"O coração da escuridão."
E M E R A L D
2 anos antes..
Sam Campbell enchia o copo com o auxílio de uma garrafa à mesa, analisava a bebida alcoólica e molhava os lábios. Seu olhar subiu até a minha direção segundos após findar o líquido do recipiente. Eu ainda estava estática no mesmo lugar onde cheguei, era tarde da noite e estávamos cansados. Hoje foi um dia longo, Sam ficou em reuniões intermináveis com o pai para encontrar maneiras de apaziguar os conflitos civis que ameaçam começar. E eu, recebi a notícia de que meu irmão havia partido, para a guarda e sem sequer me dizer adeus.
— Está tudo bem?
— Perfeitamente bem. — Ele encara minhas mãos nervosas entrelaçadas à maçaneta. L ogo abandona o copo e encosta o corpo sobre a ponta da mesa de uma maneira charmosa e preocupada. Havia uma seriedade em seus olhos enquanto suas mãos estavam sobre os bolsos da calça.
— Não. Não está. — grunhiu me analisando.
Sam era a única pessoa que fazia isso, que me enxergava além das camadas, que conhecia meu interior e mesmo assim, não escolhia fugir.
— É óbvio que não estou bem. — reviro os olhos com um ódio inevitável. — Isso é pergunta Sam? Minha mãe se suicidou há um ano, noite passada meu pai quase morreu e adivinha? Meu irmão era o seu assassino. Agora ele se foi, para a guarda e a guerra ou seja lá para qual buraco meu pai o fará pagar por seus crimes.. — limpo as lágrimas que descem inevitáveis de meus olhos, me sinto ridícula por deixá-las cair. — Estou presa aqui com um homem que batia na minha mãe e que mandou meu irmão para as trincheiras. Não sei se reparou, mas algo me diz que serei a próxima a pagar o preço de ser da família.
Tentei não respirar alto demais, para que ele não ouvisse o ronco dos meus pulmões afetados pela dor, para que não percebesse o quanto eu me sinto assustada e sozinha.
— Emerald Cleveran.. — Ele se ergueu, dando passos incisivos até onde estou apoiada contra a porta. Eu poderia sentir sua respiração se aproximando, a fragrância de seu perfume amadeirado e a fricção gentil que seus olhos exalavam. — Você não é fraca e não é uma prisioneira.
Solto uma risada aguada sentindo meu rosto ainda úmido pelas lágrimas.
— Entretanto, sou uma garota cuja importância não é válida. Estou sozinha, sempre estive.
Sam negou prontamente com a cabeça, como se aquelas palavras o ferissem. E o calor do hálito dele me faz suspirar, derreter. Meu corpo todo se encosta no dele, como se tivesse vontade própria.
Suas mãos correram até as minhas bochechas antes que eu tenha a chance de contestar.
— Você tem a mim. — murmurou.
Sam continuou me olhando, firmando seus dedos ao redor do meu rosto até que aquelas palavras se tornassem uma oração, uma prece.
Você tem a mim Eme.
Você tem a mim.
A mim.— Nunca poderemos ficar juntos, está prometido a casamento com uma sangue escuro desde a infância, lembra? O que temos sempre será proibido, não importa o quanto queiramos o contrário. — A minha voz hesita. Minha garganta está tão seca e apertada que mal consigo forçar as palavras a passarem por ela. — ...Você será rei Sam. Precisará de uma rainha.. E é só uma questão de tempo até descobrirem sobre nós e me mandarem para longe, ou até meu pai traçar novos planos.— Meus lábios se entreabrem, minha respiração fica engasgada no peito, meu coração bate mais rápido. — Sempre será assim Sam, é a minha maldição. Tudo o que eu amo está determinado a partir.
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Rainha de Ferro
RomanceOs Ferros governam Allen desde os primórdios. A dinastia inabalável fundou o país com magia, e fez do reino a maior soberania do continente de Stór. No entanto com os seus poderes adormecidos, o sangue escuro que rege a coroa começa a perder apoio p...