Antônio On:
Eu continuo em prisão domiciliar. Mesmo gostando tanto da minha liberdade, não tenho mais o direito de ir e vir quando quiser. Sempre que preciso me ausentar da fazenda, preciso estar acompanhado de Silvério e monitorado pela polícia. Estou crente de que foi isso que eu mesmo busquei quando fiz muitas coisas ruins pra tanta gente. Há alguns meses, eu não gostava muito dessa sentença. Não gostava muito de estar sozinho aqui, nessa casa imensa. Mas, agora que Irene e Aruna estão aqui, eu não posso mais reclamar de nada disso. Pelo contrário, é uma sorte enorme estar preso por tanto tempo, no mesmo lugar que elas habitam.Irene On:
Apesar de ter confessado os meus crimes e ter conseguido uma pena bem leve, ainda respondendo em liberdade, eu ainda estou presa às ameaças de Damião. Meu futuro ainda é incerto e a cada dia que passa, eu sinto mais de perto a minha morte. Mas, também sinto que, estar com Antônio, morando sobre o mesmo teto durante esse tempo, é a melhor decisão que eu poderia ter tomado. Ver o quanto ele é cuidadoso e amoroso com a espera por Aruna e zeloso comigo, sempre me respeitando e entendendo as minhas condições, me reinicia.Antônio On:
Ela demorou um pouco até descer. Sempre tão pontual para o jantar, pensei que tinha desistido da minha proposta ou simplesmente se esquecido. Pensei em bater na porta de seu quarto. Mas, não queria ser invasivo. Virei uma taça do uísque, um pouco nervoso com a demora. Me levantava e sentava constantemente, até que ela surgiu do topo da escada. Com um vestido longo, brilhante, de um ombro só. Marcante nas curvas. Batom vermelho desenhando os lábios e cabelos presos. Belíssima e dona de cada uma das batidas aceleradas do meu coração.- Irene?! Reagiu. Você está linda. Elogiou. Como sempre. Deu de ombros. Mas, a Aruna têm te feito muito bem. Voltou a elogiar, enquanto a encarava.
- Obrigada. Sorriu, um pouco sem graça com os olhares do homem. Espero não ter feito você esperar tanto. Encarou ao redor. Tá tudo muito bonito. Elogiou. E você também está ótimo. Encarou de volta. Não sabia que você tinha tanto bom gosto.
- Não posso negar que sinto saudades de você escolhendo as minhas roupas. Principalmente, quando as combinava com as suas. Lembrou.
- Antônio... Advertiu, se divertindo, enquanto se aproximava da mesa. Podemos nos sentar? Alisou a evidente barriga.
- Podemos. Ofereceu o braço como apoio. Aqui, pronto. Pode sentar madame. Abriu a cadeira, enquanto aguardava Irene se ajeitar. Tudo certo? Indagou, carinhoso.
- Tudo. Sorriu. Obrigada. Agradeceu. Bom, eu tô faminta... Entregou. Sua filha me dá um apetite igual ao teu. Brincou.
- Muito bem filha. Elogiou. Sua mãe precisa mesmo se alimentar. É por isso que o papai escolheu uma iguaria italiana que ela adora pro jantar dessa noite. Destampou os pratos.
- Tortellini !!! Quase gritou. Eu não acredito Antônio. Eu adoro Tortellini.
- Eu sei. Sorriu. Por isso que eu mandei fazer. Espero que você entenda que é muito importante pra mim que você se sinta bem, em todos os momentos. Revelou.Irene On:
Eu não posso negar que Antônio tem feito de tudo para me agradar. Não posso negar o quanto ele tem sido essencial nesse momento. Não posso negar o quanto ele é um pai maravilhoso e como ele é uma excelente companhia. Não posso negar o quanto me sinto em paz nesse momento e como estou feliz em olhar pra ele e pensar em tudo. Na maravilha que é ver que estamos aqui, jantando juntos, como se o tempo não tivesse passado.- Tá bom? Se preocupou, enquanto alcançava mais um pouco do prato.
- Tá uma delicia. Sorriu, enquanto comia elegantemente. Sabe que eu sei uma curiosidade muito interessante sobre esse prato?
- É mesmo? Reagiu curioso. Então vai, deusa da sabedoria... Brincou. Fala pra mim.
- Diz a lenda espúria que um estalajadeiro voyeurista em Bolonha usava o buraco da fechadura para espiar a deusa Vênus. Começou, empolgada. Mas, ele teve apenas um vislumbre do umbigo perfeito da deusa e tentou reproduzi-lo em forma de massa. E assim o Tortellini nasceu. Colocou mais uma garfada do prato na boca.
- Eu entendo o estalajadeiro. Também faria um prato pra você. Declarou. Um prato inspirado nos seus olhos, nos seus cabelos ou nesses dois furinhos lindos que você tem na bochecha quando sorri. Observou, enquanto a mulher olhava atenta.Irene On:
Depois da sobremesa, um delicioso pudim de chocolate meio amargo com passas, eu e Antônio fomos dar uma volta no jardim, observamos um pouco do céu iluminado e curtimos bons momentos a sós. Nos beijamos algumas vezes. Nos permitimos. Mas, eu ainda sentia meu corpo congelar, cada vez que me imaginava em uma entrega total pra ele. Eu e Antônio nos desencontramos muitas vezes. E apesar de todo esse amor que eu sinto por ele, algumas coisas ainda precisam se consertar dentro de mim.- Bom, o jantar foi maravilhoso. Elogiou, enquanto entravam em casa de mãos dadas. Gostei de tudo. Inclusive do nosso passeio. Sorriu. Me fez muito bem. Admitiu. Muito bem pra ela também. Obrigada por tudo. Abraçou o homem, permitindo que ele a beijasse mais uma vez. Boa noite. Sorriu.
- Boa noite. Soltou suas mãos com muita pena. Dorme bem. Desejou. Você também filha. Mandou um beijo para Aruna, que chutou como resposta.
- Você também... Retribuiu, já subindo as escadas.
- Irene ?! Chamou, a fazendo olhar. Eu vou dormir bem mais feliz. Declarou, destemido. Você me faz muito bem. Admitiu, antes que ela sorrisse e balançasse a cabeça em sinal de afirmação.
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Antorene: The After
FanfictionE se Irene decidisse fugir da polícia? E se fosse obrigada a deixar Antônio para trás? E se Antônio fosse condenado a pagar por todos os crimes que cometeu, preso dentro de seu próprio império? Sozinho, como sempre temeu estar, até mesmo durante as...