Cala a boca, moleque!

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      🐰 Freen POV


Entrei no quarto da Tay e ela dava a última mordida no sanduíche, sorri pra ela e lhe entreguei o suco, ela deu apenas alguns goles e me entregou o copo acompanhado do prato vazio, ela foi até o banheiro e eu deitei em sua cama. Aquela sensação de que algo não tão bom me espera, ela saiu do banheiro e se deitou ao meu lado, nós duas encarando o teto.

- Sá. – ela chamou e eu respondi com um som nasal. – Promete não ficar chateada comigo? – não sei se já perceberam, mas quase sempre que alguém diz isso a gente acaba ficando chateado.

- Prometo. – disse com esperanças de realmente não ficar.

- Estou grávida. – ela disse e eu acho que fui jogada em outra dimensão, tudo parecia ter parado no momento que ela terminou de falar, deuses, minha irmã de apenas quatorze anos está grávida, esse é um dos momentos que mais precisamos da mamãe, ela saberia exatamente o que fazer. Por que eu esqueci até de respirar.

- Você tem certeza? – foi a melhor coisa que eu consegui pensar em todo esse tempo que estive pensando, o mais difícil foi voltar a respirar. Ela levantou da cama e foi até o banheiro voltando com uma sacola em mãos, a virou em cima da cama e eu vi cerca de vinte exames de gravidez cair perto de mim e todos tinham o mesmo resultado, positivo, positivo, positivo, positivo... - Você tá gravida. – falei observando cada exame diferente.

- É, eu acho que sim, mas eu não sei cuidar nem de mim, imagine de um bebê. – ela disse sentando ao meu lado, ainda não desgrudo os olhos de todos os exames com o mesmo resultado.

- Primeiro vamos marcar um pré natal, e a gente dá um jeito de cuidar do novo Sarocha. – ela sorriu de lado.

- Gastei toda minha mesada em exames de gravidez. – ela disse e eu ri.

- Mas nem vai precisar, afinal, você está de castigo irmãzinha. – nós rimos e ela deitou ao meu lado, beijei sua testa e nos embrulhamos. – Quem é o pai?

- Um garoto da escola, ele é dois anos mais velho que eu. – ela disse e eu quis bater nesse garoto, mas eu ainda o faço.

- Temos que conversar com ele. – falei e ela estancou ao meu lado.

- Eu já falei, ele não foi muito legal, falei com ele hoje e ele disse que o filho não é dele, e que não vai ajudar com nada. – minha irmã disse e agora eu tive certeza que bateria nesse garoto.

- Não importa, quem vai falar com ele dessa vez sou eu. – falei e ela assentiu. – E vamos falar com o papai também. – ela bufou.

- Obrigada Sá. – ela disse e seus olhos marejados mostravam o que ela estava agradecendo.

- De nada, Tay. Agora vamos dormir, e nada de ficar sem comer de novo, não pode, você tem que cuidar do novo Sarocha. – falei e ela sorriu fraco, ela virou para o lado e ficou alguns minutos assim até eu ouvir sua respiração mais calma, eu não conseguiria pregar os olhos, isso era fato, eu não tirei os olhos dela, parecia que minha pequena irmã estava sendo jogada na realidade sem nenhum cuidado. Grávida, o que uma criança de quatorze anos sabe de sobre cuidar de uma outra criança?

(...)

E como o previsto eu não dormi um só minuto durante aquela noite, a luz do sol invadiu o quarto e eu ainda observava minha irmã dormi, parece que a qualquer momento ela acordaria e precisaria de mim, talvez por isso eu não consegui dormir. Não demorou muito para o despertador rosa da Tay começar a tocar, eu o desliguei e ela se remexeu na cama.

- Bom dia, Tay. Ta na hora de acordar. – ela gemeu e tampou o rosto com o edredom, eu acabei rindo do seu jeito preguiçoso. – Levanta e toma um banho pra irmos tomar café, eu vou fazer o mesmo no meu quarto. - puxei o edredom e ela me lançou um olhar fulminante, me aproximei e beijei seu rosto demoradamente antes de sair do seu quarto, quando cheguei no meu banheiro tomei banho na água fria, mais uma vez, acho que eu nem vou mudar novamente, deixar logo no frio. Vesti uma roupa confortável e coloquei um óculos escuro pra disfarçar as enormes olheiras. Lembrei que hoje é quinta feira e a primeira aula é da Rebecca, eu devia forjar alguns atestados pra segundas e quintas. É estranho, no mesmo momento que eu não quero vê-la, eu também quero, dá pra entender? Se sim, me expliquem então. Bufo e guardo o celular no bolso da calça, desci as escadas e todos já tomavam café.

- Tava pensando na morte da bezerra lá em cima, filha. – meu pai disse divertido.

- Não, mas quase. – sentei e me servi com uma panqueca. Hoje meu pai não tinha fisioterapia então Troye não teria chance de ver a Ari, na verdade espero que eles tenham se entendido. Brid chegaria mais tarde hoje, ela avisou com uma mensagem de texto, após o café eu deixei meus irmãos na escola, assim que parei o carro o Chris saltou pra fora e foi encontrar seus amiguinhos, Tay ia saindo quando segurei sua mão. – Quem é o garoto, Tay? – perguntei e ela passou os olhos pelo lugar, e apontou pra um garoto que estava em grupo e eu já percebi que ele é um babaca, sabe aqueles playboys que se acham os fodões, mas são uns merdas? Desse jeito.

- O nome dele é Josh. – ela disse e eu lhe olhei.

- Não podia ser um cara melhor não, Tay? – ela arqueou uma sobrancelha.

- Ele é o mais popular da escola. – ela disse.

- Mas é um merda, tudo bem, qualquer coisa você me liga, se passar mal ou qualquer coisa, eu te amo. – beijei sua testa.

- Também te amo, Sá. – ela disse antes de sair e encontrar duas amigas. Esperei ela entrar e estacionei o carro, fui até o grupo de garotos, depois que a gente cresce percebemos o quanto esses caras são uns imbecis.

- Posso falar com você, Josh? – falei e os cinco garotos olharam pra mim com a boca aberta, e ainda teve dois que disse pro imbecil que ele se deu bem, coitados, já peguei mais mulher que os cinco juntos e multiplicado por quatro, os cinco se afastaram e só eu fiquei com o garoto.

- Pode falar, amor. – ele disse e eu revirei os olhos.

- Cala a boca, moleque. - eu me aproximei e segurei o colarinho de sua jaqueta do time da escola. – Não fale comigo como se eu fosse uma das garotas da sua escola, eu só tenho um recado, você engravidou minha irmã, pode dar um jeito de falar com seu pai, por que você vai registrar a criança, e passe a tratar minha irmã melhor, eu não quero nada de você, mas você fez e agora tem responsabilidades, você só se livrou por ser menor de idade, por que a vontade que eu tenho é te denunciar por pedofilia. - o garoto que estava suspenso desde que eu comecei a falar tinha o olhar de espanto. – Não se mete com os Sarocha, moleque. E eu espero que seu pai me ligue, temos o que conversar, fale pra ele que é só olhar em alguns outdoors da cidade e ver o telefone da companhia Sarocha. E se ele não me ligar eu volto atrás de você. Qual seu sobrenome, imbecil?

- Osborn. – ele disse me encarando acima de mim, deixei ele no chão.

- Está avisado, e eu espero a ligação do Senhor Osborn ainda essa semana. – o garoto assentiu e eu sai dali em direção a faculdade, inferno, atrasada novamente.



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Freen sendo protetora, um amor!

E quem disse que a Freen seria tia, acertou rs

My Sweet Delirium - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora