capítulo 11 (✓)

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"Poder é maldição, benção e progresso. Poder é tudo, nas mãos daqueles que sabiamente o usam."

V I C T O R I A

Aliviada pelo discurso sinistro ter acabado tão rápido quanto começou, mexi meus pés e tratei de sair da espreita da porta onde às luzes dos lustres me cegariam se eu ousasse ficar mais um minuto parada ali.

Owen desceu da plataforma, que tinha sido equipada com cinco luxuosos assentos para os conselheiros, e foi até a minha direção, o que não pareceu nada fácil na medida com quê, durante todo o trajeto, uma nova pessoa surgia na sua frente para o cumprimentar. Ele apertava a mão dos nobres com suas duas mãos. Enquanto meus olhos não paravam de se voltar a Emerald. Ela era altiva, mas eu não sabia dizer o quê a mantinha tão elevada.

— Um petisco saboroso, não é certo? — foi o comentário que alguém fez perto de mim.

Quando girei, vi uma garota com várias e longas tranças pretas repletas por anéis de ouro, perto da mesa de comida, ela usava um vestido verde-escuro que fluía contra o seu corpo de uma maneira sensual como se naturalmente aquele tecido acabasse se tornando sua segunda pele. A abertura do decote se abria em seus seios e ali repousava uma joia dourada que brilhava contra sua pele negra.

— Não saberia lhe dizer. — respondo com um profundo golpe de antipatia para a garota e secretamente à todos os de sua estirpe. Privilegiados que tinham todos os seus caprichos em bandejas de prata desde o dia em que chegaram ao mundo e que por regra geral, não faziam nada que justificasse a imprudente generosidade do destino.

— Não jogue seu mal humor na comida. Ela não tem culpa. — a garota abriu seu sorriso perfeito. Um contraste merecido com todo o resto. — E então, por que está aqui?

— Eu nem te conheço.

Ela deixou escapar uma breve gargalhada, alheia ao brilho selvagem que apareceu nos meus olhos.

— Lisa Astor. — Embora a notícia tenha me sobressaltado, tentei permanecer impassível. — Acho que agora já pode responder a minha pergunta, não é?

— Filha do Lorde Saeom Astor?

Lisa revira os olhos, e nem assim fica feia.

— Prefiro manter minhas correlações longes das de meu pai.

— Ele é o primeiro conselheiro.

— É o que dizem. — replicou Lisa pegando uma taça e acabando com o líquido logo em seguida. — bom já que não vai me responder vou fazer isso eu mesma. Eu estou aqui porque não tive escolha. Moro no palácio desde que me entendo por gente, graças aquela mulher ali.. — ela girou o corpo encostando o quadril na mesa, uma das mãos balançava a taça vazia e a outra apontava para a mulher com o braço enlaçado no de Saeom. — Minha adorável e maravilhosa mãe.

— Ela é muito bonita..

— Catherine Astor é muitas coisas.

A mãe de Lisa era uma mulher muito requintada, seu queixo não vacilava nem por um segundo, as joias e a tiara pareciam leves em seu corpo, o vestido rodado e cheio de arte se movia da forma mais bonita que eu já vi. Ela parecia ser o tipo de mulher que nunca perdia a classe.

— É assustador, não é? — Lisa deixou a taça sobre a mesa e apoiou o corpo nos pulsos.

— O quê?

— Como ela é poderosa. — posso escutar que a garota engoliu em seco e os olhos se perderam, como se a ideia da mãe tivesse sugado todas as suas forças.

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