capítulo 35 (✓)

591 77 37
                                    

"Nossas almas sabiam antes dos nossos corações,
que nosso destino era ficar juntos."

L I S A

Envolto no coração da floresta; uma grande montanha escondia o extenso muro circular que compunha e ocultava diversas casas e os prédios no centro, as avançadas estruturas superiores com extensão de andares subterrâneos acolhem bases de treinamentos e mais da metade da população local. Sentada naquela mesa metálica rodeada por mulheres com espadas no coldre era óbvio que eu temia minha segurança, temia que Lucca acabasse morto, só de imaginar...

— Luccaa.. — quase não acreditei quando o vi ingressar no grande salão a salvo e sem nenhum arranhão. Meu Lucca.

— Está tudo bem com você? — ele me pergunta com o maxilar tenso, envolvendo seus braços firmes ao redor da minha cintura conforme me analisa de cima abaixo, se certificando de que não há ferimentos.

— Estou sim, claro. — digo abaixando a voz até um ronronar. Meus dedos ficaram mais firmes em volta do pescoço dele quando olhei para os lados e o puxei para o canto, longe da curiosidade das mulheres guerreiras. — O quê queriam?

Lucca me analisou por um momento, parecendo ponderar, coisa que nunca fez antes, não comigo.

— Eles acolhem pessoas refugiadas como nós, lutam e treinam incessantemente pela causa que acreditam. É maravilhoso o que fazem Lisa..

Por um instante, não digo nada, mas não consigo segurar a língua por muito tempo.

— Na verdade me parece um pouco mais incoerente e perigoso do que maravilhoso. Eles são a rebelião tem ideia disso? Se desconfiarem que sou parte da corte, me matarão. —sussurrei, aflita.

— Eles já sabem Lisa.

— Como? — indaguei cambaleando para trás.

— Suspeitaram. — grunhiu ele. — E eles querem minha ajuda para tomar à capital.

— Ajuda? — Engoli a bile que subiu seca até a minha garganta. — Lucca sei como Allen sofre, mas isso sugere que devemos ajudá-los a promover mais guerras? Mas carnificina? O próprio povo lutando contra seus governantes? É ingratidão Lucca, ingratidão por todo o trabalho incessante que fazem para manter o país de pé. Vêrmenia não precisa de outro massacre.— Lucca se esquivou de meu toque, encostando suas costas em uma das paredes, por alguns segundos ele se pegou em choque sua expressão era clara em relação as minhas palavras.

— Lis eu não sei o que pensar,o que fazer. — admitiu, embora suas palavras soem distantes. — Eles dizera-me que não tiveram nada a ver com a morte dos escuros, e se estiverem dizendo a verdade?

— É óbvio que falaram isso Lucca,acha mesmo que iriam admitir isso e arriscar perder a vantagem de ter você ao lado deles?

— Você não tem ideia de como é a vida no sul ou de como a guarda aprisiona e destrói vidas de milhares de jovens assim como eu, eles nos tornam animais sanguinários sem sentimentos e depois nós jogam nos campos de batalhas para lutar suas guerras intermináveis por poder, na capital as coisas são bem diferentes do resto do país.. — ele suspira pesado fazendo uma pausa. — eu só queria muito acreditar que finalmente alguém decidiu lutar por nós.

Meu peito aperta.

— Eu sei meu amor. — Tomei seu rosto em minhas mãos, envolvendo suas bochechas no meu toque e o encarando com todo o meu coração. — Eu só não quero que se decepcione com essas pessoas, elas não são santas.

Ele reflete por um momento, os olhos que tanto amo ficando pensativos.

— Tudo bem pra você se ficarmos alguns dias? Eu não partiria em paz sem ter a certeza de que eles não são corretos. Sei que já tem a sua decisão sobre os rebeldes, mas eu ainda não tenho a minha.

Rainha de Ferro Onde histórias criam vida. Descubra agora