Capítulo 30

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A noite já havia caído há muito tempo quando Fiber decidiu voltar para casa. Sua raiva havia passado, porém continuava magoado. Tentava ser maduro, mas, de verdade, não tinha experiência nenhuma em relacionamentos e muito menos sobre sentimentos. A única certeza que tinha era que sentia algo muito forte por Aruana. Seria isso o tal amor que tanto ouvira falar?
Mesmo muito chateado, ficou com receio que Aruana não estivesse mais em sua cabana quando voltasse. Ele fora duro com ela, porque não sabia o que fazer. Ela o desejava, mas não queria ser dele. Ela o queria , contudo voltaria para casa. Sentia-se muito frustrado.
A vila ainda tinha movimento. Os Novas Espécies dormiam muito tarde, porém os humanos já haviam se recolhido.
Parou à porta da cabana, sem saber qual atitude tomar. Não aceitava o pensamento de Aruana, entretanto não tinha forças para deixar de vê-la.
Abriu a porta silenciosamente. O frescor do ar-condicionado veio com o cheiro dela. Sentiu seu pênis contrair só em pensar nela deitada em sua cama.
Tirou os tênis e os deixou à porta. Foi até à minúscula cozinha e bebeu água. Sabia que estava protelando, inseguro. Tirou a camisa e as calças e foi para o banheiro. Precisava se livrar do suor e da tensão em seus ombros. Ficou um longo tempo no banho, formulando mil frases em sua mente.
Saiu do banheiro nu e abriu a porta do quarto. Mesmo no escuro,  viu-a deitada; parecia estar dormindo profundamente.
Subiu na cama e deitou-se ao seu lado. Aruana estava virada para o lado dele, o rosto relaxado. Fiber admirou o rosto redondo, as sobrancelhas escuras. Ele amava o desenho da boca e desejou tocá-la, mas se conteve. Não sabia como ela se sentiria a respeito.
Como se provocada por ele, Aruana estendeu a mão e o tocou. Ela se moveu para perto dele, se aconchegou e o abraçou.
Fiber passou o braço por sua cintura e a puxou para mais próximo. Sua pele estava fresca e ela cheirava tão bem...
Aruana deu um gemidinho e se apertou contra ele.
— Hum... Onde você estava? - perguntou, baixinho.
Ele se surpreendeu por ela estar acordada.
— Estava na floresta.
Ela permaneceu de olhos fechados, mas afundou os dedos em seus cabelos.
— Eu te esperei...
— Desculpe.
Aruana abriu os olhos e o encarou.
— Não faça mais isso.
— Eu estava muito estressado.
— Eu sei, mas senti a sua falta.
Fiber esfregou o nariz no dela e ela acariciou sua nuca.
— Não gostei do que você disse. - ele reclamou.
— Me desculpe, eu não quis te chatear... Mas é assim que as coisas são.
Ele torceu os lábios, contrariado. O cheiro dela era muito bom, porém não o distraiu.
— Não acho certo me relacionar desse jeito com você.
A mão em sua nuca ficou quieta e ele sentiu a mudança em sua respiração.
— Você quer terminar?
Fiber parou para examinar seu coração. Se ele aceitava a independência de Aruana? Não. Mas não conseguiria deixar de vê-la agora. Respirou fundo, incomodado, mas conformado com o que sentia.
— Acho que estou apaixonado por você.

Aruana esperara que Fiber voltasse. Fora sozinha para o Clube. Aquele era o horário que as Novas Espécies normalmente jantavam e chamou a atenção por estar sozinha. Creek estava com Leona e ela preferiu sentar sozinha.
Jantara com o olhar na porta de entrada, porém Fiber não apareceu. Depois, ia saindo do refeitório quando Firmness a chamou. A mulher não comentara sobre a aparição de Fiber na plantação, apenas a levara para a cabana.
Aruana o esperou até tarde. Quando não aguentava mais de sono e se deitara.
Sentira a presença dele na cama e se forçara a abrir os olhos. Aconchegara-se nele, desejando que o que acontecera de tarde fosse apenas um mal-entendido. Pelas palavras de Fiber, no entanto, percebera que ainda estava chateado.
E agora...
— Acho que estou apaixonado por você.
Ficou em dúvida se ouviu mesmo as palavras.
— O que disse?
Fiber apertou sua cintura.
— Não entendo nada sobre sentimentos. Não sei se é isso mesmo, mas... Eu sinto.
Aruana se viu hipnotizada pelos olhos amarelos que brilhavam no escuro.
— O que você sente? - perguntou, o coração disparando no peito.
— Eu quero você. Eu preciso de você. - A mão deslizou para as costas dela. — Penso em você o dia todo, o tempo todo. Fico louco quando penso que você voltará para São Paulo.
A voz grave fazia o sotaque dele ficar mais pesado, porém ela conseguiu entendê-lo perfeitamente. O que Fiber dizia não era tão diferente do que ela mesma sentia. Tornou a acariciá-lo.
— Eu também me sinto assim.
— Ver você com Felipe me deixou com muita raiva.
— Ele não significa nada para mim. Só o entrevistei para a reportagem .
— Hum...
— Você acha que eu quero ter algo com ele? Não quero. - Fiber permaneceu calado e ela não gostou. — Você tem dúvidas?
— Não tolero você perto dele.
— Mas Fiber...
— Não tolero.
Aruana mordeu o lábio inferior.
— Mesmo que tenha a certeza de que não vou te trair?
— Sim.
— É coisa dos Novas Espécies?
— Não sei. Acho que sim.
Ela refletiu. Se ele não tinha controle sobre seus ciúmes, como poderia contornar seu mal-estar? Tomou uma decisão.
— Tudo bem. Eu não procurarei mais pelo Felipe.
— E se ele te procurar?
— Serei educada com ele, mas o evitarei. Está bom assim?
Fiber apenas grunhiu, mas a abraçou mais apertado. Aruana o acariciou descendo a mão pelas suas costas. Alcançou a curva da lombar.
— Você está nu?
— Completamente.
— E se eu não quisesse que você me encostasse?
— Eu esperaria você me querer. - Aruana apertou sua bunda. — Você me quer agora?
— Eu te quero o tempo todo, Fiber.
Ele gemeu e colou os lábios nos dela. Aruana abriu os lábios e recebeu a língua morna. Ela adorava beijá-lo; sua língua era um pouco mais áspera e provocava sensações deliciosas em sua boca.
Fiber puxou o lençol dela e Aruana sentiu o calor de sua pele aquecendo a dela. Ele a virou de costas e cobriu-a com seu corpo.
Aruana abriu as pernas e ele encaixou os quadris entre elas. O membro rijo em todo seu cumprimento se apertou contra ela e ela sabia que logo molharia sua calcinha e o shortinho do baby doll.
O corpo de Fiber era maravilhoso! Os grandes músculos a cercavam e ela o acariciava tocando o máximo de pele que conseguia.
Fiber se afastou um momento. Ela sentiu os cabelos longos fazendo cócegas em seu rosto.
— Fique comigo, Aruana.
— Eu ficarei. - murmurou, seu corpo se aquecendo cada vez mais.
Fiber se ajoelhou e tirou a blusinha. Abaixou a cabeça e beijou ambos os seios. Puxou o short dela. Nua, ela ansiou por ele.
— Fiber, você pode se deitar? - pediu.
— O quê?
— Deitar de costas na cama.
Ele não respondeu e demorou um pouco para se mexer, porém a atendeu e se deitou de costas. Aruana o montou, sentindo o grande pênis cutucá-la.
— Você é grande e forte...
— Eu sou.
— E me assustou hoje.
— Eu não pretendia.
— Mas assustou... E muito.
— Me desculpe.
Ariana deslizou as mãos sobre seu peito e abdômen.
— Não quero ter que sentir medo de você.
— Sinto muito.
— Você ficou lá, todo grande e assustador ... Pensei que iria matar o Felipe.
— Eu queria.
Ela riu e se inclinou sobre ele.
— Agora, meu homem feroz eu, eu vou domar você.

Fiber: Uma história Novas Espécies 4Onde histórias criam vida. Descubra agora