10

97 18 36
                                    

Olá, queridos leitores.
Espero que gostem e aproveitem o capítulo, votem e comentem, por favor.
Boa leitura a todos.

>.<
[LANA]

Assim que o sinal tocou para o intervalo, me misturei com o restante da turma e consegui sair do campo de visão da Rachel e dos seus amigos. Eu não queria almoçar com eles para ficar respondendo aos seus questionamentos sobre a minha vida.

Enquanto ninguém me reconhecer pelo meu sobrenome e não vir me pedir “ajuda” em qualquer área do mercado de trabalho, está ótimo para mim.

Não me levem a mal, eu não tenho vergonha do meu sobrenome e nem dos meus pais, mas isso só me traz pessoas interesseiras, um mundo interesseiro, desde a infância foi desse jeito e eu não estou a fim de ter essa experiência mais uma vez.

Por isso, eu me refugiei em uma parte do jardim em que eu achei estar segura das vistas de outras pessoas, então fiquei por lá durante algum tempo, porém, tive que ir ao banheiro cujo não foi muito difícil de achar.

Logo que saí do banheiro, um cara muito desatento esbarrou em mim e, quando o mesmo me encarou, eu encontrei duas esmeraldas no lugar dos olhos, sua pele clara e seus cabelos castanhos com alguns cachos, como ele era bonito, mas bem desatento. E por algum motivo que eu desconheço, senti que o meu coração acelerou um pouco em suas batidas.

Que porra é essa?

O cara não tirou os olhos de mim, o que eu achei bem estranho, por isso, antes que ele me perguntasse qualquer coisa, eu o desculpei e “corri” pelo corredor até voltar para a parte do jardim em que eu estava e, assim que eu cheguei, verifiquei se ele não tinha me seguido.

Ele é mesmo muito bonito.

Me sentei na grama encostando as minhas costas no muro e só fiquei olhando para o resto do ambiente, do céu, para mim mesma, e pensando que para um primeiro dia de aula, eu vim bem despreparada, não trouxe livros tanto escolares quanto os de entretenimento e nem trouxe fones de ouvido, porém, amanhã será diferente.

Até que o primeiro dia de aula não foi tão ruim, até agora, os professores do primeiro período foram bons, estão em uma parte da matéria que eu ainda tenho algum conhecimento, então está tudo certo. Comecei a pensar que, como todos estão no refeitório e o corredor vai estar um pouco mais vazio, sem toda aquela muvuca, eu fui procurar pelo meu armário.

O número que consta na pequena chave que o Hanks me entregou é 436-B, então vou atrás do mesmo. Rapidamente entro por um corredor com paredes brancas assim como o piso, armários em cinza metal, com cartazes de festivais, aulas extras, comemorações, medalhas do time da escola e os auto-falantes pelos quais a direção se comunica com o resto do colégio.

É bastante bonito e moderno.

Após caminhar um pouco pelos corredores cheios dos armários, encontro o 436-B e pelo o que vejo, de armários com decorações que mostram as características dos alunos, vou poder fazer o mesmo sem sofrer alguma represália. Eu até agradeço pelos armários, no Brasil eu levava todos os materiais na mochila, e era pior quando os livros novos chegavam pois o peso era dobrado. Os meus ombros não aguentavam e doíam muito.

Abrindo o armário, noto que o mesmo tem quatro divisórias - três divisórias são de tamanho igual e a segunda divisória é um pouco maior e tem dois cabides, deve ser para colocar a bolsa ou algo assim -, mas parece que o que eu tiver para guardar vai caber.

- Problemas com o armário? - me assusto com um garoto loiro surgindo ao meu lado.

Me poupe.

- Não, sem problemas. - olho para ele desconfiada.

- Relaxa, querida, eu só pensei que você precisava de ajuda. - ele sorri - Eu sou o Carlos, a propósito.

- Eu sou Lana.

- Você é aluna nova? Eu nunca te vi por esses corredores, e olha que eu reparo em todos, especialmente nos garotos, mas também reparo nas garotas. - ele dá de ombros e sorri.

- Sim, sou aluna nova. - respiro fundo e fecho o armário querendo sair dali o mais rápido possível - Até mais, Carlos.

- Está fugindo? - ele pergunta me seguindo, contudo, acabo parando no meio do corredor para encará-lo.

- Não, não tenho o porquê de fugir, mas eu sou do tipo ‘solitária’. E por que está vindo falar comigo? - aquela velha desconfiança, que nem é tão velha assim, se sobressaiu no meu ser.

Quando estranhos vêm ao meu encontro, nada de bom sai das conversas e nenhuma experiência desses encontros são do meu agrado.

- Eu só vi que você estava sozinha e resolvi puxar assunto, e olha que é difícil de eu começar uma conversa, acredite ou não, mas eu sou um pouco excluído nesse colégio, então podemos ser dois solitários e observar atentamente aos garotos daqui. - ele tentou brincar com a situação, porém, eu só pude demonstrar um pequeno sorriso - Ou você pode observar as garotas e eu os meninos, quem sabe?

- Eu não quero observar nem os garotos e nem as garotas, muito obrigada.

- Esse é o único divertimento nesse colégio, e ainda mais ver aqueles gatos nos treinos de basquete, eu até fico com calor só de imaginar.

Isso faz com que eu dê uma risada, mesmo que seja curta, mas é algo que eu não faço há algum tempo, pelo menos não com alguém do meu lado e que esse tenha me feito rir.

- Quando é o próximo treino dos garotos? - pergunto só por curiosidade.

- Os treinos acontecem de quarta e sexta-feira, um pouco antes do horário da saída os meninos vão para o ginásio, se aquecem e começam a trabalhar seus corpos lindos. E eles também treinam de sábado.

- Ok, talvez eu te encontre lá. Até mais, Carlos.

- Você não vai se arrepender, hein. - posso ouví-lo dizer enquanto vou me afastando.

Logo consigo me afastar de Carlos voltando a ficar sozinha pelos corredores do colégio, eu posso ter sido um pouco rude com ele, mas não posso me permitir abrir brechas para que as pessoas voltem a me magoar.

Reviro os olhos quando as lembranças voltam a minha mente, mas rapidamente sou tirada das memórias quando escuto o sinal tocar lembrando que eu tenho que voltar para a sala.

The Poor (Rich) Girl | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora