Capítulo 26

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POV SANT

Depois do informante me passar a visão, fiquei pilhadona, fumei uns, até cheirei, e não fiquei de boa, tá maluco, essa informação é bagulho doido, tentei falar com o Mutante e nem sinal de vida dele.

Fiquei tão pilhada que nem pra casa eu fui, fiquei pela boca mermo, tava de bobeira mexendo no celular, respondendo uns mano, dei ideia numas mina, mas po, fiquei de cara vendo que a patricinha estava online, já logo fui dar o papo nela né.

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( gente eu esqueci de trocar o horário, então imaginem que a hora do print é de 00:30)r

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F

ico de cara que ela topou, pensei que ia fazer charme, que ia ficar de cutharra, mas porra ela aceitou muito fácil, vou nem pegar visão errada, ainda bem que fui em casa tomar banho mais cedo, passo em casa só pra pegar um moletom, calor no RJ é boladao, mas de madrugada na praia tem um vento gelado do caralho.

Cortei de giro bolado, cheguei rapidinho na casa da mandada, mandei mensagem avisando que tinha chegado e ela disse que estava descendo, sei nem o que está rolando não, só que parece que cheirei umas 10 carreiras, o coração acelerado, e só piora quando vejo ela vindo em minha direção, com um short curto, e uma blusa de manga longa, o cabelo solto, as bochechas meio vermelhas, porra gata pra caralho.

- Oi Sant. - Ela fala assim que chega perto de mim.

- Fala tu patricinha, tá gatona hein. - Falo olhando pra ela, encarando mermo, to nem ai.

- Tão galanteadora, obrigada Sant, vamos?. - Ela fala me olhando, entrego o capacete pra ela.

- Bora po, sobe ai gatinha.

Ajudo ela subir na moto, e dou partida, ela abraça forte minha cintura, e automaticamente minha mente relaxa, coloco uma mão na coxa dela e faço um carinho, chegamos rapidinho na praia.

Estaciono a moto ali, e vamos até uma parte mais afastada da praia, assim que chegamos numa parte maneira, sentamos na areia, me arrependendo de não ter trago nem um pano, tá maluco, a gente se senta lado a lado, e ficamos olhando o mar, a brisa, o barulho do mar, o cheiro dela, tudo está me deixando maluca, ficamos ali mais um tempo observando o mar, e resolvo puxar um assunto.

- Fala tu mandada, porquê não estava dormindo? - Pergunto querendo acabar com o silêncio.

- Briguei com meu pai, dessa vez foi diferente, sei lá, ele anda estranho, está trabalhando num caso misterioso, quase não fica em casa, só anda brigando com alguém pelo telefone, isso desencadeou minha ansiedade, e a saudades da minha mãe só aumentou. - Ela solta o verbo, foda.

- Po mano, foda isso ai, eu meio que cresci sem meu pai e minha mãe, então não entendo muito bem dessa fita, mas pelo o que ouvi falar seu pai é bem ocupado, deve estar ocupadao com trampo po, por isso o estresse, não faz a mente com isso não. - Não sei quem é o mandado do pai dela, mas deixou ela mal, e isso me deixou puta.

- O quê acontece com seus pais? - Ela me pergunta, não queria contar, mas sinto um bagulho bomzão quando estou com ela, conheço ela a pouco tempo, mas sinto que posso desabafar com ela, confiar.

- Po mina, não costumo falar disso não, bagulho que meu pai se envolveu muito cedo, e minha coroa nunca aceitou esse trampo dele ai, mas não pulou do barco, sempre ficou do lado dele, mas sempre tem olho gordo, essa vida que nois leva é muito incerta, papo de matar, morrer ou ir preso, prefiro a morte, mas não caio na tranca. - É por isso que só ajo na calada, ninguém me conhece, os cu azul não sabe do meu nome, ando pela pista sem medo nenhum, só ando limpa.

- Credo, e você não tem medo? ou sei lá, nunca pensou em sair disso? ou até mesmo não entrar. - Ela pergunta, acabo rindo.

- Tô ligada que você nasceu em berço de ouro, mas a realidade de nois que nasceu em berço de favela é outra po, tem muita gente na comunidade que não se envolve que faz o bagulho virar, que age na pureza mermo, mas nois é bandido, essa vida foi a única que conheci, já pensei em sair, mas o único bagulho que eu sei fazer é matar e desafiar o sistema. - Solto a visão.

- É um pensamento muito supérfluo Sant, essa vida é realmente incerta, mas você pode sim sair dela, quando quiser, você só conhece essa vida porquê nunca lhe foi apresentado outra. - Ela fala, e não consigo não sorrir.

- O bagulho é que não quero sair, meu destino já está traçado, só saio dessa vida morta. - Falo e olho pra ela que me olha de volta.

- O quê aconteceu com seus pais? - Ela pergunta de novo.

- Eles morreram quando eu tinha 11 anos - Ela me olha triste - eu era pivete ainda, meu pai era dono do moro, minha mãe mesmo não aceitando muito bem, acobertava as merdas do meu pai, e isso custou a vida dela, rolou uma invasão, subiram pesadão atrás do meu pai, mas só acharam minha mãe, então mataram ela pra deixar de aviso, cheguei da escola e vi o corpo lá, foi bagulho doido. - Digo me lembrando da cena de ver o corpo da minha mãe ali caído no chão, todo machucado.

- Meu Deus Sant, eu sinto muito. - Ela diz e segura minha mão.

- Tá tranquilo po, já passou, mas ai meu pai ficou sumido por uma semana, fiquei com o meu tio, e quando ele voltou, tinha informações sobre uns cara grande ai, não deu tempo dele contar nada pra ninguém, então mataram ele na entrada do morro, os policiais que mataram eles foram cobrados, e inventamos um história de que morri na mesma invasão que minha mãe morreu, ninguém sabe quem eu sou, por isso tenho a ficha limpa. - Conto pra ela.

- Caramba Sant, eu não imagino a barra que você passou, sei que o mutante é seu tio, porquê não quis assumir o morto? é o seu legado não é? - Ta aí a pergunta de um milhão. a verdade é que não sei o porquê, no fundo até sei, mas não vou falar isso, nem com ela, nem com ninguém, fico ali vidrada olhando pra ela, e ela pra mim.

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