capítulo 61 (✓)

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"Dizem que muitos segredos estão enterrados no fundo do mar, perdidos entre oceanos infinitos. Quando mergulhamos nele, no entanto, descobrimos que a verdade sempre esteve dentro de nós."

E M E R A L D

Eu estava com uma dor de cabeça infernal, e não podia beber por causa da lesão substancial em minha cabeça que havia me deixado inconsciente por três dias, mas sinceramente estava em alto mar cercada por piratas, rebeldes e soldados de Eyja, acho que merecia algumas doses. O clima estava pesado, tínhamos apenas mais 36 horas antes de atracar próximo da capital, o que significa centenas de soldados treinando incessantemente para combinar suas diferentes técnicas e reuniões intermináveis entre Kalf, Alena, Lucca e Ben. Victoria ainda estava se recuperando e Mark, bem, eu não fazia ideia de como ele estava.

A família que ele havia acabado de reencontrar fora mobilizada junto com outros civis rebeldes, em suma crianças e idosos, para uma outra locação secreta agora que Monte Rocky havia sido derrubada, já que trazê-los para a batalha era inviável. Desde então ele parecia distante, e eu estava farta.

Cansada do mar e sem paciência para seguir o treinamento rigoroso dos líderes de Eyja.

— O quê faz aqui? — perguntei ao ver Mark, era de noite e todos que não estavam fazendo patrulha ou controlando o barco se preparavam nas cabines para dormir.

Lennis ergueu os olhos até a minha direção, sua pele bronzeada e os músculos, brilhando através do luar. — Eu que lhe pergunto.

— Precisava de ar. — admito correndo os olhos por ele.

— Eu também. — a mandíbula de Mark se apertou. — Você parece estar melhor com a água.

— Eu não fico mais enjoada. É uma evolução eu acho..

— O ar livre sempre ajuda. — explica se aproximando de mim com olhos perdidos.

— Sabe, — murmuro. —você não costuma ser assim, o que houve com o antigo Mark?

Mark me olha de soslaio, soltando uma risada amarga dos lábios. — Imagino que você também não nasceu dessa forma Emerald, tão ríspida e controladora.

Dou um passo para trás o analisando antes de soltar um sorriso amargo.

— Se está na merda ok, se quer descontar suas frustrações em mim ok, estou mais acostumada do que imagina. Mas não negue o fato de que esse não é você, essa raiva que está remoendo, esse ódio acumulado, acredite não vai acabar quando formos a guerra. Ele acaba quando você decide. Só espero que não faça a escolha certa tarde demais, há um momento que não tem mais volta, e então você torna-se um vazio, incapaz de ter sentimentos.

Eu o vi caminhando para ainda mais perto de mim, em seguida apoiando uma das mãos sobre minha bochecha e percorrendo a outra pelo meu cabelo. Ele virou a cabeça para a palma de minha mão, como se o espectro de todos os sangues que já derramei e que cobriam minhas mãos não o incomodasse. Os nossos olhos encontraram-se de novo, quando o vi tirar algo de seu casaco.

— É pra você. — ele me entregou um envelope. — Victoria achou nos baús de Amélia e pediu para que eu lhe entregasse. — encarei aquela assinatura, não era a letra de Amélia. Um arrepio me domou, era a caligrafia de Sam.

— Você mentiu, disse que precisava de ar, mas na verdade veio me entregar isso.

— Não posso fazer os dois?

Corro os olhos por ele erguendo os lábios.

— Não. Mark Lennis, não pode ser gentil comigo mesmo quando está destruído e tem todas as razões para não ser.

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