POV ALICE
Tá tudo um caos, meu pai soube que estive em um baile de favela, e ele não me dá paz mais, estou tendo que andar com um segurança pra cima e pra baixo, eu sei que isso é uma forma dele me controlar, estou com muito ódio, só estou podendo ir pra academia e escola, nem na casa da Malu eu estou podendo ir, falando nela, essa ai está uma pilha de nervosos, desde que a Sant foi pra tal missão ninguém teve notícias dela, isso já tem umas duas semanas.
Desde o dia que fiquei com a Sant eu não paro de pensar nela, não contei pra ninguém que ficamos, nem a Malu sabe, estou fingindo que esse sumiço dela não me afeta, mas a verdade é que me afeta pra caralho. Sou tirada dos meus pensamentos pelo meu pai entrando no meu quarto.
- Filha, queria conversar com você. - Ele diz com cara de cachorro abandonado, não cola pra cima de mim mais, já conheço os joguinhos dele.
- Pode falar. - Digo curta.
- Eu vou viajar amanhã de manhã, dessa vez vou demorar um pouco mais pra voltar, mas eu não quero viajar brigada com você, o segurança é pra sua proteção. - Ele diz.
- Que proteção pai? eu sei me cuidar, eu estava segura lá, se não estivesse eu não estaria aqui, você não conhece aquele lugar, não conhece as pessoas, aquela comunidade vai muito além de bandidos e drogas. - Digo já querendo chorar que ódio.
- Não conheço e nem quero conhecer, eu sou o seu pai sei o que é melhor pra você, é por isso que vim conversar com você Alice, vou viajar, não sei quando eu volto, e não vou te deixar sozinha, o segurança fica, não está em discussão.
- Sabe pai, desde que a mamãe se foi, eu me pergunto o porquê de você ter mudado tanto, você sempre foi controlador, sempre controlou tudo e todos ao seu redor, e tentou fazer isso com a mamãe, mas ela não aceitou não é? eu também não vou aceitar, sei que sou sua filha e que te devo respeito e satisfação, mas você é o meu pai, me deve respeito também. - Digo, e vejo ele ficar bravo, é sempre assim, sempre que toco no nome da mamãe ele se transforma.
- Não quero te controlar Alice, quero te proteger, você acha que sabe das coisas, mas não sabe de merda nenhuma, você é uma mimada igual a sua mãe e - O telefone dele começa a tocar, mesmo contra gosto ele atende. - O que foi? - Alguém do outro lado da linha fala alguma coisa - Como assim não encontrou ele porra? vocês são um bando de incompetente mesmo, estou indo pra ai, vou adiantar a viagem. - Desliga o telefone e me olha, agora está mais bravo ainda. - Tenho que ir Alice, mas essa conversa não acabou, não quero você em favela, e cada passo seu o segurança vai me informar. - Diz e sai batendo a porta.
Que ódio, começo a chorar de raiva, de saudades, saudades da mamãe, saudades de quando meu pai era carinhoso comigo, de quando ele era o meu herói, e de quando eu sentia orgulho dele ser meu pai, hoje em dia só sinto raiva, ele nunca está em casa, só vive no escritório ou viajando, a gente não conversa, não posso ter amigos, porquê até isso ele controla, finalmente quando encontro pessoas legais, um lugar legal que me faz sentir bem, ele quer tirar de mim também. Choro tanto que adormeço.
Pov Sant
Assim que acabo de falar, escuto passos do lado de fora, eu e Jefinho já levanta na atividade, ele vai cobrir a porta e eu a janela, já está escuro lá fora e não dá pra ver muita coisa, mas pelo barulho tem pelo menos uns 2 homens lá fora. O barulho vai ficando mais próximo, já deixo o cano engatilhado, qualquer fita não sobra ninguém pra contar história. Vejo um mano se aproximando indo em direção a porta e quando vou puxar o gatilho o cara me grita.
- Sant? Sant você tá ai? É o BG, abre ai.
Jefinho abre a porta e BG e TH entram, porra finalmente rostos conhecidos, eles estão com lanternas e cada um portando o fuzil, vieram trepadao, esses são meus de raça, eles olham pra mim, e já sei que vão me gastar.
- Tá maluco, se tá podre em Sant, credo, feionha - TH diz, que ódio desse moleque.
- Ai, vou ter que concordar com ele, se tá muito na merda mano - BG diz e os dois começam a rir.
- Já acabou a gracinha? - Olho puta pra eles e eles riem ainda mais. - Atividade ai, vamo meter o pé daqui logo, o Danca ai não vai aguentar muito, a gente tem que ir pra um hospital agora.
To ligado que o Danca tem a ficha suja, mas ele não vai aguentar esperar e chegar até o morro, e mesmo se aguentar não vai ter a ajuda necessária lá. TH me passa o fuzil dele, e vai até o Danca, ele e Jefinho pegam ele e a gente sai da casa, vou na frente fazendo a segurança, BG vem com B2 ajudando ele, papo de uns 20 minutos andado por conta dos irmãos machucados a gente chega no carro, eles vieram em dois, em um carro coloco os manos machucados, BG vai levar eles pro hospital, e sigo pro outro, TH dirigindo, Jefinho no banco da frente e eu atrás.
Saquei a maldade, tenho certeza que TH veio em um carro separado pra levar ele ou pro mutante ou pro comando, a cabeça dele já tá na mão deles, não tem mais pra onde correr.
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Tudo Por Você
Storie d'amoreAlice Cooper é uma jovem de 17 anos, que se viu perdida quando seu pai a mandou para um novo colégio. George Cooper é um renomado advogado, que tem tendências controladoras e sempre controla tudo e todos ao seu lado. Maitê Santos, ou mais conhecida...