Chegada

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Irene On:
Tudo o que eu passei nas mãos de Damião há dois dias, foi muito assustador, mas eu o enfrentei. O enfrentei com toda a coragem que eu poderia ter para proteger a minha filha. E sim, eu sei que tudo o que eu passei é só o começo de tudo o que terei que enfrentar se quiser lutar contra as suas maldades. Sei que possivelmente perderei a minha vida nessa luta. Mas, não posso deixar de pensar em como tudo isso valerá a pena se as pessoas que eu tanto amo estiverem bem. Principalmente Antônio, que terá o melhor de mim através das lembranças de Daniel e das vidas de Petra e Aruna. Para sempre.

Antônio On:
Já era tarde quando eu finalmente cheguei a Nova Primavera. Muito cansado, só quis ir para casa, ver Irene e dormir perto do calor dela, por toda a noite. Imaginei que ela estivesse já dormindo quando cheguei em casa. E pensei nisso justamente porque as luzes estavam apagadas e a fazenda estava totalmente silenciosa. Estranhei a porta da entrada principal totalmente trancada. Também não pude deixar de notar que todas as janelas estavam fechadas. Irene nunca apreciou uma casa assim, tão obscura. Senti um certo medo, enquanto procurava por ela, e não a encontrava. Subi as escadas rapidamente e meu coração só descansou quando entrei em nosso quarto e ouvi o barulho do chuveiro. Percebi que também precisava de um banho. E naquele momento, quis estar com ela, o mais rápido possível. Então, não me pareceu má ideia arrancar as minhas roupas rapidamente e surpreende-la.

Irene On:
Nova Primavera é uma terra quente. Talvez a cidade mais quente de todo o estado. E estar grávida no período mais alto do verão é uma "sorte" que eu sempre tive. Hoje, particularmente, foi um dia quentíssimo. O que eu não esperava é que a noite também seria sufocante. Tão sufocante que nem mesmo o ar condicionado do quarto, na temperatura mais baixa, foi capaz de me fazer refrescar. Nesses dias, a única coisa que resolve, é mesmo um chuveiro gelado. Uma água fria batendo sobre o corpo e uma música tranquila, são, sim, capazes de fazer qualquer pessoa relaxar. E essa é uma das sensações que eu mais gosto de sentir.

Antônio On:
Ela parecia totalmente distraída. O chuveiro no máximo e a música relaxante ao fundo, somados a pouca luz do ambiente, me excitam imediatamente, assim que encaro seu corpo cheio de curvas, totalmente encharcado, ao fundo do banheiro. Seus olhos estavam fechados e ela sorria ao abraçar a barriga, que parecia quase ter dobrado o tamanho em apenas dois dias. Me apaixonei um pouco mais, como se achasse possível. Entrei no box, e a abracei, carinhoso, assustando-a imediatamente.

- Calma. Sussurrou. Fica calma, meu amor. Sou eu. Beijou seu rosto, delicado.
- Antônio?! Encarou, depois de se virar de frente, encostando a barriga pontuda no homem, que a recebia com as duas mãos. Eu não vi você chegar... Respirou aliviada.
- Eu acabei de chegar. Beijou-lhe a testa. Por que você se assustou? Por um momento achou que poderia ser outra pessoa aqui? Indagou, estranhando sua reação.
- Não. Mentiu. É que nós nunca tivemos o costume de tomar banho juntos. Justificou. Durante todo o nosso casamento, isso aconteceu pouquíssimas vezes.
- Mas a sua reação foi... Começou a problematizar, antes de ser calado por um beijo apaixonado.
- Xiiiu... Tapou a boca do homem com o dedo indicador. Eu acho que você tinha uma intenção muito melhor do que brigar, quando invadiu o meu banho. Provocou.

Antônio On:
Irene sempre soube fugir do assunto. Principalmente, porque sempre soube me provocar muito bem. Ela sabe de todos os meus pontos fracos e das investidas necessárias pra me deixar absurdamente enlouquecido por ela. Eu ainda estou preocupado com a sua reação ao me sentir. Ainda tenho medo de descobrir a verdade. Mas, ela tem toda razão. Nesse momento eu a quero mais do que qualquer satisfação ou resposta.

- Hummm... Cochichou, ao beijar o marido, o puxando para debaixo d'água. Eu te quero tanto, Antônio. Admitiu. Não sabe como eu senti a sua falta nesses dois dias em que esteve fora.
- E você acha que eu também não senti? A posicionou contra o vidro do espaço, enquanto cheirava loucamente seu pescoço. Como acha que eu dormi por duas noites, sem sentir a sua pele macia e o seu cheiro gostoso? A encarou, obsecado. Quanto tempo acha que eu precisei para dormir enquanto pensava no seu corpo?
- Você se lembrou da gente assim? Observou seu corpo, antes de abraçar seu pescoço. Pensou na gente fazendo amor? Daquele jeito gostoso que só nós dois conseguimos fazer? Provocou. Pensou em mim assim, quente?
- Eu nunca deixei de pensar. Admitiu. Nem quando estávamos separados. A beijou. Pensar em você me mantém vivo, Irene. Declarou. Eu sou sedento por você. Observou seus olhos famintos. Sedento.

Antorene: The After Onde histórias criam vida. Descubra agora