Que dê tudo certo

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     🐰 Freen POV


- Freen você pode se sentar, por cinco minutos inteiros? – Becky disse irritada e bufando. Eu sentei ao lado dela e comecei a balançar minha perna. Isso até ela me dar um tapa e segurar minha perna com força. – Se você não estivesse grávida eu te daria uns bons tapas. – ela disse e eu a encarei.

- Eu só to nervosa pra saber o sexo do bebê. – falei olhando pra aquela sala branca que outras mulheres também estavam esperando, e que me encaravam com um ar engraçado e outras curiosas. Resolvi acabar com todas as duvidas e entrelaçar meus dedos com os de Becky.

- Achei que você não tinha preferência. – ela disse e eu a encarei por cinco segundos.

- Eu não tenho, mas eu to com um medo bobo desde ontem. – falei e ela me encarou arqueando uma sobrancelha. – Becky e se for uma menina parecida com você? Eu não vou conseguir suportar. Amor eu quero fazer aula de tiros. – falei firme e ela me encarou e se afundou na cadeira.

- Você é muito idiota. – ela disse e eu a encarei, tentávamos falar baixo. Mas sabe aquele momento que você não quer que ninguém ouça seu assunto, mas parece que todo mundo resolve fazer um silêncio absurdo e que todos conseguem te escutar. Então, é esse momento. – Ninguém vai fazer aulas de tiros. Principalmente você.

- Becca, eu to tentando cuidar da minha menina, se for uma menina. – falei e ela me olhou por longos segundos até seus olhos ganharem um brilho lindo.

- Você vai ser a mãe mais boba do universo. – ela se aproximou e beijou minha bochecha. Logo em seguida ouvi meu nome ser chamado. Seguimos até o consultório do médico que eu não consigo lembrar o nome. E depois de muita enrolação, e conspiração. Por que sempre que o médico dizia que eu tinha que comer legumes e frutas, Becky virava pra mim e dizia tudo que eu tinha comido que não era exatamente legumes e frutas. Ela é chata. E assim ela anotava tudo enquanto eu me afundava na cadeira e sabia que ela piraria mais um pouco em relação a tudo que eu como. 

E eu deixei os dois conversarem enquanto penso em quantos documentos eu ainda tinha que ler nesse mesmo dia. Até que o momento chegou e eu me deitei naquela maca esperando o liquido relativamente frio e ele pressionar o pequeno aparelho sobre minha barriga. Logo os borrões surgiram. Engraçado como não vemos nada, mas sempre que o médico fala a gente "enxerga" algo.

- Aqui é a perna. – ele apontou e eu forcei meu cérebro a imaginar uma perna ali. - Olha o que vemos aqui. – o médico disse e eu queria dizer que não via nada. – Hoje ele resolveu ajudar, é um garoto. Bem saudável e eu diria, que grande. – ele disse e eu entendi o por que. Meu garoto vai ser um sucesso.

- Um menino, amor. – Becky disse e veio beijar meus lábios com carinho.

- Eu não vou precisar matar nenhum rapaz que der em cima da minha menina, por que é um menino porra. – confessei em voz alta.

- Não xinga perto dele. – ela disse com lágrimas banhando seu rosto e só agora eu percebi que meu rosto estava completamente molhado. Nosso primeiro filho, nosso garoto. O começo da minha família ao lado da Becky. Caralho, eu vou parir um menino enorme. Eu vi uma barriguinha ali. É certo, vou parar de comer besteiras. Eu e ele temos que manter a forma. Pelo meu bem, acima de tudo. Saímos do consultório direto para uma loja de bebês. Compramos de tudo um pouco, até olhamos uns móveis. 

Mas decidimos comprar mais a frente. Tivemos uma pequena discussão em frente a vendedora por que Becky queria pagar com seu dinheiro. Oh mulher difícil e teimosa. Será que não entende que eu gosto de fazer isso por ela? Seguimos até em casa e meu pai e a Senhora Roberts estavam na cozinha. As crianças ainda na escola e Eliza na creche. Decidimos colocar ela na creche pra ela se habituar. Eu iria trabalhar depois do almoço, e como Becky estava de folga ela resolveu que iria comigo. Gostei da idéia, vou poder namorar a tarde toda.

- E ai, deu pra ver o sexo dessa vez? – meu pai perguntou enquanto tentava comer um pedaço da torta de frango da Senhora Roberts, mas ela o acertou com uma colher o impedindo de continuar.

- É meu garoto. – falei toda sorridente, como uma boba empacada. Eu nem sei se isso existe.

- Eu vou ter um neto? Primeiro uma menina e agora um menino. Eu sou um avô de sorte. – meu pai disse e vi uma pequena lágrima em seus olhos. Meu pai é estranhamente fofo. Não demorou mais que cinco minutos para as crianças chegarem. Eles vinham todo dia de ônibus e desciam na creche da Eliza, que é a duas ruas de casa para busca-la. Já que eu não consegui ensinar direito a eles o valor do dinheiro, eu decidi dar um pouco de responsabilidade a eles. 

E assim que os quatro desceram já com as roupas trocadas nós fomos almoçar. Todo mundo tinha algo pra contar e eu ria de cada baboseira da escola das crianças. Ficaram animados quando eu contei que seria um garoto. E o Chris disse que agora teria alguém pra brincar. Eu ri do meu irmão, deve ser difícil morar em uma casa dominada por mulheres. Só tem ele e meu pai de garotos. Depois do almoço eu continuei sentada na cadeira aproveitando a preguiça que dá depois de comer.

- Eu vou tomar um banho, você vem amor? – Becky perguntou.

- Já vou minha linda, me espere no banheiro. – falei e ela selou nossos lábios antes de sair da cozinha. Aproveitei que estava apenas eu e meu pai na mesa e resolvi conversar com ele o que eu já estava adiando a alguns meses. Não por medo ou vergonha. Eu só não conseguia um momento apropriado pra falar com meu pai. Mesmo morando na mesma casa. – Pai, podemos conversar?

- Claro, o que tem a me dizer? – ele perguntou todo solicito, capaz de achar que eu andei aprontando alguma coisa.

- Eu quero fazer uma surpresa pra Becky. – falei baixo com medo dela por algum motivo retornar e nos ouvir.

- E em que eu tenho que te ajudar? – ele perguntou. Adoro como meu pai sempre está disposto a me ajudar.

- Na verdade em três coisas. Primeiro total segredo. – eu disse e ele assentiu. – Nem pra sua namorada, ouviu bem? – falei e ela corou. – Segundo eu quero que vá a um lugar pra mim hoje a tarde e que faça um pequeno trabalhinho hoje a tarde. E eu quero te pedir algo, uma coisa grande. Eu posso compra-lo do senhor. Mas eu realmente quero isso mais do que qualquer coisa. – falei e ele me encarava com expectativa esperando que eu explicasse tudo de uma vez.

- Fala logo em que lugar eu teria que ir e o "pequeno trabalhinho" e o que é essa coisa grande que você quer. – ele disse e eu puxei minha cadeira pra perto dele. Pra contar todo meu plano e o que ele faria por mim. 

Ele aceitou tudo de cara e o que eu achei que ele fosse recusar um pouco, foi o que ele mais me ajudou. Não demorou muito pra que eu subisse para o meu quarto e quando entrei no banheiro Becky já tava no final de seu banho, eu fiz biquinho tentando convencê-la a ficar comigo. Mas ela não aceitou. Disse que se ficasse eu abusaria dela e que ainda tínhamos que trabalhar. Comecei a tomar meu banho e a pensar em tudo que já passamos juntas.

- Espero que dê tudo certo. – falei baixinho e com um sorriso nos lábios.




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Qual será a surpresa da Freen pra Becky? Palpites?

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora