🐰 Freen POV
Uma semana havia se passado desde a primeira fisioterapia do meu pai, agora ele ia três vezes por semana, já da pra perceber que ele está com menos dificuldade pra mexer com a bolinha e eu fico extremamente feliz com isso. Ariana se tornou uma boa amiga, daquelas que vai pra minha casa assistir filmes, mas levando em consideração que a Brid é uma folgada eu nem preciso convidar. Hoje eu não pude acompanhar meu pai na fisioterapia, e pedi pra que Troye fosse no meu lugar, eu tive uma reunião importante com importadores do nosso produto. Essa já tinha se findado e sido um sucesso, estava na minha sala quando Troye entra ofegante.
- Eu quero levar seu pai todos os dias. E não adianta tentar negar, eu vou, eu vou, eu vou. – ele disse e eu arqueei uma sobrancelha. – Tem uma loira lá, linda. – ele disse com cara de idiota.
- A Brid de novo, Troye? – perguntei lembrando das tentativas frustradas dele de ficar com ela.
- Que Brid chefinha, to falando da Ariana. – ele disse e eu fiquei imaginando os dois juntos.
- Ela não é, sei lá, pequena pra você? – perguntei já segurando o riso.
- Isso não importa, ela é tão linda e tão fofa, acho que eu to apaixonado. – falou sentando no sofá com cara de panaca.
- Se eu ganhasse um dólar a cada vez que você me diz isso eu não precisaria mais trabalhar aqui. – falei e ele me olhou com uma cara que eu não soube decifrar.
- É verdade chefinha, por incrível que pareça, eu achei uma mulher que me fez pensar em casamento. – ele disse e eu engasguei com minha própria saliva.
- Você tá falando sério, Troye? – perguntei e ele assentiu. – Então eu vou te ajudar, ela é prima da Brid e nós somos amigas agora. – ele jogou uma caneta em mim.
- E você não me apresentou antes, traíra? – ele parecia realmente bravo, mas eu o conhecia a muito tempo pra saber que não estava.
- Eu conheço ela a uma semana, não posso dar uma de cupido assim. – falei e ele levantou sentando agora na minha frente.
- Chama ela pra jantar, um encontro de casais, ela comigo e você com a Brid. – ele disse e eu ri.
- Troye, não somos um casal. – eu disse e ele deu de ombros.
- Mas não é pra juntar vocês mesmo, é só uma desculpa, me ajuda, Freen. Por favor, você me deve uma. – ele disse fazendo bico, e sinceramente, foi uma das coisas mais feias que eu já vi na vida. Um homem desse tamanho, barbado, fazendo biquinho pra conseguir as coisas. Eca.
- Tá, vou falar com a Brid. – ele pulou e correu pra me abraçar e encher meu rosto de beijos, eca novamente. – Chega, Troye. – ele levantou e se despediu saindo da minha sala.
"Troye tá afim da sua prima, vamos sair pra eles se conhecerem melhor? - Freen"
"Troye é afim de metade de Miami, não quero que minha prima se machuque. - Brid"
"Ele parece gostar dela de verdade, vamos dar um voto de confiança pra ele, eu também gosto da Ari pra deixar ela se machucar assim. - Freen"
"Okay, vou falar com ela . - Brid"
Deixei o celular na mesa e me concentrei no meu trabalho, mas só por que uma peça começava com a letra R eu perdi totalmente o foco e meus pensamentos voaram até a Rebecca, desde o beijo não conversamos mais, vi ela apenas mais uma vez na semana, ela não olhava pra mim durante dois segundos inteiros. E o pior é que eu to com saudade do beijo dela, eu não sei, tem um diferencial, se ela fosse doce como seus lábios seria mais fácil conviver com ela, e até tentaria conquista-la, mas meu lance com a Rebecca é entre tapas, não no sentido literal, mas quase. Senti meu celular vibrar e fui tirada de meus devaneios.
"Falei com ela, hoje a noite, as oito no restaurante japonês do centro, e eu tive uma idéia, já que vamos em carros separados, eu e você vamos dizer que tivemos um imprevisto e não podemos ir e deixamos os dois sozinhos, mas avisa o Troye, pro imbecil convence-la de ficar. - Brid"
"Vou falar com ele, mas você vai fazer o que hoje a noite? - Freen"
"Vou sair com um cara que eu conheci, estamos nos conhecendo. - Brid"
"Tá bom, cuidado, use camisinha. - Freen"
Depois disso ela me mandou uma foto do seu dedo do meio, falei com o Troye que ficou super animado e tava pulando feito uma gazela. Primeiro o bico e depois isso, vergonhoso.
(...)
Cheguei em casa e fui pro quarto tomar um banho, decidimos que meu pai faria as refeições com a gente na mesa, no começo ele foi contra, mas depois de nossos pedidos ele aceitou, depois do banho relaxante fui até a sala de jantar e meu pai já estava a mesa junto com o Chris.
- Onde está a Tay? – perguntei me sentando.
- Ela disse que não tá com fome. – Chris disse enquanto eu o servia, a senhora Roberts sentou com a gente e assim jantamos juntos. Eu irei falar com minha irmã mais tarde, será que ela está doente? Nós conversamos trivialidades do dia durante o jantar, o clima era sempre gostoso assim.
Depois do jantar eles continuaram ali jogando um jogo de tabuleiro do Chris e eu preparei um sanduiche pra Tay, coloquei em um prato e coloquei suco em um copo, fui até seu quarto e dei duas batidas na porta, ela não respondeu e eu entrei mesmo assim, o quarto todo escuro não me deixava ver quase nada, eu só conseguia perceber que minha irmã estava embaixo de um edredom e eu conseguia ouvir que ela estava chorando, aconteceu alguma coisa, me aproximei da cama e liguei o abajur, deixei o prato e o copo no criado mudo, sentei na cama e ela percebeu minha presença e me olhou, os olhos vermelhos e inchados demonstravam toda a sua tristeza, ela largou o travesseiro e se jogou nos meus braços e a intensidade do choro aumentou. Fiz carinho em suas costas e ficamos assim até ela se acalmar um pouco.
- Vai ficar tudo bem, Tay. – ela negou com a cabeça. – Me diz o que tá acontecendo pra que eu possa te ajudar. – seu olhar de duvida e receio me dava medo do que ela podia me dizer.
- Eu to com medo. – ela disse e enfiou o rosto na curva do meu pescoço.
- Do quê? – ela negou com a cabeça. – Faz assim, coma o sanduíche que eu trouxe pra você enquanto eu vou colocar uma roupa de dormir e escovar os dentes, ai eu venho dormir com você, como fazíamos quando você era menor. – ela concordou e saiu do meu colo, dei o prato pra ela e sai do quarto, fui até o meu e troquei de roupa, várias possibilidades passavam na minha cabeça, mas nenhuma parecia fazer sentido, escovei os dentes, fui até a sala de jantar e pedi pra senhora Roberts colocar o Chris na cama, ela disse que o faria e eu fui até o quarto da Taylor. O que será que aconteceu com minha pequena irmã que está a deixando dessa maneira?
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O que será que a Taylor tem, palpites??
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My Sweet Delirium - FreenBecky
RomanceFreen Sarocha, uma aluna da faculdade de fisioterapia, que pra não se dar mal em uma matéria resolve dar em cima da professora. Rebecca Patrícia Armstrong, a nova professora de filosofia, que está em um noivado de seis anos, tem um novo desafio, sup...