É recíproco

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     🐰 Freen POV


Cinco minutos já tinham se passado e o silêncio ainda pairava na sala, Becky estava parada no mesmo lugar e as meninas no sofá olhando pra baixo. Cruzei os braços e bufei alto, segurei na mão da minha garota e a arrastei até o sofá ao lado das meninas.

- A gente pode explicar. – Taylor disse, eu cruzei as pernas e lancei um olhar questionador pra minha irmã.

- Não, você não pode e sabe disso. – é a hora de tomar as rédeas da situação, eu fui legal todo esse tempo, mas imaginem se o Chris que tivesse visto essa cena, ou pior, meu pai ou a senhora Roberts, eles iriam enfartar. Becky tá besta até agora.

- Freen, a gente... – Sofia começou e eu a interrompi.

- Pará, quem vai falar sou eu. Eu fui muito liberal com vocês, até demais. Ajudei em tudo que precisaram, mas não quer dizer que vocês possam extrapolar os limites. Vocês tem o quarto de vocês, eu sei que quando a gente é adolescente, os hormônios se acendem, mas dava muito bem pra irem para o quarto e trancarem a porta. Já pensaram se fosse o Chris a ver isso, ou o papai, ou a senhora Roberts, vocês tem que respeitar as outras pessoas que residem nessa casa. – as duas me olhavam como se pensando em tudo que eu tinha falo.

- Eu não tinha pensado nisso. – Taylor disse passando a mão no rosto.

- É claro que não, pelo que eu percebi vocês não pensaram em nada. – falei firme e as duas abaixaram a cabeça. Becky agora prestava atenção no que eu dizia, mas parecia preferir ficar em silêncio enquanto eu falava.

- Desculpa Sá. Não fizemos por mal. – Sofi disse e realmente parecia arrependida.

- Vocês tem que pensar, não deixem só o corpo de vocês gritar. Eu deixo vocês dormirem no mesmo quarto, mas se algo parecido acontecer novamente, eu não vou permitir mais. E claro que tem um castigo. – falei e descruzei as pernas encarando as duas.

- Claro que tem. – Taylor disse.

- E está mais do que certa. – Sofia disse sabendo que eu poderia piorar as coisas se quisesse.

- Vocês não vão dormir no mesmo quarto hoje, uma das duas vai para o quarto de hospedes. – falei e Becky logo arrumou sua postura.

- Não, Freen vai dormir com a Taylor e Sofia comigo. – ela disse e eu a encarei e tentei falar com olhares que eu queria dormir com ela. – Não podemos dar brecha pra uma escapada durante a noite. E eu quero o celular de vocês. – ela estendeu a mão e as meninas entregaram os celulares. – Agora subam. – disse e as duas ficaram de pé logo subindo as escadas.

- Amor, eu queria carinho hoje, namorar. – falei com o tom manhoso. Ela colocou a ponta dos dedos nas têmporas e as pressionou.

- Hoje não dá, amor, olha o que elas iriam fazer. Não acredito nisso, quero conversar direito com a Sofia também. Freen elas são crianças, elas nem devias estar pensando nisso, tem que fazer o dever de casa. – disse e eu entendi o lado dela e por incrível que pareça, acho que ela tem razão.

- Tudo bem, amor. Vamos para nosso quarto então, quero tomar um banho antes de ir dormir com a Taylor. Vai ser uma noite longa. – falei enquanto subíamos até nosso quarto. Enquanto eu tomava banho Becky pegou uma roupa pra mim, logo ela entrou no banheiro e pediu que eu saísse do chuveiro. Quando me aproximei dela, Becky começou a me secar, como se eu fosse uma criança. Ela me entregou o pijama e depois de um longo selinho foi tomar banho. Sofia entrou no quarto pouco depois que eu saí do banheiro.

- Desculpa, Sá. – ela disse com os olhinhos marejados, e eu vi neles o medo de ter me decepcionado. Eu abri meus braços e ela me abraçou com jeito por causa da barriga. – Juro que não vou mais te decepcionar. – ela disse e eu beijei seus cabelos.

- Eu sei que não, agora deixa eu ir. Vou ter que dormir com sua namorada chata. – falei e me separei dela. Quando estava na porta eu me virei pra ela novamente. – Boa sorte com a Becky. – Sofia fez uma careta e eu ri com isso. Fui em direção ao quarto da minha irmã, e antes de entrar eu fiz uma careta. Boa sorte Freen Sarocha. Entrei no quarto e minha irmã já estava deitada encarando o teto. Deitei ao seu lado e fiz a mesma coisa. Fiquei assim por quase dez minutos inteiros sem trocar uma palavra com a Tay. Peguei o controle da TV e quando ia ligar, Taylor me impediu.

- Não liga, Eliza acorda se tiver alguma luz perto do rosto dela. – ela disse e eu olhei a bebê deitada no berço.

- Tá falando sério? – perguntei e minha irmã assentiu. – Isso é ter filhos? – perguntei e ela riu antes de dizer que sim. Guardei o controle da TV e voltei a encarar o teto. Bem legal, muito divertido mesmo. Bufei e comecei a virar na cama, não achava posição que me agradasse. Chegou um momento que eu estava de cabeça pra baixo na cama e com os pés na parede.

- Sá. – Taylor chamou e eu fiz um som nasal. – Me desculpa, pelo que eu diz e pelo que você viu. – ela disse e eu levantei o rosto pra olhar pra ela. Quem abduziu minha irmã? Será que aqueles homenzinhos verdes e de cabeção realmente existem? – Não fizemos por mal, foi coisa de momento. Desculpa se te desrespeitamos, não era nossa intenção. Nunca foi. – ela disse e eu arqueei uma sobrancelha. – Me desculpa. – ela pediu mais uma vez.

- Tá bom. – foi a única coisa que eu consegui dizer. Ela também virou o lado na cama e me abraçou.

- O bebê já chutou? – ela perguntou acariciando minha barriga.

- Ele chuta o tempo todo, mas se estivermos só eu e ele. Se alguém tentar sentir ele para. – falei acariciei minha barriga também.

- Own, que gracinha. É implicante igual a você. – ela disse e empurrei ela levemente.

- Vai a merda, Tay. – não sei por quanto tempo ficamos conversando até cair no sono. Mas eu acordei de madrugada, com a Eliza chamando pela mama. A garota estava sentada em seu berço. Taylor estava totalmente apagada e esparramada na cama. Eu peguei a garotinha e ela continuou a chamar mama. A porta do quarto foi aberta e Sofia apareceu, a pequena garotinha estendeu os braços pra ela enquanto a chamava com as mãos.

- Ela sempre acorda esse horário e eu tenho que cantar algumas músicas pra ela. – ela disse cheirando o rostinho da bebê.

- Becky sabe que você veio aqui? – perguntei bocejando.

- Disse que era pra eu ser rápida. – ela disse e eu tive uma ideia.

- Quer saber, fica ai. Eu vou dormir com a minha namorada. – falei e saí do quarto. quando cheguei Becky estava sem coberta alguma, por causa do calor que fazia. Deitei ao seu lado e puxei o seu corpo contra o meu.

- Senti saudades. – ela murmurou e eu beijei sua nuca.

- É recíproco. – respondi e entrelaçamos nossos dedos e não levou muito pra cairmos no sono, como se o encaixe perfeito fosse ao lado dela. Agora eu dormiria em paz.

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora