Capítulo 16

1.1K 75 2
                                    

POV : SANT

Papo reto, tô só o ódio, mutante estava certo, isso que me deixa mais puta, vim pra uma missão falida, já tem duas semanas que estou aqui, e pelo visto não estou nem perto de ir embora. Jefinho é um amigão meu, me chamou pra dar uma moral aqui no morro dele, estava com suspeita de invasão, mas papo só, cheguei aqui e o cara tá quebrado mano, cheio de dívida, sem armamento, os vapor mal sabem segurar uma pistola, namoral fique no ódio, fiquei uma semana toda ensinando os manos os bagulho, montando plano pra quando os cu azul invadir, tenho certeza que tem X9 vazando informação, justo quando o morro tá mais enfraquecido eles invadem, fita mandada isso ai.

To ligada que Jefinho é muito orgulhoso, não pediu ajuda pros aliados ou pro comando maior porquê não gosta de ser visto como fraco, mas mano, comandar um morro não é fácil não tem momento que tem que pedir ajuda, fechar com os aliados, porra tem morador, tem criança, tem escola, dá não.

Agora estamos aqui, eu, Jefinho, B2 e Danca, a três dias teve invasão, o bagulho ficou doido, nunca tinha visto isso na minha vida, morreu gente pra caralho, Jefinho perdeu o morro, os cana tomou o comando, tivemos que vazar fora, já era pra eu ter voltado pra casa, mas estamos escondidos numa cabana no meio do mato, Danca está baleado, B2 já não aguenta muita coisa, levei um tiro na perna de raspão, e jefinho se nega a pedir ajuda, que se foda, vou morrer aqui não.

- Jefinho, caralho, tu é meu mano, mas não vou morrer aqui, avisa o comando maior, pede ajuda, você perdeu o morro mano, morreu criança, morreu morador, tá cheio de polícia rondando, a gente não tá em condições de nada não mano. - Falo com ele, porra to sentindo dor pra caralho.

- Não dá não Sant, quer meter o pé tá livre pra ir, mas não vou pedir ajuda, sabe o que vai acontecer comigo se os cara lá do comando ficar sabendo. - Ele diz nervoso passando a mão no cabelo andando de um lado pro outro.

- Papo reto Jefinho, to nem ai pra tu não mano, me importa é o Danca ai todo fodido, sem ofensas irmão- olho pra ele que faz joinha, não sei como ele ainda tá vivo, perdeu sangue pra caralho- B2 ai também cansado pra caralho, eu to cansada, a gente vai ficar aqui até quando? - To puta pra caralho.

- Me deixa pensar porra, eu sei que tá todo mundo fodido, mas vou dar um jeito. - Ele diz se sentando num sofá velho que tem na casa.

Quando rolou a invasão, sustentamos até onde deu, mas quando um vapor passou o rádio falando que não tinha mais como, que os cana tava pesadão e querendo a cabeça do Jefinho, a gente meteu o pé do morro, pra proteger esse puto do caralho, foi nessa que levei um tiro de raspão na coxa, Danca levou um de raspão do braço e um tiro na panturrilha.

A sorte foi que no plano de fulga, eu mandei deixar um carro de prontidão, porém o carro também foi atingido, uma parte do caminho tivemos que seguir a pé, até finalmente encontrar essa cabana, tem quase 2 dias que estamos aqui, e não aguento mais, pelo menos tem água aqui.

Refaço o toniquete no braço e na perna do Danca, não para de sair sangue não, refaço o meu também, e saio da casa, que se foda o Jefinho, vou andando pelos mato, até sair numa pista, tenho a ficha limpa, ninguém sabe que sou envolvida então vai ser de boa, só preciso encontrar um posto para ligar pro Mutante.

Ando por uns 10 minutos, sentindo dor pra caralho, até me ofereceram carona, mas achei melhor não, finalmente chego num posto de beira de estrada.

- Ai irmão, beleza? - Pergunto pro frentista.

- Tranquilo - Ele me olha meio desconfiado, to com a glock na cintura, mas estou com uma blusa grande, então não dá pra ver o volume, mas qualquer fita eu passo ele, deserto aqui mesmo.

- Pô mano, estava fazendo trilha com uns amigos, a gente caiu e acabou se machucando, tem papo de 10 minutos que estou andando pra ver se consigo pedir ajudar, você tem um celular ai pra eu fazer uma ligação? - Jogo um k.o pra ver se ele abraça o papo.

Acho que vai colar, já que to suja, machucada, e de tênis. Ele me olha mais um pouco desconfiado, porra esse cara ta mandado.

- Vocês estavam fazendo qual trilha? - Pergunta

- Irmão tu vai me emprestar o celular pra pedir ajuda ou não? eu to bem, mas tem um amigo que está muito machucado, se não for ajudar me fala onde consigo ajuda, ou o mano vai morrer lá caralho. - Falo um pouco mais irritada.

- Relaxa ai, só queria entender, toma - Me dá o celular - Vou ali buscar uma água pra você.

Ele mal saí já começo a ligar pra Malu, único número que sei de cabeça é o dela. A filha da puta recusa a chamada, ligo mais umas três vezes, até que na quarta ela atende.

- Que foi caralho, seja quem for você, espero que seja importante. - Diz puta, não consigo deixar de sorrir, saudades dessa doida.

- Malu sou eu, Sant, presta atenção, você tá no morro? preciso de um favor seu, é urgente pra caralho.

- Caralho, Sant puta merda, onde você tá? tá todo mundo preocupado pra caralho com você, desde que você foi pra essa tal missão não deu sinal de vida, estavamos achando que estava morta. - Ela fala.

- Mu, eu juro que explico tudo quando voltar, só por favor, dá um salve no teu pai ai, fala pra ele me ligar nesse número, mas tem que ser agora, AGORA. - Falo e já desligo a chamada, apago o número dela, e o frentista chega bem na hora. Me entrega a água que eu tomo rapidinho, estava com muita sede.

O telefone começa a tocar de novo, e ele me olha, dou um sorriso sem graça e ele me entrega o telefone, sai de perto dele um pouco e atendo.

- Sant? Sant caralho é você? onde você está porra, vou te matar. - Mutante diz puto pra caralho.

- Acredite eu me mataria se pudesse, por hora o que você precisa saber é que tu tava certo, missão falida, furada, não to morta nem sei por que, mas ai preciso da tua ajuda, deu ruim pra caralho lá no morro, Jefinho não quer pedir ajuda, e eu não vou morrer por ele. - Digo.

- Fala o que tu manda.

- Eu to ligada que o comando maior já deve saber oq tá rolando,a gente precisa da ajuda deles po, Jefinho não vai pedir, mas eu to pedindo, estamos escondido numa cabana no meio do mato po, sem comida, sem luz, só tem água papo só, tem um mano baleado, de hoje não pode passar. - Falo tudo de uma vez.

- Sant relaxa, me passa certinho onde vocês tão,vou mandar um carro buscar vocês, e vou ligar pro comando pra mandar uns manos pra lá.

- Jae. - Passo mais ou menos o endereço de onde estamos, apago o número dele do celular do mano, agradeço e meto o pé, já está escurecendo, não sei quando a ajuda do mutante vai chegar.

Mesmo com a perna doendo pra caralho, contínuo andado até chegar na cabana,quando eu entro os manos me olha tudo assustado apontando as armas mas logo abaixa.

- Tu tava onde caralho? - Pergunta o cu frouxo no Jefinho.

- Fui fazer o que tu não tem coragem de fazer, que é pedir ajuda, já falei, vou morrer aqui não Jefinho. - Falo e sento no chão, perto do sofá que está Danca, o cara tá pálido e soando pra caralho.

- Tá maluca Sant? você sabe oq os cara vão fazer comigo mano, vão me matar, eu ia pedir ajuda porra.

- Que mané ia pedir ajuda o caralho, se fosse pra pedir, já tinha pedido, tu é um frouxo do caralho jefinho, vim prá cá pra te ajudar, e chego aqui te encontro na merda mano, na merda, tu afundou, perdeu, abraço o papo, gosto de tu tá pra caralho, tu já fortaleceu muito, mas se perdeu no caminho mano, já era. - Assim que termino de falar escuto passos do lado de fora.

Tudo Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora