🐻 Rebecca POV
Minha casa tá um inferno, o senhor Henry gritando o tempo todo xingando a Freen, isso quando não é o David. Pelo o que eu entendi ela lançou uma promoção na empresa dela e isso fez os Henry se afundarem mais, o que foi estranho pra mim, por que eu nem sabia que eles estavam afundando, sempre com as melhores coisas, carros, joias e viagens o tempo todo. Até estranhei quando David, muito mal humorado, me contou a história. Sofia não saia de seu quarto, dizia que não queria ouvir mentiras sobre a Freen. Ela criou um carinho tão grande pela garota de olhos verdes, só saia pra ir pra escola e pra comer, isso se meus sogros não estivessem presentes. E mesmo assim comia o mais rápido possível pra não ficar muito tempo com David, mesmo no meio dessa confusão toda, ele teve que sair da cidade, parece que estava tentando resolver esse problema, não entendi direito, até por que ele foi bem vago na explicação, e eu não quis perguntar muito por que ele estava nervoso. Acordei com o soar do despertador e me arrumei lentamente, primeira aula de hoje na sala da Sarocha, e eu não sei se estou preparada pra encara-la depois de tudo que aconteceu. Sofia tomou café comigo hoje, e isso por que estamos sozinhas. Saímos de casa e eu a deixei na escola, indo direto pra faculdade. Estacionei o carro e não vi o Audi vermelho em seu lugar de costume, estranhei, talvez esteja atrasada. E por que estou ligando pra isso? Para que ta feio, Rebecca. Entrei no prédio com passos largos e rápidos em direção a sala dos professores.
- Senhorita Armstrong. – ouvi alguém chamar e me virei em direção a voz.
- Ah, oi, Jenna. – por um momento eu acreditei que pudesse ser ela.
- Oi, eu só vim te entregar isso. – me entregou um envelope pardo com o símbolo das empresas Sarocha.
- O que é isso? – perguntei sem entender.
- Ah, desculpa. É o trabalho da Freen, que a senhorita pediu que fosse entregue hoje, ela não vai poder vir hoje. – vi uma tristeza atravessar seus olhos e um arrepio tomou conta da minha espinha.
- Aconteceu alguma coisa com ela? – perguntei segurando o braço da Jenna e me aproximando pra falar mais baixo.
- Não, com a Tay. Ela sangrou essa madrugada e ainda tem perigo de perder o bebê. – Sofia havia me dito que a Taylor estava grávida.
- Sinto muito. – falei com um aperto no peito.
- Todos nós sentimos, licença. – ela saiu do meu campo de visão e minhas aulas foram todas umas merdas, por que eu não conseguia me concentrar, em nada. Uma necessidade de saber se Taylor, o bebê e Freen estavam bem se instalou no meu peito. As aulas terminaram e eu fui buscar Sofia, um caminho que levo vinte minutos, hoje eu fiz em dez. Ela entrou no carro e me cumprimentou.
- Me dá o número da Freen. – falei e ela me fitou desconfiada. – Anda, Sofi. É sério. – ela tirou o celular do bolso e colocou no contato salvo. Eu coloquei pra chamar e vi minha irmã observando tudo com curiosidade, no quinto toque ela atendeu.
- Oi, Sofi. Desculpa a demora. – falou meio ofegante.
- Não é a Sofi, sou eu. – um silêncio se instalou antes dela voltar a falar.
- O que aconteceu, Rebecca? – eu percebi que atrás do seu tom super frio tinha um pouquinho de preocupação.
- Quero saber como a Taylor está. – falei e vi Sofia ficar com os olhos arregalados.
- Jen te contou? – confirmei com um som nasal. – Ela tá melhor, só precisa descansar. – seu tom agora era manso e parecia cansada.
- Quer... – eu pensei dois segundos e falei antes de me arrepender. – Em qual hospital vocês estão? Quero ir pra ai ficar com você... vocês. – bati na minha própria testa.
- Não é necessário, Becca. Você tem seu noiv... – ela começou e eu a interrompi, e Becca?
- O hospital, Freen . – ela bufou antes de me dar o endereço e nos despedimos. Eu tive que contar o que eu sabia pra Sofia que parecia bem preocupada com a nova amiga. Chegamos ao hospital e eu tive que dizer que era a senhora Sarocha pra conseguir entrar.
- Preciso ver seus documentos senhorita. – a recepcionista disse.
- Moça, na pressa eu esqueci minha bolsa, mas minha cunhada está internada e minha esposa está lá dentro me esperando. – falei e vi de canto de olho Sofia segurar o riso.
- Eu só posso deixar entrar se ver seus documentos. – falou novamente e eu bufei.
- Não será necessário. – aquela voz invadiu meus ouvidos e estremeci. – Você demorou, amor. – Freen disse e passou o braço pelos meus ombros, eu queria enfiar meu rosto em um buraco. Ela ouviu tudo, e ainda puxou meu rosto e me deu um selinho. Olhei para o lado e vi Sofia com a boca aberta antes de começar a rir. – Podemos entrar?
- Claro senhora, Sarocha. – a mulher disse jogando os cabelos loiros para o lado e apertando o busto, que cachorra, ela não acabou de ouvir que sou esposa da Freen. Quê? Vou aproveitar que estou em um hospital e procurar um médico, to ficando preocupada com minha saúde mental. Ela nos virou ainda com o braço ao redor dos meus ombros e chamou a Sofia que a abraçou de lado.
- Você demorou, amor. – Sofia disse imitando a voz da Freen antes de explodir em uma gargalhada. E ouvi a maior rir junto. Mas eu, ainda estou envergonhada demais pra processar qualquer coisa. – Eu posso entrar pra visita-la? – Sofia perguntou, não me deixe sozinha com a Freen, irmãzinha.
- Seria ótimo. – ela apontou pra porta que estava próxima a gente e me guiou até as cadeiras que tinham ali fora. – Foi a melhor ideia que você teve? – perguntou já rindo.
- Podemos não falar disso. – pedi passando a mão no meu rosto e não a encarando. – Me explica o que aconteceu com a Tay.
- Aconteceu um sangramento por causa do descolamento do saco gestacional, ela tem que repousar para que o saco se fixe novamente, ou então pode sofrer um aborto. – explicou e vi em sua expressão, cansaço e medo. Eu logo mudei de assunto pra ver se ela se distraia um pouco.
- Becca? – perguntei e ela me olhou sorrindo.
- Eu te chamei assim? – perguntou e eu assenti. – Acho que um apelido. – disse sem graça.
- Diferente, gostei. – confessei e ela me olhou sorrindo levemente. – Você ouviu tudo que eu falei pra moça na recepção? – perguntei corada, mas eu queria saber.
- Só a partir do momento que disse que tinha esquecido sua bolsa, e que sua cunhada estava internada e sua esposa estava te esperando. – ela disse se divertindo.
- Ai, que vergonha. – falei cobrindo meu rosto. – Pelo menos você me salvou. – falei e ela sorriu. – Mas precisava me dar um selinho? – perguntei e ela segurou a risada.
- Não, mas é que o selinho eu fiz por palhaçada mesmo. – ela confessou e eu semicerrei os olhos em sua direção e comecei a distribuir tapas em seus braços enquanto ela ria, fiquei com medo de alguém nos expulsar, mas o corredor em questão parecia deserto. Ela segurou em meus braços e me puxou pra perto de seu corpo, me abraçando enquanto segurava meus braços. – Obrigado por ter vindo. – falou e eu me senti confortável ali, como a muito tempo não me sentia, me permitir saborear aquele pequeno tempo e segurei sua blusa enquanto a abraçava fortemente, ela circulou seus braços ao meu redor e ficamos assim por um tempo que eu não fui capaz de calcular.
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My Sweet Delirium - FreenBecky
RomantizmFreen Sarocha, uma aluna da faculdade de fisioterapia, que pra não se dar mal em uma matéria resolve dar em cima da professora. Rebecca Patrícia Armstrong, a nova professora de filosofia, que está em um noivado de seis anos, tem um novo desafio, sup...