Tudo Por Você

Capítulo 56

  

POV ALICE 

Acho que estou começando a sentir algo pela Sant, fomos em um restaurante e foi muito bom, eu não paro de pensar nela, sei que não devia me envolver, e que provavelmente vou quebrar a cara, mas vou deixar as coisas rolarem para ver no que dá.

Entro em casa e respiro fundo, meu pai voltou de viagem pior que antes, ele está descontrolado, com muita raiva mesmo, quebrou o escritório dele todo, me xingou do nada, não estou suportando isso mais, vontade de sumir, ele nunca agiu assim.

- ALICEEE! - Levo um susto quando ele grita por mim, deve estar no escritório. 

- Oi pai - Digo cautelosa entrando no escritório.

- Onde você estava? - Pergunta grosso

- Estava no restaurante, eu te disse - Respondo

- Se eu souber que você está mentindo pra mim Alice, eu juro que faço uma loucura - Ele fala de um jeito que me dá medo. 

- Não estou mentindo, eu juro. - Afirmo, se ele soubesse com quem eu tava, certeza que me mataria, sua filha perfeita saindo com alguém de comunidade e ainda por cima sub chefe de morro? Com toda a certeza ele iria enfartar. 

- Você sabe algo sobre a favela que sua amiga mora? - Pergunta e fico receosa em responder, qual o interesse dele nisso?

- Como assim? Você nunca gostou dela, muito menos queria que eu pisasse o pé lá, e agora essa pergunta. - Estou curiosa, tem coisa ai.

- Apenas responda a minha pergunta, o motivo não te interessa. - Eu juro, estou me segurando pra não chorar na frente dele. 

- Se não é do meu interesse, porque me perguntou então? - Odeio agir assim, me sinto uma criança mimada, ele respira fundo e me olha.

- Você sabe algo de lá sim ou não? - Pergunta me olhando, é como se ele soubesse de algo, mas quer que eu confirme, eu não posso dizer tudo que sei, posso?

- Não sei nada de lá papai, nunca fui lá, e a Malu não me fala muita coisa. - Respondo simplesmente.

- Como pode uma faveladinha igual ela estudar numa escola de alta classe como a sua? você sabe quanto eu pago na mensalidade da sua escola? - Ele pergunta curioso, não me passa despercebido o comentário preconceituoso dele.

- Como eu vou saber? Eu não fico perguntando como as pessoas pagam a mensalidade da escola não - Falo sarcástica e ele me repreende com os olhos.

-Pois então comece a perguntar, quero saber tudo que acontece naquele buraco, nem que pra isso vc tenha que se enfiar lá dentro- Ele fala e não é possível que eu esteja ouvindo isso do meu próprio pai. 

- Você tem  noção do que está me pedindo? Eu não vou ficar de leve e trás, muito menos ficar indo lá descobrir coisas pra você, sem ao menos me dizer o motivo, não estou afim de morrer. - Agora me irritou, ele é idiota? Usar a própria filha desse jeito.

- O procurador do Estado me pediu ajuda em alguns casos que envolvem tráfico, tanto de drogas quanto humano, tem muita sujeira envolvida, essas pessoas não são boas Alice, você não tem noção do que rola no mundo do crime, por favor preciso da sua ajuda. - Deve ser sério mesmo, ele quase suplica por ajuda.

- Tudo bem, vou ver o que eu posso fazer -  Digo revirando os olhos. 

- Obrigada filhota, qualquer informação vai ser bem vinda. - Ele fala, a real é que não vou ajudar ele coisa nenhuma, vou falar o básico do básico e ele que lide com isso, sorrio pra ele saio do escritório.