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[• Nova Primavera (MS), 2013 •]
Os vinte anos de casados voaram com as folhas no outono. Uma vida longa juntos. Como Antônio sempre desejou estar ao lado de alguém. O casal vivia sua melhor época. Filhos saudáveis, negócios milionários, vida confortável e uma união de dar inveja. Irene entendia muito bem os sentimentos do marido e os aceitava dentro de si, sem questioná-los. Sabia que Ágatha tinha sido importante. E com tudo o que foi, levou parte de Antônio junto dela no dia de sua morte. Não tinha problema. Ele a desejava como nunca se viu ser desejada antes. Ela cuidava dele, como nunca o cuidaram antes. Um dependia do outro. E era só isso que importava.
A esposa sempre surpreendia o marido em momentos assim. Na verdade, tinham uma vida sexual ativa desde o começo de seu casamento. Mas, com o passar do tempo e toda a rotina, um deles sempre tinha que tomar partido em algum momento, para que tudo acontecesse.
Uma lingerie preta parecia a escolha perfeita quando Irene entrou na loja para escolher algo diferente para uma noite memorável com Antônio. Quando chegou em casa, resolveu mudar de ideia ao encarar algumas encomendas ao fundo da sala. De repente, uma camisola de tom lilás havia tomado totalmente sua atenção e a certeza de que Antônio a partiria ainda no seu corpo.
Aproveitou a oportunidade de ainda estar sozinha em casa para se dedicar somente à tarefa de estar irresistível para o marido. Recusou o jantar com todos para fazer algo diferente desta vez. Um jantar íntimo, no quarto, à luz de velas e perfume afrodisíaco. Era seu dever permitir que seu cônjuge desfrutasse de seu corpo com maestria. Ele merecia. Há vinte anos havia cuidado dela e dessa família com tudo de si. Além disso, andava pulando a cerca e por isso, não dava para descuidar. Ele precisava saber que ela sim, era a mulher que ele desejava. E pasmem, ela sentia que isso nunca havia mudado.
- Já chegou, é? Interpretou uma voz sensual, enquanto surgia do banheiro, com as curvas a mostras em uma camisola belíssima. Achei que teria um tempinho até você chegar. Nem consegui ir até lá embaixo buscar o nosso jantar. Desfilou pelo quarto, enquanto dava lugar ao homem, que se deliciava do cheiro bom, sugado de seu pescoço.
- Nossa senhora... Respirou ofegante, enquanto já tirava a jaqueta. Que homem de baita sorte eu sou. Deslizou a alça da peça que embalava a mulher, sem grandes cerimônias. Chegar em casa e encontrar um presentinho assim, tão bem embalado. Admirou. Com lacinho e tudo. Desamarrou a peça, impressionado.
- Amor?! Sussurrou ao encarar o homem de frente. Eu ainda não busquei o jantar... Lembrou enquanto sentia seu corpo ser completamente beijado. Não acha melhor que eu esteja vestida quando for fazer isso? Sugeriu, enquanto beijava quentemente sua boca.
- Jantar? Que jantar? Segurou firmemente sua cintura. A única coisa da qual eu tenho fome está aqui, ao alcance de minhas mãos. Abaixou a outra alça da vestimenta da mulher, que a essa altura já engatinhava por toda a extensão da cama, empinando-se para ele. Fala pra mim, como você deseja ser jantada. Cochichou no seu ouvido. Humm?! Sendo mastigada devagarinho ou... Mordiscou a orelha. Sendo atacada por uma fera em desespero.
- Você sabe mais que ninguém, como eu gosto. Piscou enquanto retirava o restante de sua própria roupa, antes de se deitar nua sobre a cama, enriquecendo os lençóis de seda. Uma belíssima visão para o homem que analisava o corpo belíssimo da mulher, enquanto mordiscava sua calcinha de seda, a tirando com a boca. Nossa... Você parece estar faminto. Provocou. Arrancou a minha roupa em tempo recorde hoje. Admirou.
- Eu quero você. Revelou. Quero você aqui, nos meus braços. Se entregando aos meus desejos... Se deitou sobre ela. Como se o tempo não tivesse passado. A encarou.
O homem tirou as próprias roupas, enquanto devorava cada movimento da esposa. A viu se retirar da cama, e antes que pudesse protestar por sua volta, a viu apagar quase todas as luzes e acender somente as do abajur ao lado de cada lado de seu leito. Se deitou novamente, sentindo seu amor explorar cada centímetro de sua pele. Suspirou ao ser penetrada, enquanto fazia seu íntimo engolir o dele, o levando à loucura.
- Eu nunca provei uma janta tão deliciosa. Elogiou o desempenho da esposa, que a essa altura subia e descia em seu colo.
- E eu nunca fui devorada por talheres tão eficientes. Sussurrou ao depositar mordidas sobre os ombros do homem, o apertando com vontade.
- Você é a mulher mais linda que eu já vi. Declarou.
- Só isso? Provocou. Diz... Diz que eu sou deliciosa. Mordiscou sua boca. Diz que você quer passar mais vinte anos assim, dentro de mim. Diz... Voltou a beijá-lo. Diz que você me deseja. Pediu. Diz que eu sou só sua.
- Você é minha. Que eu te desejo, não dá pra negar. Apontou para o volume, enquanto a posicionava de lado, se encaixando novamente entre suas pernas. Que você é gostosa demais... Voltou a chupar seu pescoço. Eu também não consigo negar. Agora... Sobre estar assim, dentro de você por mais vinte anos, eu discordo. A encarou. Vinte anos é pouco tempo comparado a toda essa loucura que eu sinto quando eu te vejo. Você me faz perder o juízo. Se derramou dentro dela, enquanto continuava ligado ao seu corpo.[• Nova Primavera (MS), 2023 •]
O homem suava como um louco. Andava por todo o quarto, como um desesperado em busca daquela mulher que ainda desejava. Tentava sentir seu perfume por todos os cantos da casa e a via ali, em todos os lugares em que a tomou para si. Ainda não era capaz de admitir para todos o quanto sentia falta de tocar a sua pele e se deliciar sobre o seu corpo. Mas, para si mesmo, já não era preciso negar. Ele queria aquela agora, mais do que todas as vezes que já a quis antes.
- Ahhh Irene... Sentiu o cheiro de suas camisolas, enquanto abria as portas do closet e entrava no universo que ela tanto amava. Os tecidos leves e coloridos ainda tinham seu perfume. Marcante. Como ela. Eu preciso de encontrar, nem que seja no fim do mundo. Chorou. Eu juro que já entendi o que é estar completamente apaixonado por você. Juro. Eu te amo Irene, quase gritou. Eu te amo mais que tudo, no mundo inteiro. Se sentou sobre a cama, dilacerado. E eu vou te trazer de volta. Eu juro que vou.
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Antorene: The After
FanfictionE se Irene decidisse fugir da polícia? E se fosse obrigada a deixar Antônio para trás? E se Antônio fosse condenado a pagar por todos os crimes que cometeu, preso dentro de seu próprio império? Sozinho, como sempre temeu estar, até mesmo durante as...