Meu Amanhecer

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Caio ficou tenso, posicionando-se instintivamente na frente de Irene, que ainda estava nos braços de Antônio. Ele sabia que Damião não estava ali para conversar.

- Você não vai encostar nela, Damião. Sua voz era firme, mas por dentro o pânico começava a crescer.

- Ora, La Selva, não seja tão dramático. Damião zombou, com um sorriso cruel. - Não vou mentir, estava ansioso para este reencontro. Acho que temos muitos assuntos inacabados, você não acha?

Antônio, que segurava Irene com todas as forças, se adiantou, a expressão grave:
- Damião, o que você quer? Já não fez estragos suficientes? Olha para ela, olha para minha esposa! Isso precisa acabar.

Damião soltou uma gargalhada seca.
- O que eu quero? Eu quero justiça, Antônio! Justiça por tudo que vocês roubaram de mim. Vocês acham que podem brincar com a vida dos outros e sair impunes? Essa mulher, esse filho, essa cabana... Nada disso teria existido sem a minha ajuda! Agora eu exijo o meu pagamento.

Caio deu um passo à frente, cruzando os braços.
- Você não vai levar nada além do que já tomou de nós, Damião. E acredite, hoje é o dia que você vai responder por tudo.

Damião tirou a arma da cintura, apontando-a diretamente para Caio.
- Ah, garoto, você nunca soube a hora de ficar calado.

Antes que pudesse atirar, um som alto ecoou pela mata. Mais uma vez, não foi o disparo de Damião. Lima emergiu das sombras, sua arma em mãos e um olhar determinado.

- Damião! Chega disso. Ele gritou, ofegante, mas com uma presença imponente. - Está na hora de você entender que acabou.

Damião se virou, surpreso e furioso.
- Você de novo, Lima?! Achei que tinha resolvido me abandonar para salvar esses ingratos!

- E foi exatamente o que eu fiz. - Lima respondeu, o tom gelado. - Mas não porque eles merecem... e sim porque você precisa ser parado.

Encarei meu pai enquanto Damião e seu ex capanga de confiança brigavam. Sabia que aquele era o momento certo para uma última tentativa de fuga. Ele me entende e corremos juntos.

IRENE ON:
Eu não sabia se estava sonhando ou desmaiando. A dor era tão profunda, tão cruel, que eu flutuava entre a realidade e o desespero. A única coisa que me mantinha firme era a promessa de Antônio. Ele estava ali. Estava comigo. Era uma certeza tão pequena, mas o suficiente para me agarrar.

- Antônio... - sussurrei mais uma vez, mas não sabia se ele me ouvia.

Entre os galhos que se moviam em sombras e o som abafado de passos apressados, algo dentro de mim me dizia que Aruna estava perto de nascer. O calor no meu ventre era quase insuportável, e meu corpo inteiro trabalhava por ela.

- Está tudo bem. ele disse, quase sem fôlego. - Você está quase lá, Irene. Aguenta firme.

CAIO LA SELVA ON:
Vi quando Irene já não podia suportar de tanta dor. Quis evitar que minha irmã nascesse aqui, no meio de tanta confusão e sobre a mira de uma arma.
Eu seguia atrás de meu pai, empurrando os galhos e tentando abrir caminho enquanto ele carregava Irene, quando Damião surgiu à nossa frente. Cada segundo era uma batalha contra o tempo, contra os sons de passos que começavam a surgir novamente. Sempre soube que Damião e seus homens provavelmente já estavam atrás de nós.
Já estávamos perto da ajuda quando ele nos alcançou. Após isso, continuamos tentando fugir, mas, antes que pudéssemos chegar, um tiro ecoou pela floresta. Eu me joguei no chão, puxando meu pai e Irene junto.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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