Foi só sexo

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      🐰 Freen POV


Segunda-feira, novamente. As vezes parece que segunda-feira é o dia que mais aparece durante o ano. Levantei da cama e só faltava ficar repetindo a palavra "cérebro" pra assumir totalmente meu papel de zumbi. Por que estou assim? Taylor passou mal a noite, aparentemente o bebê resolveu fazer estripulias e ela teve uma pequena queda de pressão, eu a levei pro hospital e depois dele dizer que estava tudo bem voltamos pra casa e enquanto minha irmã dormia tranquilamente em sua cama eu ficava a olhando de perto, com medo de acontecer novamente. Quando fui para o meu quarto já era quatro e meia da manhã, e apenas dormi, ou melhor, cochilei. Eu até poderia faltar e passar a manhã dormindo, mas tem um pequeno problema, aula de filosofia. E além de eu ter perdido a última aula por um pequeno e chato problema, com corpo de curvas bem acentuadas, eu estou ferrada na matéria, e se eu faltar vou poder colocar meu pescoço na corda, e só vai faltar empurrar o banquinho. Nossa, que analogia horrível. Mas isso é por que eu to com um puta sono. Banho gelado, mais uma vez, tampar as olheiras com maquiagem, pra não assustar muitas pessoas, calça jeans, uma blusa que na verdade nem vi o que era exatamente, por que meus olhos estavam fechados durante o processo de me vestir, e terminei meu super look com um moletom cinza. Além do frio que está fazendo essa amanhã, hoje é um daqueles dias que se eu pudesse iria de pijama pra faculdade e levaria meu travesseiro, vocês também já passaram por isso, tenho certeza. Cheguei na sala de jantar e todos já estavam tomando seu café da manhã, até Taylor parecia ter dormido perfeitamente bem.

- Nossa, filha. Você não dorme a quantos anos? – meu pai perguntou.

- Foi só uma noite difícil, pai. E ai, vamos pra escola, crianças? – falei enquanto bocejava.

- Não vai comer, Freen? – Senhora Roberts perguntou.

- Uma maçã. –falei enquanto pegava a fruta na fruteira. – Bom dia, pra quem fica. A tarde tem fisioterapia, pai. – falei enquanto saia, e mordia a fruta.

- Eu sei doutora. – sorri e peguei minha mochila, meus irmãos desceram, Chris vinha pulando e passou por mim correndo, Tay se aproximou e eu abracei seus ombros.

- Desculpa por ontem. – falou enquanto seguíamos para a garagem.

- Não se desculpe, Tay. E Não se esqueça, qualquer coisa você me liga, ou grita que eu apareço do nada pra te ajudar.

- Oh, meu super-herói. – ela disse com a mão no peito encenando surpresa.

- Não revele minha identidade secreta. – falei beijando seus cabelos e soltando seu ombro por já termos chegado na garagem, fui em direção ao lado do motorista, dirigindo e brincando com meus irmãos os deixando na escola e me certificando de chegar quinze minutos antes do sinal bater, pra que certa pessoa não invente nada que me deixe fora da sala.

- E ai, vai nos contar a história de sábado agora? – Jen perguntou assim que cheguei, eu não tinha contado pra elas, com a desculpa de que o faria depois.

- Bom dia, Lucy. – falei fingindo que nem tinha notado Jen.

- Bom dia, Sá. – ela beijou meu rosto.

- Não enrola, Freen. – ela disse com os braços cruzados e bufando.

- Eu não sabia que você era tão fofoqueira assim. – Lucy riu enquanto Jen mostrava o dedo do meio. – O que vocês lembram?

- Da gente bebendo, ficando bêbada, transando, Jen e eu acordando nuas no sofá do escritório e Alice babando no outro. – Lucy disse e eu afirmei com a cabeça.

- Então, voltando a bêbadas, Rebecca e eu ficamos altas, e enquanto vocês se amassavam no sofá, nós tivemos uma briguinha, que resultou em um beijo e esse trouxe muitos outros, acabamos transando na minha cama, e pela manhã brigamos de novo, a deixei em casa, e foi isso. – expliquei e elas me olhavam de boca aberta.

- E você não disse pra gente antes? Onde está a amizade nisso? – Jen e seu jeito exagerado.

- Relaxa, Jen. Foi só sexo. – falei e ela deu de ombros.

- E daí, você podia ter nos contado. Foi bom? – perguntou.

- Eu ia perguntar a mesma coisa. – Lucy disse e eu acabei rindo de como as duas se parecem tanto, mas são completamente diferentes.

- O pior é que foi. – falei e elas esperaram que eu continuasse. – Foi isso, foi bom. Pronto. – olhei no relógio e ele marcava que faltava apenas cinco minutos. – Tchau pra vocês, até mais tarde, tenho que ir. – eu literalmente corri pra sala da Armstrong, nem ela tinha chegado na sala e eu entrei, sentando no meu lugar costumeiro, já havia algumas pessoas ali, as que tiravam dez até em caligrafia. E eu percebi que elas ficaram surpresas com minha presença ali, tão cedo, e na aula de filosofia. Meu passa tempo foi bater os dedos na mesa a minha frente, logo a sala foi enchendo e Rebecca entrou por último, parece que ela também ficou surpresa por eu já estar ali, mas foi um único olhar que ela lançou diretamente a mim, sempre que seus olhos passavam perto de mim, ela simplesmente dava um jeito de mudar o percurso. E eu observei cada movimento seu.

- Vamos fazer um teste oral surpresa. – ela disse e os alunos já reclamaram. – Qual é pessoal, vou fazer só uma pergunta referente ao assunto que vocês estão fazendo o trabalho, e vou dar um ponto pra qualquer um que responder. – algumas pessoas já se animaram, e outras continuaram ou pioraram o semblante. – Então vamos lá, a primeira e única é bem fácil. – engraçado, pra professores, suas perguntas são sempre fáceis. - Fora do âmbito mítico, quantos homens foram citados como pertencentes ao grupo dos sete sábios? – era uma pegadinha, e merda, eu sei disso por que sei a resposta.

- Sete.

- Sete.

- Sete – a mesma resposta surgia de várias partes da sala de aula.

- Vinte e dois. – respondi e finalmente ela olhou pra mim, e com a boca aberta, surpresa por eu ter acertado sua pergunta. – E seus nomes são. – comecei a falar cada nome e contar em meus dedos. - Tales, Pítaco, Bias, Sólon, Quilon de Esparta, Cleobulo, Periandro, Míson, Aristodemo, Epiménides, Leofanto, Pitágoras, Anacarses, Epicarmo, Acusilau, Orfeu, Pisístrato, Ferecides, Hermióneo, Laso, Panfilo e Anaxágoras. – seus olhos estavam esbugalhadas.

- Me impressionou, senhorita Sarocha. Continue assim. – ela disse na maior cara de pau e foi anotar alguma coisa em seu caderno, como se ela fosse precisar disso pra se lembrar desse momento.

- Foi um extenso prazer, senhorita Armstrong. – falei com duplo sentido e ela me olhou por breves dois segundos, antes de abaixar a cabeça e sorrir de lado, ela só não contava que eu o fosse ver.

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora