Capítulo 40 - Tristan Lucchesi

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Achei que Selena fosse se encantar por algo no quarto e levar algumas coisas que ela realmente precisava na casa dela, mas ela apenas olhou, comentou sobre dar alguns brindes aos funcionários e mais nada.

Naquele cômodo, tinha algumas coisas que notei que, na casa dela não tinha. Havia uns três ou quatro jogos de panela, alguns faqueiros, duas lava-louça, uma belíssima geladeira, dois micro-ondas, cobertores, lençóis, ... enfim, muita coisa que ela poderia utilizar sem dúvida.

Mas ela não se encantava por posses, prova disso era que ela ainda não tinha pedido pra conhecer o apartamento. E há tanto aqui que eu queria mostrar a ela.

O lado bom é que, ela se encantou pela cozinha, ao menos isso.

Aqui em casa a cozinha é num conceito aberto e dá para a sala de jantar. Os balcões são todos mármores pretos, os armários são pretos com puxadores prata e todos os eletrodomésticos são de aço inox. Pratos e talheres são pretos ou prata e tudo segue nessa linha, menos as paredes e os azulejos que são bem clarinhos pra dar um contraste e não deixar tudo muito escuro.

_ Não há nada colorido nessa cozinha. – Ela diz pegando o liquidificador preto.

_ O Theo é o cara das cores.

_ Por isso que ele depenou o resto da casa e deixou só a cozinha?

_ Eu passo mais tempo aqui, na biblioteca e no meu quarto quando estou em casa. Possivelmente são os únicos cômodos quase que completamente mobiliados.

_ Interessante. Por que vocês fizeram um quartinho só de presentes? Podiam ter colocado eles na fábrica.

_ No começo eles foram chegando timidamente, depois foram chegando e chegando cada vez mais, nós fomos só guardando e guardando... só não pensamos em mudar. A Guida colocava tudo que ganhávamos organizado naquele cômodo, nos só o mantivemos.

_ Você podia sortear um presente entre os aniversariantes do mês. Seria legal.

_ Também seria injusto. Imagine, temos sei lá, vinte aniversariantes esse mês. Um ganha um micro-ondas e os outros não ganham nada. E se formos dar vinte micro-ondas por mês, abriremos falência. Parece injusto. Se fizermos o sorteio precisa ser entre todos os funcionários de tanto do administrativo quanto da fábrica. Imagina se o administrativo ganha, vão dizer que é porque trabalham com a chefia.

_ Eu vi que temos uma verba pra eventos e confraternizações, então conversei com o Theo para fazermos os aniversários de todos sempre no final do mês. Então se doar alguns brindes, eles mesmo vão colocar seus nomes no potinho e no final, sorteamos algo bom. Assim ficaria mais justo... não acha?

_ Faremos festas de aniversários? – A questiono sorrindo.

_ Sim. O Theo adorou a ideia de comemorar os aniversários, sempre no final de cada mês. Claro que no começo não tinha sorteio, mas vendo aquele quarto cheio de tralha que você nunca vai usar, melhor dar pra quem fará algum uso.

_ Eu tentei dar a você e você se ofendeu.

_ Eu não me ofendi. Só não entendi as circunstâncias. Eu não quero que você gaste seu dinheiro comigo, porque não acho isso justo. Gosto de merecer as coisas que tenho, até porque valorizo mais. Mas muitos desses itens já estão aqui, não vejo problema em usar. Aliás, não penso mais em te devolver a cafeteira.

_ E eu não penso em pegá-la de volta e gostaria muito que se sentisse à vontade e pegasse outras coisas.

_ Pegou aquela cafeteira porque era vermelha né. – Ela fala sem tocar no assunto dos outros itens.

_ Não. Peguei ela porque era a melhor. Tem uma preta, mas a qualidade não era tão boa.

_ Entendo.

Continuamos na cozinha fazendo as panquecas e conversando assuntos aleatórios. Quando a massa estava pronta, ela correu ao banheiro e foi tomar banho. Quando voltou eu tinha estragado algumas panquecas tentando colocar mais recheio do que o necessário.

JUNTANDO OS PEDAÇOSOnde histórias criam vida. Descubra agora