Capítulo 10

1.4K 169 10
                                    

Aruana ficara quase uma hora com Fiber no Centro Médico. Seus amigos o trouxeram do Ginásio e o doutor Bishop, ajudado pela doutora Thainá, cuidaram dele. Fizeram uma ressonância magnética e consertaram seu nariz, depois o deixaram em observação.
Ela o observou, com certeza.
Ficara sentada ao lado do leito dele, esperando que acordasse. Ele era impressionante!
Nem de olhos fechados seu rosto parecia tranquilo e seu corpo a fazia sentir-se pequena e fraca. Envergonhara-se de si mesma, pois desejou percorrê-lo com as mãos e descansar o rosto no peito largo. A pele mais escura do que a sua parecia tão sedosa e sabia que era muito quente.
Sentia-se responsável pela luta, por isso decidira ficar ao lado dele.
Agora estava ali, esperando que ele tomasse banho. Não estava se reconhecendo, não estava há tanto tempo assim sem namorado para babar por um corpo masculino, mesmo que fosse um como aquele.
Parada no meio da sala, ouvia o barulho da água e a imaginou escorrendo por toda a altura dele. Um calor entre as pernas a fez apertar as coxa para aliviar a sensação. Antes que se desse conta estava andando até a porta aberta. Sabia que não devia, mas caminhou até lá.
Silenciosamente. Chegou até a porta. Seu coração  acelerou quando olhou na direção do box. A visão era muito, muito mais tentadora que sua imaginação.
Fiber estava de costas e lavava o cabelo que ia até a curva do quadril. E a bunda... ah, a bunda... Os músculos glúteos tinham um desenho perfeito e ela se imaginou segurando as duas bandas e passando a mão na separação entre elas. As coxas eram maravilhosamente esculpidas, uma obra de arte de carne.
De repente ele ficou quieto e olhou por cima do ombro. Aruana deu um salto de susto ao ser pega na sua contemplação. O rosto de Fiber permaneceu impassível e ele se virou para ela. Aruana arregalou os olhos ao ver o pênis muito comprido e grosso e os testículos pesados, lisinhos, sem pelo. Pigarreou, porque quase se engasgou.
— Oi, eu... V-você estava tão quieto que eu vim ver se estava bem.
Fiber recuou e deixou a água correr por ser rosto e peito, lavando a espuma.
— Eu estou bem. - ela gemeu quando ele passou as mãos no membro e nas bolas. — O banho ajudou a me recuperar.
— Isso é muito bom.
Fiber fechou a ducha.
— Nenhuma tonteira? - ela perguntou.
— Agora não.
— Que bom...
Fiber pegou a toalha e começou a secar os longos cabelos.
— Ficou preocupada?
— Fiquei,...
— Eu agradeço.
— Mas agora que sei que está bem... - ela ficou sem palavras quando ele secou as costas, despreocupado em cobrir as partes íntimas. Não conseguiu desviar os olhos do pênis que endurecia na sua frente.  — Eu vou... - Fiber deslizou a toalha pelas pelo sexo, emudecendo-a.
— Você vai...
Aruana balançou a cabeça, desconcertada.
— Sentar... sentar no sofá.
Ele enrolou a toalha na cintura, mas ela continuava a perceber a agora firme ereção.
Fiber caminhou até a porta do banheiro e ela ficou parada, abestada com ele. Um passo mais e ele estava muito perto dela. Era a segunda vez naquele dia que ele a deixava paralisada apenas com sua proximidade. E não podia acusá-lo de assédio, porque ela que fora espiá-lo.
Gotas d'água escorriam pelo rosto dele, descendo pelo peito e Aruana sentiu um forte desejo de lambê-las. Passou a língua pelos lábios ressecados e Fiber estendeu a mão, tocando o seu rosto.
A porta da sala abriu e, sobressaltada, ela recuou. Blade parou na entrada, com duas sacolas nas mãos e os olhou com espanto.
— Oops! Atrapalho?
— Não, claro que não! - Aruana respondeu rapidamente. — O senhor Fiber estava no banho.
— Estou vendo. - o rosto dela ardia de constrangimento. Blade levantou as sacolas. — Ainda vão querer?
— Sim, sim. - ela foi até Blade. — Quer ajuda?
Blade olhava de um para o outro.
— Não precisa. - Aruana pegou uma sacola e levou até a mesa.
Ela não olhou para trás para ver a reação de Fiber. Tirou três embalagens de isopor da sacola e se virou para Blade.
— É bebida?
— É. - ele respondeu com um sorriso. — O suco acabou e eu trouxe refrigerante. - olhou para Fiber. — Não vai colocar uma roupa?
— Sim.
Ela arrumou as embalagens na mesa, enquanto imaginou que Fiber tivesse ido para o quarto.
— Tem talheres?
— Aqui. - Blade pegou os talheres de dentro da sacola e as bebidas. Olhou para trás. — O que está esperando?
Aruana finalmente olhou para trás. Fiber continuava parado. Ele a olhou e depois  franziu os lábios.
— Já volto. - e entrou numa das portas.
Ela sentou-se à mesa, em silêncio e Blade a imitou.
— Eu poderia ter saído se quisesse.
— E por que faria isso?
— Bem... - Blade lhe deu um olhar desconfiado.— Achei que queriam ficar sozinhos.
— Eu só estava vendo se ele precisava de ajuda.
— Acho que precisava...
O rosto dela queimou mais ainda e preferiu não comentar. Abriu seu refrigerante e tomou um gole, tentando acalmar o seu coração.

Fiber estivera a alguns segundos de pegar Aruana e levá-la para a sua cama. Mesmo que não fossem as pupilas dilatadas e o coração acelerado, a excitação dela em vê-lo nu estava muito aparente nos mamilos que apontavam para ele, mesmo cobertos. Ela o comera com os olhos. E isso era o que pretendia fazer com ela: comê-la como nunca tinha sido comida antes. Mostraria para ela como era ser possuída por um espécie!
Seus amigos que compartilhavam sexo com humanas disseram como as fêmeas humanas preferiam o sexo com eles do que com humanos. Elas diziam que os espécies sabiam tocar em seus corpos e lhes dar prazer.
Aquela fêmea humana diria o mesmo sobre ele. Ele a devoraria até ela cansar de gozar, a montaria com força e profundamente até ela gritar, ele a... Então Blade aparecera. Aquele macho gostava de atrapalhar os amigos com humanas?
Ficara um tempo parado, sem acreditar que perderia a chance de tê-la. Até que se conformara e fora se vestir. Voltou para a sala, usando apenas uma bermuda e descalço.
Já sentado à mesa, ouviu Blade fazer inúmeras perguntas à Aruana. Aproveitou para saber mais dela, porém preferia passar aquele tempo na cama com ela.
— Sentinela da natureza é um lindo significado para o seu nome. - disse Blade.
— Eu gosto dele.
— Nossos nomes também têm significados.
— Todas as Novas Espécies escolheram nomes significativos?
— Todos. Alguns escolheram baseados na sua experiência em Mercille como Jaded e Mourn; outros colocaram nomes da natureza, como Moon e Creek.Alguns escolheram nomes pensando em suas expectativas para a nova vida, como Justice.
— Mas e o Fury?
— Ah, ele só queria que os humanos vissem do que era capaz. - riu.
— E o seu nome? Por que Lâmina?
— Um aviso que posso cortar bem fundo a garganta do humano que se meter comigo. - ela arregalou os olhos. — Mas sou uma pluma com quem gosto.
— Fico feliz.
Os dois riram juntos e Fiber não gostou nada daquilo. Aruana o olhou de um jeito que aqueceu seu peito.
— E por que escolheu seu nome?
Fiber a encarou. Seus irmãos conheciam a sua história, porém nunca contara para um humano. Não gostava de falar muito, entretanto sentiu vontade de contar para ela.
— Em Mercille me usavam para testar drogas que aumentavam a força e resistência. Obrigavam os espécies a lutarem para os compradores verem; se não lutássemos outros seriam machucados, principalmente as fêmeas. Eu lutava contra vários  machos e os vencia. Um dia me trataram com outras drogas e eu adoeci. Quando fui libertado estava muito mal e acharam que eu não resistiria. Um macho me visitou e disse que eu não morreria, ele me disse que eu era feito de uma fibra diferente, que resistiria até contra a própria morte. - Aruana o olhava como se estivesse hipnotizada por ele. — O macho era o Justice. Quando eu melhorei escolhi esse nome para mim.
Ele terminou a história e ela continuou olhando-o. Nunca uma fêmea o olhara como aquela mulher. Mais cedo ela o olhara com um desejo enorme e agora parecia haver uma emoção que ele não reconheceu. Seria pena?
— Agora entendi o seu nome. É de onde você veio, dos laboratórios do Colorado.
— Sim.
Ela inclinou a cabeça. Blade os olhava em silêncio.
— Uma fibra viva.. como as fibras do coração.
Fiber piscou, surpreso, com a delicadeza do pensamento dela. Enfiou um pedaço de peixe na boca e o mastigou para disfarçar a estranha e nova emoção que estava sentindo.

Fiber: Uma história Novas Espécies 4Onde histórias criam vida. Descubra agora