Capítulo 68

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POV ALICE

Tem duas semanas que meu pai voltou de viagem, e tá insuportável, to vivendo um inferno na terra, não posso sair de casa, os seguranças me acompanham para todos os cantos, só tenho ido para a escola e voltado pra casa, nem na academia que era meu refúgio estou indo.

Na escola, só fico de canto, a Malu sempre presente, contei tudo pra ela que está acontecendo lá em casa, ela ficou com raiva do meu pai, e ainda estava cogitandoe sequestrar para ir morar com ela, essa garota é maluquinha.

Inclusive, ela voltou de vez pro morro, o apartamento dela tá fechado por enquanto, eu tenho um dinheiro guardado, to pensando em alugar e ir pra lá, não aguento mais essa vida com o meu pai, ele vem me tratando mal, só sabe gritar, diz que sou inútil, e que não to servindo pra nada mais, tudo isso porquê não ajudei ele com informações do morro.

Ele surtou do nada, tá transtornado, eu não aguento mais isso, não reconheço meu pai. Hoje que pude sair, o pessoal do clube chamou ele pra almoçar, porém ele não pode ir, mas me fez ir no lugar dele, como uma forma de representá-lo, aproveitei a oportunidade e fuji dos seguranças e vim até o morro.

Meu pai pegou meu celular e quebrou, mas como eu tinha um antigo, to usando ele, ontem a Machado estava resolvendo algumas coisas perto da escola, acabamos nos encontrando, escondido dos seguranças, e o celular acabou ficando no carro dela, então fui pegar, eu só não esperava ver a Sant lá.

Eu sei que ela tá ficando com uma tal de Saby, a Malu me contou, a Malu pode ter todos os defeitos do mundo, mas nenhum deles é passar a mão na cabeça quando a pessoa está errada, ela não tem falado muito bem com a Sant, pois tomou as minhas dores, já falei com ela que não tem necessidade, mas elas insiste.

Que saco, o beijo dela mexeu comigo, foi como se eu tivesse sido uma despedida. Paro de pensar nisso e me concentro no almoço que está acontecendo, porém estou sem saco algum para aguentar isso.

Finalmente consigo ir pra casa, entro no elevador e subo direto pra casa, acho estranho, não tem ninguém aqui, nem a Neide, os seguranças não subiram também, estranho, a casa um silêncio, eu hein, não que não seja normal a casa vazia e em silêncio, mas hoje está estranho.

Subo as escadas e escuto meu pai me chamando, levo um puta susto, vou até o escritório e bato na porta, escuto ele dizer para eu entrar.

- Me chamou papai? - Pergunto, ele me olha, os olhos fundos, o cabelo bagunçado, fumando e com um copo de whisky

- Senta ai - Fala todo grosso, me sento e o olho. - Você é muito vagabunda mesmo, achou que eu não ia descobrir? - Fala e joga um envelope encima da mesa.

Pego o envelope e abro, meus olhos triplicam de tamanho, são várias fotos, minhas, minhas e da Sant, fotos da gente na praia, da gente na viagem, da gente no morro, fotos da gente se beijando, fotos da gente no carro dela, fotos da gente na moto dela, meu deus, eu acho que vou infartar aqui, bem agora.

- Pai, eu posso explicar - Falo num fio de voz.

- Explicar? Eu não quero explicação, sua putinha de merda, acha que fiquei feliz de ver que minha filha tá dando para uma traficantezinha de merda? Eu dou um duro danado pra cuidar de você, te dar tudo do bom e do melhor, e você me apunha-la desse jeito? - Merda, ele tá muito bravo.

- Pai, eu não queria, eu juro, eu tentei não me envolver, mas a gente não escolhe de quem a gente gost..... - Mal termino de falar e sinto uma ardência no rosto, fico estática, em choque, meu pai me bateu?

- Eu não quero saber, eu vou acabar com essa palhaçada, eu não vou permitir em hipótese alguma que você continue se envolvendo com essa marginal - Sinto outro tapa e caio no chão, o gosto metálico em minha boca.

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