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Olá, queridos leitores.
Espero que gostem e aproveitem o capítulo, votem e comentem, por favor.
Boa leitura a todos.

Se divertiram nesse carnaval?

>.<

Quando eu acordei ainda estava na academia, fiquei tão concentrada em retirar os sentimentos ruins de dentro de mim que nem subi para o meu quarto.

Marina me viu saindo da academia e logo me perguntou o que tinha acontecido, por que eu estava com os olhos inchados e com os punhos um pouco machucados e avermelhados. Eu desconversei dizendo que não era nada, é óbvio que ela não acreditou em mim, contudo, preferiu não ser invasiva.

Reparei que acordei um pouco antes do horário do despertador, ainda bem, por isso tomei um banho, xingando um pouco quando a água entrava em contato com a minha pele um pouco machucada, e me arrumei rapidamente. Desci, comi uma fruta que estava disponível e chamei Joe para me levar ao colégio antes que Marina me parasse para fazer mais alguma pergunta sobre o que houve.

O caminho para o colégio foi feito silenciosamente, de um jeito um pouco desconfortável mesmo com o rádio ligado em um volume baixo. Ao chegarmos, não avistei ninguém nem no gramado e não tinha ninguém dentro do prédio, então ainda não estava aberto.

- Senhorita Lana, desculpe se estiver sendo invasivo, mas você está bem? - Joe pergunta me olhando pelo retrovisor.

- Sim, Joe, estou bem. - respondo mostrando o meu sorriso mais falso.

- Sei que nos conhecemos pouco, afinal sou só um empregado da família, mas precisando de mim...

- Obrigada, Joe. E não importa que você seja um empregado da família, isso não te diminui.

Joe sorri para mim e continuamos no silêncio que estava, porém, um pouco menos desconfortável. Minha mãe conseguiu me desestabilizar de uma maneira muito violenta: jogando na minha cara um problema que eu tive anos atrás só para provar um argumento que, na verdade, nem argumento é. Foi simplesmente detestável.

Aconteceu quando eu estava com 14/15 anos de idade, acabei tendo um novo problema: bulimia. Pelo estresse emocional e por me sentir horrível fisicamente toda vez em que me olhava no espelho, tive muitos episódios, comia tudo o que via pela frente e depois vomitava tudo e, após os episódios, eu me sentia tão culpada por fazer aquilo de novo e de novo. Era algo incontrolável. Eu dizia para mim mesma que seria somente aquela vez, porém, quando eu percebia estava fazendo tudo de novo.

Marina acabou descobrindo o que eu estava fazendo com a minha saúde, ela já estava desconfiada vendo a minha constante perda de peso, os ossos da minha clavícula aparecendo, e depois que ela viu um dos dos episódios contou tudo para o meu pai que, consequentemente, contou tudo para a minha mãe.

Cecília Brassard não gostou nem um pouco daquilo, disse que seria uma vergonha se aquela informação saísse na mídia e que ela e eu meu pai deviam agir imediatamente, então logo fui levada a um médico para fazer uma bateria de exames, entrei em um tratamento rigoroso e comecei a passar na psicóloga a qual, depois de ter me passado tudo quanto foi exercícios e esportes para que eu ocupasse a minha mente, me indicou o boxe para retirar tudo que fosse de ruim do meu corpo, todas as sensações e sentimentos ruins que estavam nele.

Saindo das minhas lembranças, percebo que alguns alunos já chegaram e até estão entrando no prédio, por isso decido que já posso fazer o mesmo.

- Até mais tarde, Joe. - me despeço abrindo a porta do carro.

- Boa aula, senhorita Lana.

Saio do carro e caminho em direção a entrada do colégio. Assim que entro, vou direto para o meu armário pegar o livro de geografia para a primeira aula e também para deixar a mochila dentro do armário.

The Poor (Rich) Girl | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora