My Sweet Delirium - FreenBecky

Acha que pode me conquistar?

        🐰 Freen POV

- Nossa senhora, alguém acordou disposta hoje. – Brid disse entrando em casa, ela já tem a chave.

- Pois é. – falei sabendo que ela falava da minha calça branca super apertada, a bota preta de saltos altos e a blusa preta, sim, a minha disposição é de arrancar pelo menos um olhar da Armstrong, se eu conseguir já vai ser um passo. Sai de casa com meus irmãos e os deixei na escola, seguir para a faculdade e o sinal já tinha batido. Corri pra sala por que hoje a primeira aula é da Rebecca novamente, quinta-feira, pelo menos o final de semana já tá ai. Bati na porta que estava fechada e ela a abriu e me olhou dos pés a cabeça, abrir meu sorriso de lado e quando seus olhos chegaram ao meu rosto ele já estava lá. – Desculpe o atraso, mas eu posso entrar?

- Só por que só foram cinco minutos, mas tente chegar no horário na próxima. – ela disse e eu assenti. Entrando na sala fazendo o favor de passar próxima a ela e deixando meu perfume ali. Comecei a jogar de verdade agora. Me sentei onde já era de costume e senti meu celular vibrar no bolso.

"Ela vai comigo, o noivo vai estar viajando e a irmã na casa de uma amiga, conseguiu Sarocha. - Alice"

Noivo? Ela tem um noivo? Achei que era só namorado. Pelo amor, quanto mais mexo, mais essa história fica complicada. Fiz o favor de não desviar os olhos da latina em nenhum segundo, eu queria que ela soubesse que eu a olhava, e eu ri todas as vezes que ela corou quando percebia que eu a olhava. Ela é diferente, não sei em quê, mas tem algo que eu quero desvendar, eu não acredito que to pensando na professora. A aula chegou ao seu fim e assim senhorita Armstrong saiu da sala, que pena. As aulas que antecederam o intervalo não obtiveram minha atenção, eu já passei em todas, só não em filosofia. 

O intervalo chegou e assim que o professor nos liberou eu corri pra lanchonete pra buscar pizza novamente, sai daquele lugar em tempo recorde, cinco minutos, e assim fui pra biblioteca, ela já estava lá lendo um livro, usava um óculos pra leitura que até então eu não tinha reparado, seu cabelo preso em um coque desregular, indicando que ela tinha feito a pouco. Me aproximei com total cautela, não deixando nenhum ruído escapar, mas foi quase impossível com aquelas botas, tive que ir na ponta dos dedos, quando cheguei atrás de seu corpo eu me abaixei pra ficar de sua altura.

- Oi. – sussurrei roucamente próximo ao seu ouvido, ela se arrepiou e eu não evitei sorrir, mas me desfiz do sorriso quando ela se virou, não quero que ela ache que sou pretensiosa.

- Oi, senta ai pra começarmos. – ela disse desviando os olhos dos meus, qual é, tá parecendo uma adolescente senhorita Armstrong.

- Olha o que eu trouxe. – mostrei a pizza pra ela que... sorriu? Acho que a primeira vez que ela sorri pra mim desde que começamos essas aulas.

- Ta tentando me conquistar com pizza? – perguntou enquanto colocava uma mexa de seu cabelo atrás da orelha.

- Não é com pizza que eu pretendo te conquistar não. – joguei essa na lata e me arrependi no segundo depois pela cara que ela fez. Mas ela começou a gargalhar, do nada, algumas pessoas até olharam com cara feia e ela pediu desculpas.

- O que criança? Você acha que pode me conquistar? E ainda mais com esse tipo de cantada barata? – ela limpou as lágrimas do canto dos olhos.

- Eu não sou criança, se toda criança soubesse fazer o que eu sei o mundo teria vinte e uma bilhões de pessoas. E outra, minhas cantadas dão certo com outras garotas. – falei e ela abriu um sorriso irônico.

- E está ai a diferença, funcionou com garotas bobas, a diferença é que eu sou uma mulher, e você nunca vai me ter. – ela deslizou com o indicador sobre meu queixo fazendo minha boca se abrir e assim ela ficou, em descrença, ela se pôs de pé, e deixou os livros sobre a mesa, soltou seus cabelos que caíram ondulados, mas perfeitos ainda, e abriu um sorriso debochado, ela estava muito sexy aos meus olhos. Os olhos castanhos com um brilho que ainda era desconhecido por mim, mais um dos mistérios que eu quero desvendar, não tem condição de só eu estar vendo essa mulher dessa forma, parece até que envolta dela tem uma áurea brilhando, eu preciso procurar um oftalmologista. Ela se aproximou de mim e eu não sei por que diabos, mas me encolhi na cadeira, engraçado, quem tá parecendo uma adolescente agora? Ela chegou próxima do meu rosto e encarou meus olhos com uma intensidade que fez uma eletricidade atravessar meu corpo. – Muito obrigado pela pizza, organize os livros, e nos vemos na próxima aula, em sala. – ela se afastou bruscamente e eu voltei a respirar, ainda bem por que meu pulmão já estava reclamando, espera, aula em sala, isso quer dizer que acabou o reforço aqui na biblioteca, que merda, estava sendo divertido, e que droga ela fez com a Rebecca que agora pouco eu tava conseguindo derrubar? Levei foi um belo chute e agora eu estou caída no chão, merda, merda, merda. Olhei para os lados pra constatar que ninguém nem tinha reparado na nossa presença ali, levantei e comecei a organizar os livros, ótimo, a única coisa que aprendi é que ela gosta de pizza, mulher irritante, deveria ser proibido existir gente tão chata assim, se não fosse aquele corpinho, ah vamos ser realistas, ela é gostosa pra caramba. Aristóteles o que você tem que eu não tenho cara? Tenho que mudar isso, vim decidida a conseguir alguma coisa e eu acabei por baixo assim? Vergonhoso, Freen Sarocha, vergonhoso. Terminei de organizar todos os livros, sete, me pergunto o que aquela mulher queria com sete livros, se eu não consigo aprender um, imagina sete? Ouvi o sinal avisando o fim do intervalo e fui pra minha sala.

"E ai, deu certo? - Jenna"

"Conversamos depois, Vero. – Freen."

A verdade é que eu não queria contar a verdade pra minha amiga no momento, to começando a achar que to perdendo o meu taco, eu tenho que testar isso, perdi todo o charme? Ou será que ela é tão fiel assim? Talvez com algumas bebidas ela se solte mais. Sábado eu testo essa tese. Nem vi quando a aula acabou, só percebi quando a sala já estava praticamente vazia, sai da sala e vi Rebecca com dificuldade pra abrir a porta da sala dos professores enquanto carregava uma dúzia de livros, qual o lance dessa mulher com essa quantidade de livros? Me aproximei dela e a cada passo que eu dava ouvia a voz dela na minha cabeça "você nunca vai me ter" , quando cheguei ao lado dela, Rebecca me olhou, abrir a porta e ela agradeceu com um tom baixo. Entrou na sala, fechei a porta e me direcionei a saída da ala.

- Veremos, Armstrong.

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A vida da nossa Sarocha não tá fácil! 😁