Gosta de masoquismo?

1.4K 195 28
                                    


   🐰 Freen POV


Depois de deixar os três na escola, levando em consideração que Sofia estudava em outra escola eu demorei um pouco pra chegar na faculdade. Mas cheguei a tempo e vi Jen e Lucy abraçadas.

- Dormiram juntas de novo, por que não começam a namorar logo? – quando eu terminei de falar Jen teve um ataque de tosse e Lucy batia em suas costas enquanto eu ria.

- Quer me matar imbecil. – ela disse com a cara emburrada.

- Não, mas todo mundo sabe que vocês se gostam, até seus pais já aceitam e vocês ficam nesse cu doce, tá na hora de assumirem logo que se gostam. – falei e as duas se olharam e logo sorriram sem graça.

- Por falar em cu doce, o namorado da professora Armstrong veio atrás dela hoje. – Lucy disse e eu arregalei os olhos. – Parece que eles brigaram e ele veio se desculpar... – ela nem terminou de falar e eu corri pra dentro do grande prédio em direção a sala dos professores, tive que desviar de alguns obstáculos, principalmente pessoas, mas logo cheguei ao meu destino. Bati na porta e coloquei a cabeça pra dentro, Rebecca estava sentada a mesa escrevendo algo e eu não me importei com isso.

- Professora Armstrong, posso falar com a senhorita por dois minutos? – perguntei e ela me encarou em dúvida e assentiu, saiu da sala e fechou a porta.

- Tá tudo bem? – ela perguntou percebendo que eu estava ofegante.

- Eu que te pergunto, aquele babaca fez alguma coisa com você? – perguntei analisando minuciosamente cada parte do seu corpo.

- Não, deixa isso pra lá, Freen. – ela disse bufando.

- Tem certeza? – toquei de leve em sua mão e recebi um tapa afastando a mesma.

- Não se mete nisso, não é assunto seu, Freen. – ela disse e entrou dentro da sala, e essa é a história da trégua mais curta do mundo. Sai do corredor e entrei na sala da minha primeira aula, na qual eu passei inventando palavrões novos pra xingar a Rebecca. E quando não conseguia novos, eu usava os antigos mesmo. E assim passei o resto das aulas, na saída eu busquei a Sofia e aproveitei pra buscar meus irmãos, os deixando em casa. Fui até meu quarto e tomei banho antes de ir pra empresa. Vesti uma calça social e uma camisa branca e quando sai do quarto ainda esbarrei em Rebecca, que quase caiu, quando ela voltou a se equilibrar eu a soltei, encontrei a Brid no corredor e passei o braço por seus ombros enquanto íamos até a sala de jantar.

- E ai, como anda o namoro? – perguntei.

- Ele está viajando, a trabalho. Mas tá bem legal. Gosto dele de verdade, Sá. – ela disse com seu sorriso lindo.

- Fico feliz por vocês, Brid. E quero conhecer esse cara em breve. – ela assentiu e fomos almoçar todos juntos, a última a chegar à mesa foi Rebecca, é estranho ter ela aqui, ela parece fazer parte de tudo isso, mas isso nunca seria verdade.

- Sofia e eu vamos voltar pra casa. – ela anunciou e eu engoli o que tinha na boca como se fosse arame.

- O QUE? POR QUÊ? – Sofia perguntou em meio a gritos.

- Fale baixo Sofia, não podemos ficar incomodando os Sarocha assim, e eu conversei com o David hoje. – ela disse e eu a encarava, ela não olhou nenhum momento pra mim.

- Não estão incomodando. – falei e o silêncio invadiu a mesa, todos me olharam, inclusive ela. – Podemos conversar, Rebecca? – perguntei tentando parecer o mais simpática possível.

- Não temos o que conversar, já tomei minha decisão, Freen. – ela disse e eu perdi minha paciência, ficando de pé e a encarando.

- Agora, Rebecca. – falei firme, ela hesitou mais ficou de pé e me acompanhou até meu quarto. Abrir a porta pra ela e a fechei assim que entramos. – Que merda é essa? – perguntei a ela que estava na minha frente de braços cruzados.

- É sempre assim, foi só uma briga, nos resolvemos. – ela desviou seus olhos dos meus. Que ideia babaca é essa? Gosta de apanhar?

- E você vai ficar nessa até quando? Até ele matar você? – vi ela estremecer.

- Eu já disse pra você não se meter nisso por que não é assunto seu. – ela disse com raiva.

- A partir do momento que eu tirei ele de cima de você com as mãos no seu pescoço, virou assunto meu. – falei e ela esfregava os braços, uma lágrima rolou de seus olhos. – Gosta de masoquismo? De levar uns tapas na cara? É isso?

- CALA A BOCA, FREEN. – ela gritou. – VOCÊ É UMA IDIOTA, QUAL É? É FILHINHA DE PAPAI, SEMPRE FOI. PODE TER O QUE QUISER E NÃO SE IMPORTA COM MAIS NINGUÉM ALÉM DE VOCÊ. TRABALHA NA EMPRESA DO PAPAI E ACHA QUE TEM TUDO EM SEU CONTROLE, O MUNDO NÃO GIRA AO SEU REDOR, IMBECÍL. VOCÊ NÃO GOSTA DE NINGUÉM. – seus olhos avelãs faiscavam, mas se ela soubesse a raiva que eu tinha dela no momento se afastaria de mim, ela não sabe porra nenhuma da minha vida.

- Engraçado, você acabou de descrever o merda do seu noivo, só faltou colocar que é um covarde que bate em mulher e em crianças. – quando terminei de falar sentir meu rosto ser virado para o lado com força e a ardência chegar a minha pele. Ela havia me batido, eu sentia meu sangue borbulhando dentro das minhas veias. Eu estava contando pra não descontar aquele tapa, virei novamente na direção dela com a mandíbula travada, ela tinha os olhos arregalados e a mão sobre a boca aberta em descrença, nem ela acredita no que fez.

- Descu... – levantei a mão fazendo ela parar antes de começar.

- Vai para o inferno com suas desculpas. – eu estava lutando tanto pra não elevar minha voz. – Faz o que você quiser. Já é uma adulta "responsável" . – fiz aspas com os dedos. Me aproximei rapidamente dela que foi andando pra trás até encontrar a parede como empecilho. – Mas se ele encostar um dedo na Sofia eu acabo com ele, leve o recado até seu noivo, por favor.

- Ele nunca... – ela começou.

- Você que não enxerga um palmo na frente desse seu nariz. – falei e sai do quarto deixando ela sozinha ali. Cheguei na cozinha e todos me olharam espantados, vendo a bela marca da mão no meu rosto. – Vou trabalhar. – me aproximei da Sofia e beijei seus cabelos. – Você sabe, qualquer coisa me liga e eu te tiro de lá.

- Eu não quero voltar Sá. – ela disse com os olhos marejados.

- Eu também não quero que vá, princesa. Mas sua irmã parece ser cega, desculpa. – falei e ela me abraçou fortemente. Sai do abraço e fui pra empresa, logo ao chegar na minha sala Troye irrompeu pela porta.

- E ai, chefin... Puta que pariu, que bela marca. – ele disse apontando para meu rosto.

- Corte o preço de todos os produtos em cinquenta por cento, faça a maior propaganda possível. Eu quero derrubar os Henry de vez. – falei e ele me olhou com insegurança. – Agora, Troye. – ele assentiu e saiu da minha sala, fui até o espelho que tinha no banheiro da sala e vi os cinco dedos de Rebecca no meu rosto. – Inferno. – passei parte da minha tarde com gelo no rosto e com Troye mobilizando toda a empresa com a promoção relâmpago.



////////////////


Eita que agora a coisa foi tensa 😶 e a trégua já foi pro ralo!

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora