🐻 Becky POV
Por que esse homem enrola tanto?
- A senhorita tem trinta anos, não é mesmo senhorita Armstrong? – homens são inconvenientes, é falta de respeito dizer a idade de uma mulher assim, mas não me importei por que Freen já sabe disso.
- Sim. – respondi, era um pergunta idiota, por que no exame tem isso.
- Tem muito tempo que não visita sua ginecologista? – assenti, tinha cerca de dois anos que eu não o fazia, caramba tem tempo mesmo. - E tem irmã? – perguntou e eu assenti novamente. – Deve marcar uma consulta pra ela. Infelizmente a senhora tem endometriose. – ele disse e eu franzi o cenho, que merda é essa? – E por conta dessa doença a senhora ficou estéreo. Não pode ter filhos. – quando ele disse isso meu mundo caiu. Eu sempre me cuidei, tá que fiquei alguns anos sem visitar minha ginecologista, mas foi por falta de tempo. Mas eu não posso ser estéreo. Pra que serve meu útero então? Sentir lágrimas molharam meu rosto e Freen me abraçar da forma que conseguiu.
- Como isso aconteceu doutor? – ouvi minha namorada perguntar, mas não me separei dela. Já tínhamos tantos planos para nosso filho. Freen já havia escolhido nomes estranhos e eu até a deixaria escolher algum nesse momento.
- Mulheres tem o endométrio, é um tecido que reveste o interior do útero. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, como no de Rebecca, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos trinta anos. Trinta por cento das mulheres tem chances de ficarem estéreis. – ele explicou e eu já esta ficando tonta. – Rebecca você sente dor decorrente? – perguntou e eu neguei. – Muitas sentem dor e apenas vinte por cento tem somente a infertilidade. Que é o seu caso.
- Não á chances de reverter isso? – Freen perguntou e eu agarrei sua blusa. Nem queria saber a resposta.
- Não mais, se tivéssemos descoberto no começo teria volta. – ele disse e eu não ouvi mais nada. Freen já ansiava tanto por um bebê que eu me senti inútil. Eu não sei quando e nem como, mas percebi que saímos da sala quando Freen me colocou no banco do passageiro do carro e passou o cinto pelo meu corpo. Eu me abracei e não disse mais nada. Olhando pela janela e vendo crianças a todo o momento, brincando ou simplesmente andando com seus pais. Paramos no sinal e vi uma criança correndo e logo caindo, a mãe veio logo atrás e a ajudou a se levantar. Ao ver o joelho ralado ela assoprou e a pequena garota parou de chorar. E logo ganhou um beijo na testa. Olhei pra frente e apertei meus olhos voltando a chorar.
- Não fica assim, amor. Podemos tentar de outra maneira. – ela disse e acariciou meu joelho. Mas eu queria um filho com ela. Sabe, passar pelo processo de expectativa pra saber o sexo. Comprar as pequenas roupinhas. Escolher o nome. Limpei algumas lágrimas que teimava em cair. E logo chegamos em casa. Eu agradeci por estar praticamente vazia. Apenas a senhora Roberts estava na casa, mas não perguntou nada. Freen entrou ao meu lado abraçando meu corpo e me guiando até o nosso quarto. Me deitei e ela fez o mesmo de frente pra mim. Eu consegui ver pena em seus olhos e isso me doeu mais ainda, se é que é possível. Freen começou a acariciar meu rosto ainda olhando em meus olhos. Me aproximei dela e me deixei ser abraçada. A notícia destruiu meu psicológico de uma forma. Eu acabei me cansando tanto e dormi em seus braços firmes que acariciavam meus cabelos em todo o momento.
(...)
Acordei e senti seus braços ainda me abraçando e carinhos em meus cabelos.
- Por quanto tempo eu dormi? – perguntei ainda com o rosto em seu pescoço sentindo o cheiro de seu perfume.
- Pouco mais de uma hora. – disse sussurrando.
- Você ficou aqui o tempo todo? – perguntei segurando em sua blusa com força.
- Claro, só liguei para o Troye pra avisar que eu não vou hoje. Eu vou ficar contigo pra sempre, minha vida. Em qualquer momento. – ela disse e meu coração deu um pulo dentro do meu peito.
- Eu te amo. – falei e ela beijou meus cabelos.
- Também amo você. – levantei meu rosto e encarei os verdes que eu tanto amo. Ela se aproximou e beijou meus lábios com carinho.
- Desculpa não conseguir te dar nosso filho. – falei e deixei uma lágrima rolar, mas Freen não a deixou cair.
- Nós vamos ter. – ela disse e eu a fitei com curiosidade. – Enquanto você dormia eu pesquisei sobre a doença e outras coisas e tomei uma decisão. – ela disse e eu já estava em expectativa para o que ela queria dizer. – Vamos usar o mesmo doador, e vamos usar seus óvulos, da mesma forma. Mas no meu útero. E então, o que me diz? Quer ter um bebê comigo? – ela disse e eu não soube o que dizer de imediato. Todas as imagens do bebê de fralda andando pela casa voltaram a minha imaginação. Freen faria mesmo isso por nós duas. – E então, Becca? O que achou da idéia? – ela perguntou e eu voltei a encarar seu lindo e perfeito rosto. Meu sorriso tão grande não deixava meu rosto e agora as lágrimas que molhavam minha pele eram de alegria. Vi ela morder o lábio em expectativa.
- É impossível me apaixonar mais por você. Eu amei a idéia meu amor. Você é tão perfeita. É claro que quero ter um bebê com você e dessa forma só parece ser mais fofo. – eu sentei no colo dela e a puxei pela gola de sua blusa. – Freen, você é única, perfeita, incrível. Caramba que bom que você era péssima em filosofia e queria me pegar pra passar de ano. – ela gargalhou gostosamente e eu tive uma certeza pra toda a minha vida, eu a quero pra sempre. – Quer casar comigo, Saro? – perguntei e ela arregalou os olhos, me encarando assustada.
- Você tá falando sério? – ela perguntou e eu sorri com seu rostinho confuso. Beijei suas bochechas, seu nariz, seu queixo, sua testa.
- Óbvio que eu estou, a gente já vive como casadas, você me mima quando estou de TPM, e consegue me ouvir reclamando por conta de uma calça apertada e ainda diz que a calça dever ter encolhido, você é perfeita sem nem perceber. Vamos ter um bebê, futuramente quem sabe não decidimos ter mais. Eu amo sua família e eles amam a mim e minha irmã, nos tornamos uma só família, bem bagunceira, mas eu amo tanto isso aqui. Eu quero me casar com você, quero passar o resto da minha vida com você. Quero te dar remédio pra dor nas costas, e espero que você me dê remédio pra minha memória. É só você dizer sim, meu amor. E então, casa comigo?
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Será Sim ou Não??? És a questão!
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My Sweet Delirium - FreenBecky
Roman d'amourFreen Sarocha, uma aluna da faculdade de fisioterapia, que pra não se dar mal em uma matéria resolve dar em cima da professora. Rebecca Patrícia Armstrong, a nova professora de filosofia, que está em um noivado de seis anos, tem um novo desafio, sup...