o capitalismo e as revoluções até o sinal tocar e a aula acabar. Percebendo que não terá troca de sala, pego o papel que o diretor me deu em questão das aulas.

- Oi, aluna nova - sou tirada de meus pensamentos pelo mesmo garoto loiro que estava com Rachel quando eu pedi ajuda e outro garoto moreno com olhos castanhos claros.

- Oi. - sorrio educadamente.

- Eu sou o Niall... - ele é interrompido em sua apresentação.

- E eu sou o Liam.

Eles são uns gatos, isso eu não posso negar.

- Niall é meu namorado, Lana, e Liam é nosso amigo. - Rachel comenta.

- Isso mesmo. - o loiro beija a bochecha da garota.

- Você é bolsista? - o moreno pergunta.

- Não, o meu pai paga o colégio. - respondo tentando cortar o assunto, mas...

- E quem é seu pai? - Niall pergunta.

Ele não conhece o meu pai? Não que eu esteja sendo arrogante e querendo ser nojenta e metida e superior, mas ele não reconheceu o meu sobrenome?

- Bom dia, turma. - o professor chega na sala me salvando.

Não gostaria de responder quem é meu pai ou a minha mãe. Se eles não sabem é muito melhor para mim, não sei se são confiáveis e, pelo meu histórico, eu só encontro pessoas não confiáveis.

- A gente conversa mais no intervalo. - Rachel diz sorrindo.

Sorrio de volta e os meninos voltam para os seus lugares. Rachel realmente acha que eu vou me juntar a ela no intervalo? Eu vou acabar me escondendo em qualquer lugar só para fugir da inclusão social e de questionamentos.

Eu sou melhor assim: sozinha.

The Poor (Rich) Girl | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora