Capítulo 39 - Selena Piacessi

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Novo dia no paraíso... tudo isso porque acordo e um delicioso cheiro de café invade o ar.

Estou na minha cama, toda enroladinha por minha coberta e envolta pelos meus travesseiros.

Nesse momento, me lembro do dia anterior e olho para o sofá e vejo um estofado devidamente organizado. As almofadas e o tear lindamente arrumados e num dos cantos, uma coberta dobrada e um travesseiro sobre ela. A cortina encontra-se fechada e a única fresta de luz, vem debaixo da porta da cozinha, que eu nem sabia que fechava.

Com quase nenhum animo, me levanto e me forço ir ao banheiro, pois estou apertada demais. Faço minhas necessidades, minha higiene bucal e dou uma olhada no espelho para meu cabelo que está armado e perigoso. Passo os dedos nos cachos a fim de soltá-los e assim que eles soltam um pouco, enrolo meu cabelo todo no topo da cabeça.

Assim que saio do banheiro, me arrasto até a cozinha, onde o cheiro de café fresco continua a me atrair.

Abro a porta e me deparo com um asiático lindo, de cabelos úmidos, vestido num moletom cinza, usando óculos e lendo alguma coisa bem interessante no computador, enquanto degusta um copo de café de aparência fumegante.

_ Bom dia! – digo tocando em seu ombro.

_ Ei ... – Ele se levanta depressa num pulo.

Ele retira o fone do ouvido, fone esse que eu nem tinha percebido que ele estava usando e sorri.

_ Desculpa. – Digo. _ Não vi que estava de fone.

_ Eu que peço desculpa, acabei me distraindo.

_ Como vejo que já tomou café, aposto que está trabalhando.

_ Bom... sim e sim. Parece que alguns colegas do ramo, estão fechando as portas. Pode haver algumas possibilidades.

_ Não estamos de férias até dia vinte?

_ Bem. Vocês estão, nós estamos em constante movimento.

_ Entendo, mas agora chega disso. Preciso muito acordar. Além do mais, hoje é feriado, fecha isso aí e me serve um pouco desse seu café cheiroso, purfavorzinho.

_ Claro. Desculpe os modos.

Eu odeio quando pessoas ficam o tempo todo se desculpando, mas ele é fofo.

Ele se levanta, vai até uma cafeteira, que se sabe lá de onde surgiu e me serve uma xicara de café preto e sem açúcar.

Depois dos primeiros goles, já me sinto acordada em definitivo. Eu amo a cafeína.

_ Você é o Deus do café. Eu te amo, pode dormir aqui todos os dias se fizer café assim pra mim. – Digo suspirando e tomando mais um gole.

Mas assim que olho pra ele, percebo que falei alguma merda. Ele está completamente vermelho. Sem graça mesmo, seus olhos estão pregados na xicara na minha boca e isso está começando a me deixar sem graça também.

_ Que??? – Pergunto com um leve tom de irritação na voz.

_ Que o que???

_ Diz você. Está me encarando. – pergunto já nervosa com aquele estranho olhar.

_ Eu??? Err... não, não estava. Estava pensando, onde vamos roubar o almoço.

_ Nem tomamos o café da manhã ainda e já está pensando no almoço?

_ Bom... já é tarde e eu meio que já tomei o "café da manhã", faz tempo. Comi cereais e frutas, que encontrei no seu armário e geladeira. Desculpe o abuso e a invasão, depois reponho.

JUNTANDO OS PEDAÇOSOnde histórias criam vida. Descubra agora