Capítulo 27

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POV ALICE

Pergunto pra ela o porque de não assumir o morro, ela só me olha por um tempo, como se estivesse perdida nos próprios pensamentos, resolvo não insistir. Ela desvia o olhar e volta a olhar para o mar, fica um silêncio estranho, então resolvo compartilhar algo.

- Eu perdi a minha mãe quando eu tinha 7 anos. - Falo e a olho. - Quer dizer, meu pai diz que ela morreu, mas eu acho que ela só não aguentou mesmo a pressão e foi embora. - Lembrar disso dói, eu sinto dentro de mim que minha mãe está viva, em algum lugar nesse mundo, e dói muito mais a possibilidade de ter sido abandona.

- Sinto muito ai, mas mano, se tu acha que ela tá viva, porquê não vai atrás dela po? - Ela me pergunta, e ta aí uma coisa a qual eu já fiz, por anos, e só me frustei, me magoei, chorei, tudo só piorou, hoje eu só ignoro isso mesmo.

- A gente veio pra cá para relaxar, aliviar a mente, e entramos nesse assunto nada haver - Rio. - Vamos mudar de assunto, isso tudo é meio pesado. - Falo com ela que me olha compreensiva e em questão de segundos  o olhar safado e o sorriso de cretina que acaba comigo está estampado na cara dela.

- Vamo falar de nois patricinha. - O sorriso ainda lá, cretina.

- Que nós Sant, não existe nós. - Falo e vejo o sorriso dela morrer, ok talvez eu tenha me arrependido de falar isso.

- Ixi mano, e se existir? porra você nem me deixa sonhar, papo reto, só maltrata meu coração apaixonado - Fala fazendo drama, não me contenho e solto uma risada.

- Que mané coração apaixonado Sant, você não vale nada. - Falo com ela que está com a cara fechada.

- Me tirando pra nada mermo, tá maluco, eu presto po, só não arrumei uma mina firmeza ainda pra eu demonstrar isso, papo só. - Ela fala e me olha, meu coração palpita.

- E você acha que essa pessoa sou eu?- Ela me olha e concorda com um sorriso largo com a cara mais porca do mundo - Aiai Sant, nem você acredita nisso, sua cachorra. - Falo e dou um tapinha nela que em um movimento muito rápido segura meu braço  e cintura me trás até o colo dela, solto um gritinho de susto.

- Cachorra? tá maluca mina, tirando bandida po, perdeu a noção do perigo mermo. - Ela fala cheia de marra, as mãos na minha bunda, apertando forte, o olhar descarado e sem pudor, seguro ela pelo cordão e puxo até mim.

- É, cachorra vira lata, só vai atrás de porcaria, e noção nunca tive. - Falo com a boca bem pertinho da dela, ela vem pra me beijar mas eu me afasto, não dura muito, ela sobe uma mão pra minha nuca e a outra sobe para minha cintura e me puxa forte, nossos lábios se encostam e sinto como se tivesse fogos de artifícios dentro do meu coração.

Os nossos beijos sempre são quentes, intensos, nos deixa ofegantes, me excita de uma forma que não pensei que era possível, sinto beijos por todo meu pescoço, e começo a ficar excitada, uma coisa que tenho sentido muito quando estou com ela, a gente realmente tem química, e isso me assusta.

Os beijos vão ficando selvagem, só me dou conta do que está prestes a acontecer quando sinto as mãos dela subir para os meus, não tenho tempo de raciocinar, ela aperta forte e solto um gemido involuntário. Ela continua com a tortura enquanto distribui beijos por todo o meu pescoço.

- Sant. - Solto um gemido baixo e desesperado quando sinto ela apertando com mais força e sugando forte meu pescoço.

- Po, tu não sabe como eu fico ouvindo tu gemendo meu vulgo desse jeito, papo reto mermo, vontade de chupar esses peitinhos e deixar tudo marcado. - Ela fala no meu ouvido e perco o juízo, sinto ela aperta mais uma vez e rebolo em seu colo em busca de alívio.

Sinto algo rígido embaixo de mim, rebolo outra vez e dessa vez a Sant murmura um caralho e me beija forte, mordo de leve o lábio dela e puxo, escuto ela respirar fundo e abro o olho.

- O que foi? - Pergunto assim que a gente se afasta.

- Po mano tu rebolando assim encima do meu pau maltrata. - Ela fala com uma simplicidade, meu olho triplica de tamanho, como assim pau?.

- Que? - Pergunto confusa.

- Eu sou interssexual po, tu não sabia não? - Olho pra ela chocada, não imaginava.

- Não sabia não, nunca imaginei. - Digo, realmente estou chocada.

- Btf, é um problema pra tu? - Ela pergunta baixo, olho pra ela e vejo que está sem graça.

- Eu só estou surpresa, não é um problema não, nunca. Desculpa minha reação, não imaginava mesmo. - Digo fazendo um carinho em seu rosto, ela realmente é muito linda.

- Melhor nois ir, tardao já po. - Ela fala e olha a hora no celular, o tempo voou, quase 3 da manhã já.

Saio do colo dela, e me levanto, merda, agora está mais frio, acho que a Sant percebeu que estou com frio, mesmo negando, ela tirou o caso e me deu. Ela espera eu colocar e pega na minha mão e a gente vai até a moto, ela está diferente, acho que é pelo o quê me contou. Fiquei surpresa, só isso.

Coloco o capacete e ela me ajuda a subir na moto, logo sai cantando pneu, me agarro nela e sinto a mão dela na minha coxa de novo. O caminho até a minha casa é rápido, moro perto da praia, ela para a moto e me ajuda a descer, mas o clima ainda está estranho, sei lá. Me despeço dela com um beijo na bochecha, quando estou prestes a entrar, em um ato de loucura, vou até ela e a beijo, um beijo lento, tento demonstrar que não é um problema, uma mão vai até a minha bunda e aperta forte.

- Me avisa quando chegar em casa, ok? - Falo com ela cessando o beijo.

- Tu que manda po, fé pra tu mina. - Ela fala, me dá um selinho e vai.

Entro em casa rindo boba, essa mulher é maluca, ainda nem sei como fui ficar com ela, ou o porquê gosto de ficar com ela, subo pro quarto, tomo um banho rápido, só para tirar a areia, colo só uma calcinha e o moletom dela, que está exalando o cheiro dela. Tiro uma foto com o moletom e mando pra ela, menos de 5 minutos ela responde, e manda uma foto que chegou na boca, nem responde, apago num piscar de olhos.

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O capítulo está sem revisão, perdoem qualquer erro. 🥲

Gente os capítulos estão demorando para sair, pois estou em semana de prova na faculdade, mas queria agradecer a todos vocês que tem votado, significa muito pra mim, queria agradecer também os 4k de visualizações, vocês são surreais ❤️

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