Capítulo 3 - Tristan Li Lucchesi

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_ Não precisa voltar mais Karen, está despedida,

_ Mas senhor Lucchesi, eu não tenho culpa, o senhor sabe que o Theo vive dando em cima de mim. Eu só não consegui resistir.

_ Eu particularmente, não tenho absolutamente nada, contra você sair com quem quer que você queira. Só não quero que seja na minha empresa, muito menos, sobre a minha mesa.

_ Senhor Lucchesi é injusto, foi ele quem começou.

_ Mas você deveria tê-lo parado. Na verdade, ele entende bem o significado da palavra não. Posso te garantir. Além do mais, as poucas atividades que passei pra que você desenvolvesse, você mal deu conta. A Guida nunca te acha para te passar a agenda, você vive atrasada e nunca atende os telefonemas.

_ Desculpa, mas aquela velha deveria viver num asilo, ela é esquisita e esquecida. Talvez nem saiba quem sou. Além do mais, Theo disse que passaria o trabalho pra mim.

_ Peço que tenha a gentileza de não se referir a Guida dessa forma. Quisera eu ou você, ser metade da pessoa que ela é. Segundo, Theodoro tem suas próprias atividades para cumprir, não tem tempo de ficar ensinando você. Depois, você deveria saber que ele tem parte dessa empresa, não posso demiti-lo e mesmo se pudesse, com o currículo dele provavelmente, nunca ficaria desempregado. Já você, deu bobeira e vai arcar com as consequências de suas escolhas. Concordo que você não deva ser punida sozinha, mas acredite que a punição dele chegará em breve. Infelizmente entre vocês dois, você será a maior prejudicada, mas você já sabia disso pois eu fui muito claro contigo quando a entrevistei e expliquei sobre ele, explicitamente. Agora por favor... se retire da minha sala e passe nos recursos humanos.

A garota se levanta ainda arrumando os botões da blusa que estão todos tortos. Essa deve ser a quinta ou sexta garota esse ano, que preciso demitir por causa do meu irmão.

Theo faz isso de proposito, ele sabe o quanto preciso de alguém pra me ajudar, especialmente nessa época em que o fluxo da empresa é maior.

Na temporada de festas especiais, nossos depósitos esvaziam rapidamente, nossos funcionários trabalham dobrado, tudo pra não deixar nenhuma criança sem seu brinquedo.

Antecipamos bastante a maior parte das demandas desses períodos. Especialmente, do Dia das Crianças e do Natal, mas sempre é uma correria, ainda mais agora em que abrimos nossas próprias lojas. E não são pequenas lojas, são três grandes lojas.

Fabricar e vender são coisas bastante distintas, mas que precisam estar alinhadas.

_ E aí empata foda. – diz meu irmão entrando na sala e se jogando no sofá.

_ Theodoro... eu sabia que você era muitas coisas, mas covarde não estava na lista.

_ Está dizendo isso porque deixei ela para você a despedir sozinha?

_ E por que mais seria?

_ Já olhou as câmeras de segurança da sua sala?

Theo se levanta me mostrando as câmeras em seu iphone.

O que vejo me deixa petrificado, Karen está mexendo nos meus computadores e nas minhas gavetas, procurando algo que não tenho ideia do que seja.

_ O que ela procurava?

_ Qualquer coisa. Até onde eu sei, qualquer informação sobre nós e a empresa valem muito.

_ Então, não era nada específico?

_ Até onde sei, não. Mas já pedi para o Carlos da segurança checar mais profundamente. O fato é que, quando eu entrei na sala, ela se fez de boba e tentou me seduzir, eu só me deixei levar. Dei uns apertões aqui, uns beijinhos ali... enfim. Sabe que as duas anteriores fizeram a mesma coisa, né. Foi todas as gravações que consegui salvar, mas eu estou aqui te fazendo um favor. Não se coloca qualquer pessoa sem uma boa indicação pra ficar junto com o CEO de uma empresa desse porte e você sabe disso.

JUNTANDO OS PEDAÇOSOnde histórias criam vida. Descubra agora