Capítulo 36 - Tristan Lucchesi

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A conversa com Selena flui facilmente, como se fossemos velhos amigos e apesar de ainda sentir algum incomodo com seu passado, decido que daqui pra frente, farei o melhor que puder pra amenizar seu caminho.

Passamos a tarde conversando, comendo bobeiras, fazendo compra em um mercado que havia dentro do shopping e nem vimos o tempo passar.

Sinceramente, nunca passei uma tarde tão tranquila e gostosa com outra pessoa além de Theo, como estava sendo essa nossa tarde.

Mas já é fim de tarde, o comércio começa a fechar suas portas pois é véspera de ano novo. Finalizamos nossas compras e voltamos ao nosso condomínio. Quando acabo de descarregar o carro e na sequência o elevador, deixando suas compras no seu apartamento, sinto um aperto no peito em deixá-la passar a virada ali, sozinha.

Estou dividido, entre passar com Maggie e meu irmão e ficar ali com ela apreciando uma noite tranquila. Mas também não sei se é isso que ela quer.

Depois que deixo as últimas sacolas dela na cozinha, pergunto o inevitável.

_ Eu creio que já sei a resposta, mas... tenho que perguntar mesmo assim. Tem certeza de que não quer passar réveillon na casa da Maggie.

_ Sinceramente falando, não. Eu adoraria passar um tempo com vocês, com o Timmy e claro com a Cecil, mas eu dispensaria todas as outras pessoas que sei com certeza absoluta, vão estar lá hoje. Aliás se você não se apressar vai perder a primeira fornada daquela deliciosa rabanada da Teresa. – Ela fala enquanto guarda algumas coisas na geladeira.

_ Não gosto da ideia de te deixar aqui sozinha.

_ Pra mim, é um dia como outro qualquer. Não muda muita coisa das outras noites. Depois, eu realmente não quero me expor, nem expor a Cecil a nenhum vexame. Embora aparentemente, nós duas estejamos bem, medicadas e possivelmente domadas ou dopadas..., só Deus sabe o que pode acontecer, caso uma de nós saia dos trilhos hoje à noite. – Ela fala rindo, mas sei o que quer dizer. Ninguém, nem mesmo ela, esperava a reação que Cecilia teve.

_ Então, vou providenciar uma ceia de réveillon pra você.

_ Isso é uma coisa que eu gostaria de ver. A essa altura nem o bacon da farofa você encontra pra comprar, alugar, ou encontra alguém pra doar.

_ Desafio aceito. Deixa comigo. Talvez demore um pouco, mas antes das dez da noite, porque preciso de um prazo pra achar meus contatos, aposto que dou um jeito de te entregarem alguma coisa bem gostosa.

_ Deixa os entregadores terem um pouco de paz hoje. Tem bastante coisa aqui, comemos aquele croissant na lanchonete do mercado quase agora. A hora que eu sentir fome, vou na geladeira ou no armário e pego alguma coisa. Acredite ou não. Tem até carne no congelador hoje.

_ Incrível, no meu também terá.

_ Não tenho tanta certeza disso. – Ela diz olhando algo atrás de mim. _ Porque você sabe que está tudo lá na porta da sala, descongelando. Enquanto conversamos aqui, tranquilamente.

_ Nossa que merda... desculpa pela boca suja. Saco, esqueci as sacolas com as compras. Vou subir. Mas tarde eu te ligo pra desejar feliz ano novo. – Falo já me dirigindo para a porta onde as sacolas estão no canto. _Vai mesmo ficar bem? – Paro e pergunto novamente. Acho que no fundo, quero que ela peça pra eu ficar, mas sei que ela não fará isso e também sei que não posso me impor a ela.

Ela sorri, me entregando uma última sacola que estava em suas mãos, me colocando dentro do elevador que tinha acabado de chegar e beijando meu rosto.

_ Foi um dia ótimo Tristan, você é uma excelente companhia. – Ela aperta o botão para o meu andar e tira a mão que segurava a porta. _ Obrigada. Vou ligar para Cecil e os outros depois que terminar de organizar as coisas aqui e tomar um banho. Agora vai. Sobe, guarda as suas compras, fica limpo, cheiroso e vai ficar um pouco com o seu irmão. Ele já te ligou umas dez vezes hoje.

JUNTANDO OS PEDAÇOSOnde histórias criam vida. Descubra agora