capítulo 10 (✓)

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"Uma corte minúscula. Um império gigantesco"

V I C T O R I A

Calça preta e botas de couro foram minha primeira visão. O gibão azul-escuro brilhava na roupa daquele homem, e foi através daquilo que eu o reconheci.

— Lorde Hill. — Fiz uma pequena saudação para o mestre dos navios. De acordo com Owen, os cinco conselheiros utilizavam cores definidas que designavam suas respectivas funções.

Estou concentrada na minha postura quando um estalo de palmas vibrantes me tira do transe.

— Eis o milagre, diante de nossa visão.. — vermelho acastanhado se misturava com fios brancos e suor sobre a testa do Lorde, o gibão marrom oscilou sobre sua veste. Ninghtgart, o mestre de armas se aproximou, com uma animação espalhafatosa e os lábios ainda molhados da provável bebida recente que deveria ter estado tomando. — É uma honra tê-la aqui conosco.

Ninghtgart puxou minha mão para beijar suas costas, aquele rápido e repentino contato ergueu meus olhos.

— Ninghtgart por favor, não vamos assustar a pobre criança. — se aproximou o mais elegante deles, um homem de pele escura e feições bonitas, o seu prata brilhando, ele era o primeiro conselheiro, o que detinha a maior confiança do antigo Rei. Era aquele homem que deveria ser o meu braço direito caso eu vinhe-se a assumir algum dia, a segunda pessoa com maior peso em Allen depois do Rei.

A ideia de tamanho poder balançou os meus pés e fraquejou os meus ossos.

— Lorde Saeom Astor. — repeti a saudação, ganhando um sorriso dos seus lábios, talvez porque aquele movimento estivesse completamente errado. (Mas era o melhor que eu consegui aprender em 48 horas.)

— Victoria Campbell. — sua cabeça pendeu em gentileza. Aquele sobrenome. Campbell, não mais Megan, não mais uma sulista. Uma ferro, a princesa perdida, agora encontrada.

— Você é mesmo filha dela.. — o homem loiro ainda o único a se manter nas escadarias tinha feições angulosas e era descarnado como um penhasco, imponente e duro, ao longe descia as escadarias, os olhos azuis acinzentados fixos no meu rosto. — Quando a princesa Amberly tinha a sua idade, era exatamente assim. Ao olhar para você, é tudo o que vejo, aquela garota alegre e esperta. — Dourado, mestre da moeda, Duque Henrique Cleveran. — Meus pêsames, soube que foi uma morte dolorosa.

— Foi difícil.. — consigo dizer para ele. — No final, foi realmente difícil. Mas ela deixou esse Mundo em paz.

Um pigarro levou meus olhos para outra direção. Para a ponta da escada onde Hill se postava com os braços no corrimão.

— Se ela tivesse ficado em Vêrmenia, teríamos cuidado dela. — disparou afiado, os cabelos castanhos iam até os ombros e os olhos se enchiam de voracidade.

Levanto as sobrancelhas.

— Como cuidaram do seu Rei?

Todo o saguão se calou. Até mesmo as sentinelas a posto se remexeram em suas posições. E os olhares dos demais conselheiros pesaram sobre a minha face.

Hill não conseguiu dizer mais nada. Porque não havia nada a ser dito.

— Bom! Imagino que a senhorita deva estar muito cansada. É melhor que conheça seus novos aposentos, de qualquer forma nós veremos mais tarde para o jantar. — Saeom com os perfeitos cabelos escuros penteados para trás interveio. De longe o Astor era o mais gentil deles, embora Owen me falará que de todas as cobras ele era a mais perigosa, certamente deveria ser, era inteligente o suficiente para querer que eu confiasse nele. — E então conhecerá nossas famílias, tenho certeza de que em breve se sentirá em casa.

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