POV: Alice
Que merda, não sei o que deu em mim para enfrentar a Sant, ela poderia ter atirado ali mesmo em mim. Estou no carro com BG e Malu, já estamos chegando em sua casa, e ninguém falou nada até agora, desde que saímos do baile.
Chegamos na casa da Malu, e eu já vou logo descendo do carro e indo até o portão que está aberto, presumo que o BG deve dormir aqui, e já sigo pro quarto pra pegar minhas coisas, sei que é madrugada, mas quem sabe eu dou sorte e consigo um uber? Começo a arrumar minhas coisas, e escuto Malu entrando no quarto.
- Amiga, o que é que você está fazendo? Olha eu sei que a Sant te assustou, e eu peço desculpas por isso, juro que amanhã eu mesma a mato, não precisa ir embora, está super tarde. - Ela diz se aproximando de mim e me olhando preocupada.
- Malu, relaxa ela não me assustou, muito pelo contrário, só me deixou com mais ódio, estou arrumando minhas coisas porque presumi que o BG iria dormir aqui, e não quero atrapalhar. - Digo olhando pra ela. Malu revira os olhos.
- Larga de ser boba, você não atrapalha nunca, na verdade...- ela me olha sem graça, e eu á encaro com olhos pequenos - eu vou ir dormir com ele na casa dele, mas queria saber como você estava, se preferir eu fico aqui, sem problemas.
- Malu, longe de mim estragar a sua noite, pode ir amiga, eu estou bem, será que tem como me deixar na entrada do morro? eu peço um uber de lá. - Digo tranquilizando ela.
- Aiai dona Alice, se realmente quer ir pra casa, a gente te leva, menina teimosa, mas pode ficar aqui, meu pai não fica aqui, e tem um monte de vapor que fica vigiando a casa, então você está super segura aqui.
- Tudo bem, não quero dar trabalho, eu fico aqui. - Digo revirando os olhos. Malu abre um sorriso largo, me abraça, diz que qualquer coisa eu posso ligar pra ela e logo em seguida sai.
Sigo para o banheiro do quarto e tomo um banho, dancei pra caramba hoje e suei muito, apesar do ocorrido eu gostei bastante, e me encantei com tudo aqui, quero voltar mais vezes.
Após sair do banho, coloco uma camiseta grande e uma calcinha, e passo um hidratante pós banho, fico pensando no que aconteceu no baile hoje, a forma como a Sant agiu, e como eu fiquei com raiva, me sinto mal, eu nunca agi assim, mas ela me tirou do sério, odeio que mandem em mim ou me digam o que fazer.
Quem ela pensa que é pra falar daquele jeito comigo? garota abusada, e ainda quis me ameaçar com aquela arma na cintura, como se eu tivesse medo, na verdade tenho muito medo, mas não deixo transparecer, se tem uma coisa que aprendi com meu pai, foi que nunca devo nunca mostrar medo ou fraqueza perante qualquer pessoa ou situação, e nunca expor meus pontos fracos para meus inimigos.
Fico pensando em tudo o que aconteceu, confesso que gostei quando estava na moto, me senti livre, gostei de como ela apertou minha cintura, e de como apertou o meu pescoço, merda gostei de muitas coisas.
Vejo que o dia já está quase amanhecendo e resolvo dormir, assim q deito, escuto um barulho no andar de baixo, sinto meu corpo todo gelar, ou é a Malu que voltou mais rápido do que eu esperava, ou é algum vapor, ou alguém invadiu para roubar, não roubariam a casa do chefe do morro, roubariam? merdaa.
O barulho fica mais alto, e escuto passos na escada, levanto rápido da cama, e pego a primeira coisa que vejo, um abajur no pé da cama, vou pra perto da porta e a tranco, se a pessoa abrir e não for a Malu eu vou quebrar esse abajur na cabeça da pessoa.
Assim que tranco a porta, sinto mexerem na maçaneta, mas que cacete, acho que o sangue foge do meu corpo, juro que to cogitando ligar para a Malu, ou gritar, gritar muito.
A pessoa ainda está na porta, acho que está tentando abrir, dou uns passos para trás, seja quem for vai levar uma surra agora. No mesmo instante a porta se abre e dou de cara com uma Sant com os olhos assustados, e segundos depois explode em uma gargalhada.
- Porra Sant, eu ia estourar sua cabeça, você é maluca? - Digo irritada pra caralho abaixando o abajur.
- É sério?.... é sério mina? - outra risada, ela simplesmente não consegue parar de rir, o que só me irrita mais ainda. - Você ia estourar minha cabeça com um abajur? Essa foi boa.
- Posso saber o que você quer aqui? como pode ver a Malu não está, e outra ela já está puta com você, se eu contar que invadiu a casa dela e o quarto, ela vai matar você. - Digo cruzando os braços, ela passa por mim, tromba no meu ombro e senta na cama, abusada.
- Não invadi, tenho a chave - Diz levantando a chave com uma cara debochada e um riso convencido.
- Pode ter a chave da casa, certamente não do quarto da Malu. - Digo ainda de braço cruzado e puta, puta pra caralho.
Guardo o abajur no lugar, e sinto meu corpo queimar, acho que ela está observando cada movimentou meu.
- Você é mandadinha né? abusada que só uma porra. - Ela fala.
- Olha, o que você veio fazer aqui? o dia está amanhecendo, eu quero dormir, pode por favor ir embora? - Digo exausta.
- Ih relaxa ai princesa, só vim ver como você estava tá ligado? paguei mo de maluca no baile hoje, gostei do que eu fiz não, tava de neurose na mente, só o ódio mermo, foi mal ai. - Sant diz levantando as mãos e fazendo joinha com as duas.
- Tudo bem, se isso foi um pedido de desculpas eu aceito, e quero aproveitar e me desculpar também, não costumo agir assim, mas você me tirou do sério. - Digo
- Tu ficou neurótica, papo reto, me peitou mermo mano, porra fiquei maluca tá, tirando bandida você, primeira vez na minha favela e veio de tiração mano, tu é brabona mermo hein. - Ela diz, não sei identificar se isso foi algo bom ou ruim.
- Eu fui é maluca, acho que o álcool influenciou também. - Digo e balanço a cabeça de um lado pro outro, dou um sorriso e me sento do outro lado da cama, longe dela.
- Mordo não princesa. - Ela diz assim que me sento piscando pra mim, reviro o olho na hora e ela ri - Mas ai, vim em paz mermo, desculpa o susto ai, trouxe uns bagulho pra tu, vou deixar tu descansar, fé pra tu ai mina.
Ela diz se levantando, só agora percebo a sacola na cama, pego e vejo que está pesadinha, ela vai até a porta, e antes de passar por ela vira e fala.
- Ai mina, passa teu insta ai po, na humildade mermo. - Ela me olha, o olho já fechado, não sei se de sono ou da maconha que ela deve ter fumado, tá com cara de cachorro pidão.
- Você tá com uma cara de cachorro pidão, meu sobrenome é Cooper, tenho certeza que você vai me encontrar. - Dou uma piscadinha ela balança á cabeça e dá um sorriso.
- Brinca muito papo só, ai pode ficar na moral ai, tem uns vapores fazendo a segurança da casa ai.
- Obrigada.
Ela vai embora, e abro a sacola, tem um lanche, um Guaravita, remédio que imagino que seja pra previnir a ressaca, tem até chocolate, me pergunto onde ela comprou essas coisas a essa hora, tomo só o remédio e desço pra cozinha pra guardar as outras coisas, não costumo comer lanche e se eu comer agora, certo que vou passar mal.
Volto pro quarto, e vejo meu celular vibrando encima da mesinha, pego e vejo que a Sant me seguiu no insta e curtiu todas as minhas fotos, no insta dela não tem nada quase, só foto do morro, ou da praça, só tem uma foto dela, a qual por sinal ela está gata, com um short preto da nike, um top preto também, tá com uma corrente o cabelo na régua, e está fumando, estranhamente muito atraente, fico ali viajando e acabou adormecendo.
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Tudo Por Você
RomanceAlice Cooper é uma jovem de 17 anos, que se viu perdida quando seu pai a mandou para um novo colégio. George Cooper é um renomado advogado, que tem tendências controladoras e sempre controla tudo e todos ao seu lado. Maitê Santos, ou mais conhecida...