Última vez

1.3K 193 13
                                    


     🐰Freen POV


No shopping as meninas quiseram comprar algumas roupinhas pro bebê da Tay, e tudo ainda branco ou amarelo. Quiseram ir no cinema e depois lanchar. Depois disso fomos pra minha casa, Sofia ligou pra Rebecca pedindo que ela pudesse dormir na minha casa e depois de um pouquinho de insistência a irmã deixou. Já era dez da noite e Tay e Sofi assistiam uma série no quarto da Tay, Chris dormia, assim como meu pai e a senhora Roberts. Eu resolvi caminhar, minha cabeça estava rodando de tanta coisa que se passava por ela, a brincadeira das meninas no carro, a conversa com meu pai, o beijo. Tava saindo fumaça dos meus ouvidos. Fui em direção a praça, a mesma onde conheci a Sofia. E pra minha surpresa, quem encontrei sentada em um dos bancos? Rebecca Armstrong, pois é. Eu devo ta no meio de uma novela mexicana, é a única explicação. Me aproximei e sentei ao lado dela.

- Qual o lance das irmãs Armstrong com essa praça? – perguntei com um tom brincalhão, ela me olhou e a ouvi rindo.

- Vai ver é uma coisa de família. – ela disse e eu ri.

- Tá tudo bem? – perguntei olhando ela que tinha o olhar perdido.

- Só alguns problemas. – disse com a voz baixa.

- O pote de nutella não resolveu todos os seus problemas? – perguntei com o tom brincalhão.

- Ajudou bastante, mas acho que eu ainda preciso de pelo menos mais uns cinco potes. – ela disse e uma lâmpada se acendeu em cima da minha cabeça, não literalmente.

- Vem comigo. – levantei e estendi a mão pra ela. – Vamos, Becca. – ela analisou minha mão e depois meus olhos e finalmente segurou minha mão se levantando do banco, caminhamos de mãos dadas até uma pequena loja que era aberta vinte e quatro horas e fiz o pedido, Rebecca me encarava com curiosidade e quinze minutos depois estávamos saindo da pequena loja. Um táxi se aproximava e eu fiz sinal pra que ele parasse, abrir a porta pra que ela entrasse e assim o fez. – Corporação Sarocha, por favor. – o taxista assentiu e Rebecca me olhou demostrando em seus olhos uma grande dúvida. O pacote de papel ainda estava em minha mão e com a outra e peguei a mão da Rebecca e entrelacei nossos dedos, esperando que o táxi chegasse no lugar indicado. O velho homem estacionou e eu paguei a corrida puxando Rebecca junto comigo. O segurança que estava ali dentro me viu e liberou a entrada.

- Tudo bem, senhorita Sarocha? – perguntou estranhando eu estar ali tal hora da noite.

- Tudo sim, não se preocupe, Antoni. Vou subir, não deixe que me incomodem. – ele assentiu com a cabeça e levei Rebecca até o elevador, ela estava meio pasma.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntou quando já estávamos subindo os andares.

- Não vamos fazer exatamente nada. – falei e ela me olhou hesitante. As portas de metais se abriram e eu fui até a sala do café onde o pessoal se reunia no intervalo. Peguei dois pratos e talheres. Voltei pra Rebecca e entramos na minha sala pegando um cobertor e a levando até o heliporto. – Chegamos. – me sentei no chão e a chamei pra sentar ao meu lado, eu sempre venho aqui, então sempre está limpo. Embrulhei os ombros dela e apontei pra cima. Ela olhou e sua boca abriu em descrença.

- É lindo. – o heliporto da corporação Sarocha é um dos poucos lugares em Miami que dava pra ver todo o céu estrelado.

- Eu sei. – abrir o saco de papel e peguei as duas embalagens.

- O que você comprou? – perguntou se esgueirando pra ver o que tinha nas embalagens.

- Waffles com sorvete e nutella, demos sorte que não derreteu muito. – falei e coloquei o dela no prato e lhe entreguei, e logo fiz o mesmo com o meu, comemos em um silêncio agradável.

- Se toda vez que eu tiver com problemas você me dar sorvete ou nutella, eu vou vender meu carro, não vou precisar mais, vou andar rolando. – ela disse e eu ri.

- Deixa disso, Becca. – falei batendo meu ombro no dela. – Quer me contar o que aconteceu? – ela me olhou parecia pensar se contaria ou não, e se fosse contar quais palavras utilizaria.

- É só uma conversa que eu tive com Sofia que fica martelando na minha cabeça. – ela disse.

- Relaxa, por que eu conversei com meu pai também e fica tudo rodando na minha cabeça. – falei e ela me olhou por alguns segundos, e eu não sei o porquê, mas sorrimos.

- Cadê aquele ódio que a gente tinha uma pela outra? – perguntou e eu me fiz a mesma pergunta.

- Não sei, e você era chata pra caramba, o que deu em você pra estar toda legalzinha assim? – perguntei e ela me empurrou.

- Eu não era chata, você que era uma petulante, prepotente, idiota, imbecil... – ela começou contar nos dedos.

- Ei, ei. Tá bom, achei que a gente não se odiava mais, nossa. – falei e ela riu.

- Não te odeio mais. – ela falou sorrindo grande.

- Imagine se odiasse. – falei e nos calamos novamente.

- Obrigada. – ela disse e eu olhei pra ela. – Pelo waffle. – assenti.

- De nada. – levei meu braço até os ombros dela e nos deitamos no chão, ainda embrulhadas pelo cobertor.

- O que estamos fazendo, Bunny? – ela perguntou com a voz manhosa.

- Eu não sei, Becca. – falei com sinceridade.

- Eu traí meu noivo com você e o pior é que sinto como se não estivesse fazendo nada errado. – ela falou e eu olhei pra ela.

- É por isso que está assim? – perguntei e ela assentiu, se ajeitando e deitando no meu ombro. Eu não sei por que, mas tive vontade de beijar seus cabelos castanhos, e assim o fiz. Era provável que ela tivesse as mesmas dúvidas intermináveis como as minhas.

- Sim. – ela confessou com um sussurro. E eu senti um choque elétrico pelo meu corpo e terminou em meu peito, esquentando meu coração.

- Podemos não fazer mais isso. – falei e em vez do calor no meu coração eu senti uma dor tomar conta do pequeno órgão. Ela levantou seu corpo e ficou sobre seus ombros. Ela olhou diretamente em meus olhos, naquela mesma intensidade que sempre nos encontrávamos. Ela acariciou meu rosto e eu levantei meu corpo aproximando assim nossos rostos. Nossas respirações se perdiam no meio ao vento que atingia Miami. – A última vez? – falei olhando em seus lábios.

- Última vez. – ela disse aproximando nossos lábios e assim iniciamos um beijo lento e carinhoso.




...........................


A última vez, será??

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora