capítulo 59 (✓)

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"Segure a tocha com as suas mãos, não era fogo o que queria? Então agora veja-me queimar."

                             V I C T O R I A

Os Campbells são uma família nobre que fizeram parte de um império poderoso. Portadores de um número elevado de tesouros, ouro, navios e exércitos, eles permaneceram de pé por séculos diante de rebeliões, guerras e pragas até que Freen assumiu, sua personalidade fraca não o tornava preparado para sua futura posição como Rei. Este homem, que só se inspirava em sua vida familiar tranquila , tornou-se o chefe de um enorme estado cheio de mudanças após a fuga da verdadeira herdeira; minha mãe. Ninguém previu que a centelha de algo há muito tempo contido: a insatisfação dos conselheiros. Provocasse mudanças. Meu tio estava ciente do princípio sagrado de sua missão e que sempre defenderia a monarquia quando as concessões fossem inevitáveis.

Mas nada disso foi o bastante.

Eu não herdei nada do que me era de direito, tudo o que eu tinha da dinastia mais forte que já se estabeleceu no governo, era o sangue escuro, e o ódio do Norte.

Os baús de Amélia com toda a sua herança agora estavam diante de mim. Ela deixará aquilo no testamento para a sua única sucessora: eu. Mas agora nem mesmo a felicidade de os rebeldes terem conseguido transportá-los de sua casa de campo até Monte Rock parecia certa, não com todos os meus planos se desmanchando sob minhas mãos, e tudo por causa de Lisa. Não sou ingênua, sei que há influência dos conselheiros por trás de tudo isso, mas eu imaginava, em algum lugar, que ela ainda era a minha amiga.

Um estalo e Kalf entrou na sala fria onde os baús cercavam os meus pés. O general de Monte Rock deu passadas firmes até a minha direção, analisando com cuidado a situação.

— Deveria se ver agora. — seu olhar de admiração me atingi.

— Por quê? Sou nitidamente um fracasso? — rio embora por dentro eu esteja tentando não desabar.

— Não. — negou a cabeça com num meio sorriso. — Você mal parece humana, faz o mais cético dos homens acreditar em algo à mais. — me controlo para conter a emoção que suas palavras me trazem. — Independente do que aconteça, me sinto honrado por ter estado ao seu lado, Rainha de Ferro. E permanecerei assim, até que a morte me reivindique.

Silenciosamente o agradeço por aquilo, não precisamos de palavras porque sei que ele é ciente do quanto sou grata por tudo o que já fez por mim.

Seus olhos se abaixam na direção dos baús.

— Vejo que sua herança finalmente chegou.

Meu estômago se apertou como um punho cerrado. Eu sacrificara tudo por aquele... desperdício.

— Pretendia usá-la para alimentar nossos exércitos em alto mar, assim como as suas famílias que através de seus sacrifícios estão sofrendo pela fome. Mas do que adianta alimentar e comprar armas agora?— encaro as formas de madeira esculpidas. — E o pior é que eu entendo eles. — falo, baixo demais, mas sei que Kalf me escuta. — Se eu tivesse a escolha de não morrer em um campo de batalha, também o faria. Eles estão oferecendo um cessar para a guarda e as decapitações, não era isso o que queríamos afinal?

— Teoricamente — Kalf especula me fazendo o encarar de solesaio. — Isso é uma jogada, não uma mudança. À medida que conseguirem acabar com a chama que move os rebeldes, eles obterão o controle outra vez e poderão agir sobre suas formas de novo, sem empecilhos ou centelhas de uma guerra civil. — o general cruzou as mãos olhando para dentro de seus próprios pensamentos. — Se esqueceram de que a voz de todos importa, esqueceram de cuidar uns dos outros, e não estão dispostos a relembrar, nunca estarão. Porque se isso acontecer saberão que todos nós somos iguais.

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