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Olá, queridos leitores.
Espero que gostem e aproveitem o capítulo, votem e comentem, por favor.
Boa leitura a todos.

>.<

- Minha pequena Regina, eu estava te procurando. - ouço a voz de Carlos se aproximando tirando-me do meu mundo da música.

- Estou escondida, Carlos.

- Se escondendo de quem? - ele se senta ao meu lado - Por que está aqui?

- Eu prefiro ficar aqui do que no refeitório, longe de tantas pessoas, e estou me escondendo do Harry.

- Harry?

- Não sei o sobrenome dele. - ergo os ombros continuando com os meus olhos no celular.

- Como ele é?

- Alto, cabelo um pouco cacheado, olhos verdes...

- Garota, você tem noção do partidão que está atrás de você? - a pergunta de Carlos faz com que os meus olhos saiam do celular e se encontrem nele - Gata, ele é o capitão do time de basquete.

- Aí meu Deus, logo um capitão? Esses caras se acham os maiorais e pensam que podem tudo, que o colégio é o reino deles. - reviro os olhos.

- É, eu sei muito bem disso. - o olhar de Carlos rapidamente me parece triste - Mas o Harry não é assim.

- Sério? - meu olhar é totalmente de descrença - Um capitão de qualquer time é a pessoa mais insuportável e arrogante que pode existir. Ele me enganou direitinho. - balanço a cabeça em negação.

Eu quase me deixei levar, quase. E eu sou uma besta ainda por pensar, nem que fosse um pouquinho, em ceder.

- Espera um pouco, pequena Regina, você está se precipitando, ele não é assim. Harry é a pessoa mais gentil que há nesse colégio. Ele já me ajudou muito quando eu precisei.

- Com o quê? - eu realmente quero saber no que ele pôde ajudar.

Carlos abaixa a cabeça e começa a mexer em seus dedos, assim como eu fazia quando estava um pouco ansiosa ou temerosa por algo.

- Foi há uns meses, o time estava participando de um campeonato e o jogo seria aqui, por isso o colégio ficou cheio de jogadores de um lado para o outro. - ele respira fundo para continuar enquanto eu mantenho meus olhos nele - É lógico que eu vim todo produzido para assistir o jogo, eu lembro que eu torci feito um louco, gritei por todos os meninos, todos eram um pedaço de mal caminho. Quando estava saindo do ginásio, os caras do outro time me pegaram e... - ao olhar para mim, os olhos de Carlos se encontram cheios de lágrimas - Eles me xingaram de todas as formas possíveis, me ofenderam até cansar, e começaram a me bater.

- Desgraçados. - xingo-os.

- Sim. E foi nesse momento que o Harry e os amigos deles chegaram. Harry socou a cara do capitão do outro time, acredito que o xingou, eu não conseguia ouvir direito. - Carlos limpa as lágrimas que estavam escorrendo por seu rosto - Eu tive e ainda tenho muita gratidão por eles. Eles me defenderam, me apoiaram, me ajudaram a me limpar. Harry disse para que eu nunca tivesse vergonha de ser quem eu sou, que eu era uma pessoa radiante, uma bicha poderosa e é o que eu sou mesmo. Então não, ele não é arrogante e nem se acha o dono do mundo.

Uau.

- Carlos, eu sinto muito pelo o que você teve que passar. - me aproximo dele até nossos ombros se encostarem - Aqueles caras eram uns homofóbicos de merda. Você é uma bicha poderosa.

- Obrigada, projeto de Regina George. - rimos um com o outro. - Eu ainda tenho um pouco de medo de me soltar no meio de uma multidão e acontecer de novo, por isso estava pelos corredores quando nos encontramos pela primeira vez.

Eu entendo e imagino o que Carlos teve e ainda tem que passar por ser o que é, enfrentava e ainda enfrenta situações totalmente humilhantes e desprezíveis, o que eu posso fazer para ajudar é apoiá-lo e estar sempre do lado dele.

- Mas chega de tristeza né, meu amor? - ele limpa suas lágrimas, bate palmas e coloca um sorriso no rosto - Afinal de contas, temos um treino de basquete para vermos hoje, cheios de corpos gostosos.

Acabo soltando uma risada pelo desejo de Carlos de ver os jogadores, parece uma diversão, eu até tentaria fugir dele na hora que o treino começasse, arranjaria mil e uma desculpas para não ir junto com ele, mas decido que pode ser algo bom, pode alegrá-lo depois desse momento que tivemos, então não vai me matar, não é?

- Você vai comigo, não é? - Carlos pergunta só para confirmar.

- Vou, sim. - respondo após soltar um suspiro.

- Isso, garota! Eu te encontro na porta da sua sala assim que a aula acabar.

Nós sempre ficamos com um pé atrás em cada decisão e em cada momento da nossa vida, no meu caso, eu tenho os dois pés atrás para cada situação em que a vida me coloca.

Mesmo que eu ainda esteja com os pés atrás quando se trata de Carlos, Harry e sua turma, eu lembro do que Marina me diz todas as vezes em que conversamos - que eu devo ser uma adolescente normal, com amigos, saídas em grupo, ter um namorado ou namorada -, eu gostaria muito de voltar a ser uma Lana diferente, mas essa sou eu.

Caminho novamente para os corredores onde estão os armários, pegando novamente meus materiais para a próxima aula e, no instante em que fecho o armário, ouço o sinal tocar fazendo Carlos e eu nos movimentarmos cada um para a sua sala, porém, antes de entrar no ambiente, ligo rapidamente para casa, mais especificamente para Marina.

- Oi, meu amor, o que houve? - pergunta Marina assim que atende - Sabia que esses celulares de vocês, jovens, é bem complicado? Eu só sei mexer no trans... trans alguma coisa, aquele negócio que você me ensinou para eu falar com o pessoal da casa.

Dou risada com a reclamação de Marina.

- Primeiro de tudo: calma, ok? Segundo: eu estou quase para entrar em sala, eu só liguei pra avisar que eu vou ficar um tempinho a mais no colégio, por favor, avise ao Joe que não precisa vir no horário normal, eu ligo quando eu tiver saindo.

- O que você vai fazer, garota? - pergunta desconfiada - Você não está usando alguma coisa não, né?

- O quê? Está doida, Marina? Eu nunca fui disso. - respiro fundo - Eu vou assistir um treino de basquete. - revelo mexendo desconfortavelmente na gravata.

- Sério? - tenho certeza de como a cara de Marina está neste momento.

De completa interrogação e surpresa.

- É, ué. Você disse que queria que eu me misturasse, então eu aceitei ir assistir um treino junto com um colega meu.

- E esse colega é só colega ou é aquele garoto que você me contou? O bonitão?

- Quantas perguntas, Marina, mas não foi ele que me chamou não. - prefiro manter para mim mesma a informação de que o Harry é um dos jogadores. - Enfim, foi para isso que eu liguei, tenho que entrar na aula. Tchau.

- Mas, Lana...

- Só passe a informação para o Joe, por favor. Depois eu ligo para que ele venha me buscar.

- Tá bom. - concorda após soltar um suspiro de total frustração. - Te adoro, boa aula.

- Também te adoro.

Desligo a ligação, guardo o celular no bolso do blazer e entro na sala sentando-me no meu lugar. O ambiente já estava quase todo completo dos alunos, assim que eu entro, os que faltavam começaram a entrar e logo o professor aparece.

- Boa tarde, alunos. - respondemos a ele. - Espero que estejam preparados, porque eu irei passar um trabalho e eu vou querer o máximo de dedicação de vocês.

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Meus amores, alguma ideia do que vai acontecer nesse treino? Digam aqui.

The Poor (Rich) Girl | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora