Capítulo 42

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POV ALICE

Mesmo relutante, aceito a carona, ela vai até onde deixou a moto e eu a sigo, ela sobe e me ajuda a subir, só ai percebo que estamos sem capacete.

- Cadê o capacete? - Pergunto antes dela sair com a moto.

- Vou pegar com os manos lá na entrada, relaxa ai doidona. - Apenas concordo com a cabeça. - Ai, antes da gente ir vou passar num lugar antes jae?.

- Tranquilo. - Respondo.

Ela sai com a moto, e me arrependo no mesmo segundo, meu cabelo vai ficar todo pro alto, bilisco ela, logo ela entende e diminui a velocidade, ela vai descendo morro abaixo, ela para e pega dois capacetes, vejo que ela segue rumo ao hospital perto do morro, o hospital que levaram ela no dia do tiro, acho estranho mas não falo nada, a gente chega no hospital e ela estaciona a moto.

- Ai, vou ali resolver uma fita, tu marca um 10 aqui? nem deve demorar. - Ela fala quando a gente desce da moto.

- Resolver o quê Sant? - Pergunto séria.

- Po mina, abriu uns ponto ai, mas tá mec, pessoal aqui costura de novo, deve nem demorar, não fala nada com a Malu não. - Ela fala meio sem jeito.

- Tá vendo, é por isso que você não devia ter saído do hospital, justamente para prevenir esse tipo de coisa, você tem noção que você tomou um tiro? que tá com o peito todo remendado? que quase morreu? Porra tu tem noção de quanto essa sua cirurgia ia me custar? Que merda Sant, você não é mais criança não. - Falo brava com ela que me olha espanatada, to irritada pra caralho, e nem é sobre o dinheiro, é pela falta de noção dela.

- Qual foi dessa fita ai de dinheiro? Não fico devendo nada pra ninguém não filhona, tô ligada que a conta do hopsital ia chegar, mas tava resolvendo outras fitas ai, fala logo ai quanto foi que amanhã te entrego o dinheiro. - Ela fala me olhando séria, esse olhar me causa coisas.

- Não é sobre o dinheiro Sant, você não me deve nada, nunca te cobraria algo assim, é a sua falta de senso que me incômoda, você não se cuidar, você não é mais criança cara, vê se cresce. - Falo irritada e saio andando na frente dela indo em direção a entrada do hospital.

Ela vem atrás de mim e não fala nada, assim que a gente entra no hospital, ela já vai até a recepção, fala com a recepcionista e logo volta.

- Tu tá com hora? - Ela me pergunta, olho no relogioe vejo que já são quase 4 da tarde.

- Vou esperar refazerem seu ponto. - Respondo pra ela, que só confirma com a cabeça.

Logo vem uma moça e a chama, ia esperar aqui, mas ela saiu me puxando junto com ela, fomos até uma sala, que presumo ser uma sala própria para sutura, a moça pede pra que a Sant sente na maca e tire a blusa, fico um pouco constrangida, olho para todos os lugares, menos pra ela.

A moça que nos trouxe sai da sala e logo uma outra moça entra, ela parece surpresa em ver a Sant.

- Sant, o quê está fazendo aqui? Não me diga que levou outro tiro. - A moça fala.

- Sai fora doidona, caio mais não po, vacilei uma vez pra nunca mais. - Sant fala e a moça ri, ela me cumprimenta com um aceno de cabeça e eu retribuo.

- Veio fazer o quê aqui então? Relembrar os velhos tempos? - A moça pergunta em tom de malícia, sério que preciso presenciar isso?

- Viaja não Raica, bagulho que uns ponto abriu, tem como refazer ai? na humilde. - A Sant reponde, e me olha meio sem graça, reviro os olhos, me sento numa cadeira que tem ali.

- Vou precisar que você retire o top também, por favor, pra que eu dê uma olhada. - A tal Raica fala enquanto coloca uma luva nas mãos.

A Sant retira o top, e não consigo desviar os olhos dos seus seios, o quais são muito lindos, logo a tal Raica começa a olhar os ponto dela, Sant não desvia os olhos de mim um segundo, não me atrevo a parar de olhar pra ela.

- Sant, isso aqui tá infeccionado, por isso os pontos romperam, tá até com pus, vou precisar aplicar anestisa e limpar, você tem que cuidar direitinho disso ai, se continuar do jeito que está, vai trazer certas complicações para você. - A Raica fala e só ai a Sant deixa de me olhar.

- Porra tio, tá feio assim o bagulho? - Pergunta

- Feio é pouca, a situação aqui tá feia, tem sorte de não precisar abrir de novo, vou tentar amenizar a situação aqui, mas você também precisa fazer por onde. - Raica fala, fico só no meu canto observando tudo, ela pediu pra não contar pra Malu, mas vou contar sim.

A Raica aplica anestesia e limpa a ferida, realmente estava feia a situação, ela refez os pontos que romperam, e aplicou um spray encima pra ajudar na cicatrização, e passou algumas orientações para a Sant, quando já estava tudo certo, fui saindo da sala, escutei a tal Raica murmurar alguma coisa pra Sant que riu e a chamou de maluca. Sai do hospital e fui direto pra moto logo a Sant veio atrás.

- Tá de boa tu? - Me pergunta e faço que sim. - Não parece não tio, tá com um bico desse jeito - Começou a me imitar e eu não aguentei, acabei rindo.

- Idiota - Falo e dou um tapinha no seu ombro.

- Seu sorriso é bonitão hein, fala tu. - Ela fala e fico sem jeito.

- Vamos logo, anda. - Falo com ela que sorri e sobe na moto, logo subo também.

O caminho até a minha casa é tranquilo, tive que beliscar ela várias vezes para reduzir a velocidade, mas consegui chegar viva em casa.

- Nunca mais eu ando na sua garupa. - Digo assim que desço.

- Brinca muito. - Ela fala e entrego o capacete pra ela.

- Se cuida Sant, não fica fazendo doidera não, você levou um tiro, quase morreu, isso é muito sério. - Falo e olho pra ela séria, ela me olha de volta.

- Pode deixar dona, tá entregue ai, vou guiar lá pro morro, jae? qualquer fita me aciona. - Concordo com a cabeça.

- Obrigada Sant, qualquer coisa pode me ligar. - Vou até ela e quando vou dar um beijo em sua bochecha ela vira o rosto e me rouba um selinho, olho pra ela fingindo estar brava e ela abri o sorriso mais lindo da vida.

Olho pra ela e acabo sorrindo de volta, logo ela sai com a moto e eu subo pra casa, ficar perto dela me faz sentir coisas que não sei nomear, meu medo é ser só tesão, e acabar me iludindo, ela é a maior putona, rende pra todas, não sei se quero me entregar para alguém assim.

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